Em um mundo onde os ventos da economia mudam de direção a cada crise, guerra ou negociação comercial, um grupo de países vem se destacando pelo crescimento sólido e pela capacidade de se adaptar aos desafios globais. É o caso do Brics, formado atualmente por 11 nações que, juntas, já somam cerca de 40% da economia mundial. E os dados mostram que esse percentual só tende a aumentar.
De acordo com o relatório mais recente do Fundo Monetário Internacional, divulgado em abril, o Brics deve alcançar uma média de crescimento de 3,4% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, superando a média mundial prevista de 2,8%. E não é só isso. No acumulado de 2024, o bloco já apresentou crescimento de 4%, contra 3,3% no resto do mundo. A projeção para 2025 segue otimista, com países como Etiópia, Índia e Indonésia puxando a média para cima.
Esses números chamam a atenção não só pelo volume econômico, mas pelo que eles representam: uma mudança no equilíbrio global. Enquanto o chamado G7, que reúne as maiores potências da União Europeia e da América do Norte, mostra sinais de desaceleração com um crescimento médio de apenas 1,2%, o Brics se fortalece e amplia sua presença nos mercados.
Diversidade e população ajudam a explicar a força do bloco
Para o professor Rodrigo Cezar, da Fundação Getulio Vargas, especialista em economia política internacional, essa disparidade de crescimento tem explicações claras. Primeiro, a diversidade entre os países do Brics gera oportunidades diferentes. Alguns, como o Brasil e a Índia, estão mais afastados das tensões geopolíticas, o que favorece acordos comerciais e crescimento em setores como o agronegócio. Outros, como China e Rússia, mesmo enfrentando tensões externas, investem pesado em infraestrutura e indústria para sustentar sua economia interna.
Outro ponto essencial é o tamanho da população. Os países do Brics juntos representam mais de 40% dos habitantes do planeta. Isso significa um mercado consumidor gigantesco e uma mão de obra em constante crescimento. Além disso, muitos desses países são líderes no fornecimento de produtos essenciais para o mundo, como alimentos, energia e minerais estratégicos.
Rodrigo destaca ainda que esse conjunto de fatores dá ao Brics uma capacidade maior de resistir a choques externos. Quando uma economia sente o impacto de crises internacionais, outra do grupo pode estar crescendo e puxando o bloco para cima. É um equilíbrio interno que, no fim das contas, sustenta a média positiva.
Veja o resumo dos dados apresentados pelo FMI

Países em destaque e projeções para o futuro
Entre os membros do grupo, os que mais se destacam na projeção de crescimento do PIB em 2025 são a Etiópia, com 6,6%, seguida pela Índia, com 6,2%, Indonésia com 4,7%, Emirados Árabes com 4% e a China com 4%. Já na divisão da economia global deste ano, a China lidera com 19,6%, seguida pela Índia (8,5%), Rússia (3,4%), Indonésia (2,4%) e Brasil (2,3%).
Enquanto o G7 caminha a passos lentos, o Brics segue firme com investimento, produção e acordos comerciais que apontam para uma reconfiguração das potências mundiais. E isso não é só uma vitória econômica, mas também política. O bloco vem se tornando uma alternativa real ao modelo liderado pelos Estados Unidos e seus aliados.
“É uma importância econômica, mas também política. o Brics surge como um ator que propõe uma nova forma de organização global, mais representativa e menos dependente das antigas potências”, conclui Rodrigo.
Com diversidade, força populacional, abundância de recursos e políticas de crescimento estruturadas, o Brics mostra que o futuro da economia mundial pode, sim, passar pelo Sul Global.
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