O governo federal prepara um novo Plano Safra que promete ser estratégico, robusto e com foco direto nos médios produtores rurais, mesmo em um cenário de forte aperto fiscal. A afirmação foi feita nesta terça-feira, 29 de abril, pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que garantiu o empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em colocar no papel uma política agrícola que atenda de forma realista e eficaz as necessidades do setor para o ciclo 2025/2026.
Segundo Fávaro, embora a atual conjuntura econômica imponha restrições ao orçamento da União, o governo está comprometido com um Plano Safra que mantenha o ritmo de crescimento da produção agropecuária brasileira. A meta é equilibrar a limitação fiscal com soluções criativas e funcionais, especialmente no que diz respeito à oferta de crédito agrícola e ao fortalecimento dos mecanismos de proteção aos produtores.
“Vamos fazer um Plano Safra grande, robusto e eficiente, com foco naqueles que mais precisam: os médios produtores. Esse segmento é fundamental para o desenvolvimento regional e para a geração de empregos no interior do Brasil”, destacou o ministro. Ele ressaltou ainda que o uso de recursos internacionais, com juros mais baixos, será uma das estratégias para aliviar a pressão sobre o Tesouro Nacional e, ao mesmo tempo, garantir que o crédito chegue ao campo.
Entre as ações planejadas, está a ampliação do acesso a linhas de financiamento com taxas de juros mais competitivas para quem atua com culturas voltadas à exportação, como soja, milho e algodão. Isso será possível por meio da captação de recursos externos dolarizados, voltados a produtores com perfil de hedge natural, ou seja, aqueles que já operam com margens ligadas ao mercado internacional.
Outro ponto central do novo Plano Safra será o seguro rural. Fávaro reconheceu que a subvenção a esse tipo de cobertura ainda é limitada no Brasil, e que o orçamento disponível é pequeno frente à demanda do setor. A meta é alcançar R$ 4 bilhões em apoio à contratação de seguros, mas o desafio está em encontrar esse espaço dentro do orçamento da União, que permanece praticamente o mesmo dos últimos anos.
“O seguro rural precisa de inovação. Não adianta apenas repetir que precisamos de mais recursos, é preciso encontrar novos caminhos para garantir essa proteção ao produtor. Vamos propor um modelo mais acessível, abrangente e que permita ao governo manter a sustentabilidade das políticas públicas”, declarou. Ele afirmou que a obrigatoriedade do seguro para quem acessar linhas com juros subsidiados pode ser uma das ferramentas de controle e prevenção do endividamento rural.
A proposta apresentada pelo Ministério da Agricultura está sendo construída em diálogo com entidades do setor, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que recentemente apresentou seu pedido formal pela ampliação dos recursos ao seguro. A ideia é modernizar o modelo atual e ampliar a base de produtores atendidos, considerando as diferentes realidades climáticas e econômicas de cada região do país.
Carlos Fávaro também destacou os resultados concretos alcançados com os últimos dois Planos Safras, que bateram recordes de recursos liberados. Esses investimentos contribuíram para o aumento da produção nacional de grãos, para o fortalecimento das exportações e para o crescimento de culturas antes deficitárias, como o arroz. “É uma política que gera frutos e mostra retorno para o Brasil. Vamos manter essa linha de ação, com mais eficiência e foco em resultados”, afirmou.
Apesar das dificuldades orçamentárias, o ministro se mostrou otimista quanto à construção de um Plano Safra que atenda as expectativas do setor e colabore com a sustentabilidade da produção no campo. O anúncio oficial do novo plano deve acontecer nos próximos meses, após a consolidação das negociações entre os ministérios envolvidos e o setor produtivo.
Com o cenário econômico ainda desafiador e com a pressão por políticas públicas mais eficientes, o Plano Safra 2025/2026 surge como uma das principais ferramentas do governo federal para manter o campo forte, produtivo e competitivo, respeitando os limites fiscais e garantindo o desenvolvimento rural sustentável.
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