Mato Grosso do Sul, 6 de maio de 2025
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Falas Mentirosas: Eduardo Bolsonaro espalha boatos e é desmentido por embaixada dos Estados Unidos

Deputado tenta usar visita oficial dos EUA para alimentar teorias e ataques ao STF, mas missão americana é sobre crime organizado e não interfere na Justiça brasileira
Foto: ADRIANO MACHADO/O Globo
Foto: ADRIANO MACHADO/O Globo

A semana política brasileira começou agitada por mais uma polêmica vinda de Eduardo Bolsonaro. O deputado federal licenciado voltou às redes sociais para divulgar informações falsas envolvendo autoridades norte-americanas e o Supremo Tribunal Federal. Em vídeo publicado no domingo, Eduardo afirmou que uma missão diplomática dos Estados Unidos viria ao Brasil para tratar de supostas violações de direitos humanos cometidas pelo ministro Alexandre de Moraes, e que a visita poderia resultar em sanções contra o país. No entanto, toda a narrativa construída por ele foi oficialmente desmentida pela embaixada dos EUA no Brasil já no dia seguinte.

O que se vê nesse episódio é uma tentativa clara de manipular a opinião pública por meio da desinformação. Em sua fala, Eduardo Bolsonaro afirma, sem apresentar provas, que o diplomata David Gamble, do Departamento de Estado norte-americano, teria vindo ao país com a missão de pressionar o Supremo Tribunal Federal, citando nominalmente Moraes e até mesmo o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Chegou a dizer que “a batata do Moraes está assando nos Estados Unidos” e que os “violadores sistemáticos de direitos humanos” seriam punidos.

Nada disso é verdade. O próprio governo dos Estados Unidos, por meio da sua embaixada em Brasília, tratou de desmentir publicamente essas alegações. Segundo a nota oficial, David Gamble está no Brasil para discutir temas ligados ao combate a organizações criminosas transnacionais, terrorismo e tráfico de drogas. Em nenhum momento haverá tratativas sobre temas internos da política ou da Justiça brasileira.

Ou seja, Eduardo Bolsonaro mentiu. E não foi uma mentira qualquer. Foi uma tentativa de usar a credibilidade de uma missão diplomática estrangeira para alimentar uma narrativa conspiratória que vem sendo repetida pela ala mais radical do bolsonarismo. Uma narrativa que busca desgastar instituições como o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público, jogando a opinião pública contra os pilares do Estado democrático de direito.

Especialistas em relações internacionais e juristas foram rápidos em condenar a fala do deputado. Muitos classificaram como irresponsável e perigosa a tentativa de internacionalizar disputas políticas internas do Brasil. O alerta não é à toa. Ao criar essa tensão baseada em fatos falsos, Eduardo não apenas sabota o debate democrático, como também arrisca a credibilidade do Brasil no cenário internacional.

David Gamble, que comanda a Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, tem um perfil técnico e é respeitado entre os diplomatas. Desde janeiro de 2025, sob o novo governo de Donald Trump, ele atua com foco no combate ao tráfico internacional de drogas e no enfrentamento ao financiamento de grupos terroristas. A visita ao Brasil faz parte de uma agenda regional e está alinhada com interesses comuns aos dois países na área de segurança internacional. Nenhuma relação com Alexandre de Moraes, Paulo Gonet ou qualquer tema do STF foi sequer cogitada nas comunicações oficiais.

Esse episódio é mais um exemplo da forma como fake news continuam sendo usadas como ferramenta política por figuras públicas no Brasil. O mais preocupante é que essas mentiras partem de alguém que já ocupou uma das cadeiras mais importantes da Câmara dos Deputados e que mantém forte influência sobre uma parte do eleitorado. Criar falsas acusações, citar autoridades internacionais fora de contexto e insinuar pressões que não existem são atitudes graves. Não se trata de liberdade de expressão, mas sim de um jogo perigoso que mina a confiança nas instituições e coloca em risco a estabilidade democrática.

É urgente que as autoridades brasileiras e a sociedade civil combatam com firmeza esse tipo de desinformação. A democracia se sustenta na verdade, no respeito às instituições e na responsabilidade com a palavra. Mentiras espalhadas por quem deveria dar exemplo não podem ser tratadas com naturalidade.

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