O dólar voltou a subir com força nesta segunda-feira e fechou o dia cotado a R$ 5,6905, em um cenário de muita expectativa e nervosismo nos mercados. A alta foi de 0,61% no dia, puxada por vários fatores que mexeram com os investidores no Brasil e no exterior. O clima é de tensão com a aproximação das reuniões dos principais bancos centrais do mundo, especialmente o Banco Central dos Estados Unidos e o do Brasil, que devem anunciar suas decisões sobre os juros nesta quarta-feira.
Na Bolsa de Valores, o dólar futuro com vencimento em junho também avançou. Às 17h02, era negociado a R$ 5,7255, registrando uma alta de 0,54%. Já o dólar turismo, usado por quem vai viajar, estava sendo vendido a R$ 5,863 e comprado a R$ 5,683. Mesmo com essa nova disparada, no acumulado de 2025 a moeda americana ainda apresenta queda de 7,91%.
O que está mexendo com o dólar? A resposta está em uma mistura de política internacional, economia dos Estados Unidos e decisões que ainda estão por vir no Brasil. Um dos principais temas é a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Apesar de algumas falas mais amenas de autoridades dos dois países nos últimos dias, ainda há muita desconfiança sobre os próximos passos. O presidente Donald Trump disse no fim de semana que está conversando com várias nações, inclusive a China, para buscar acordos comerciais justos. A sinalização é boa, mas o mercado quer ver ações concretas.
Outro fator importante foi a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos, na última sexta-feira. Os números vieram fortes e mostraram que o mercado de trabalho americano segue aquecido. Isso aliviou parte das preocupações com uma possível recessão por lá. Só que, ao mesmo tempo, reforçou a ideia de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, pode manter os juros altos por mais tempo. A decisão oficial sai nesta quarta-feira, e o mercado está em alerta total.
No Brasil, o foco também está na reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom. A taxa básica de juros, a Selic, deve subir mais uma vez. A maioria dos analistas aposta em um aumento de 0,5 ponto percentual, levando a Selic para 14,25% ao ano. Uma parcela menor dos especialistas acredita em uma alta mais modesta, de 0,25 ponto. O que está em jogo não é apenas o tamanho do aumento, mas o discurso do Banco Central sobre o que vem pela frente. O mercado quer entender se esse ciclo de altas está perto do fim ou se ainda vai continuar.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também entrou no debate e revelou no fim de semana que conversou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. Segundo Haddad, os dois discutiram temas como as tarifas comerciais e um possível entendimento entre os dois países. A fala foi bem recebida, mas não foi suficiente para conter a alta do dólar.
Além disso, o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou que os analistas do mercado financeiro estão revendo para cima as projeções da Selic para o fim deste ano. Depois de 16 semanas com a estimativa parada em 15%, agora a aposta é que a taxa termine 2025 em 14,75%. Para 2026, a previsão segue em 12,50%.
Enquanto isso, os investidores seguem de olho nos desdobramentos da tensão comercial global. Analistas afirmam que o aumento dessas incertezas no cenário internacional está afetando o Brasil de forma mista. Por um lado, pode ajudar a segurar a inflação aqui dentro. Por outro, traz mais dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia mundial e, claro, do Brasil.
Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, o mercado segue sensível e reagindo com força a qualquer novidade. O dólar deve continuar volátil nos próximos dias, e a quarta-feira será decisiva. Tudo vai depender do tom adotado pelos bancos centrais e dos sinais sobre os rumos da política monetária daqui para frente.
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