A terça-feira foi trágica no Bairro Tiradentes, em Campo Grande, com um acidente que chocou moradores, mobilizou equipes de emergência e escancarou os perigos de um trânsito marcado por imprudência e negligência. Uma mulher perdeu a vida, sua filha grávida perdeu o bebê e agora luta pela própria sobrevivência após a colisão violenta entre uma motocicleta e um carro no cruzamento da rua Cândida Lima de Barros com a avenida Rouxinol.
O relógio ainda marcava o começo da manhã quando a motocicleta, conduzida por uma mulher de aproximadamente 40 anos e que levava a filha na garupa, avançou o cruzamento sem parar. Elas foram atingidas por um carro conduzido por um jovem de 19 anos que trabalha como entregador para um comércio na região da Ceasa. Com o impacto, mãe e filha foram arremessadas da moto, que colidiu com um poste de concreto. As imagens registradas por câmeras de segurança mostram a violência do acidente e o desespero que se instaurou no local.
O Corpo de Bombeiros foi acionado com urgência e prestou socorro às duas mulheres, que apresentavam estado de saúde gravíssimo. Elas foram encaminhadas às pressas para a Santa Casa de Campo Grande. A mãe, que pilotava a moto, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Já a filha, grávida, sofreu um aborto imediato devido ao impacto da colisão. Seu estado de saúde segue extremamente delicado e ela passou por cirurgia de emergência.
Informações da Polícia Militar de Trânsito confirmaram que a condutora da motocicleta não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A ausência do documento agrava ainda mais a situação, pois indica que ela não estava legalmente apta a conduzir veículos, o que, segundo especialistas em trânsito, aumenta os riscos de acidentes fatais.
De acordo com o sargento Honorato, do BPTran, a falta de habilitação está presente em grande parte das ocorrências de acidentes graves. “Geralmente quem é habilitado dirige com direção defensiva e está apto a conduzir. Já quem não possui, não tem a qualificação suficiente de saúde, psicológica e, às vezes, prática e teórica. Ao menos 95% dos acidentes graves que atendemos ou não é habilitado ou está embriagado”, alertou o sargento.
Outro fator que chamou atenção foi a presença de um homem aparentemente embriagado no local do acidente. Sem qualquer vínculo com as vítimas, ele atravessou a área isolada, desobedeceu orientações da equipe policial e chegou a retirar o capacete de uma das vítimas. A atitude, além de perigosa, violou os protocolos de primeiros socorros, podendo ter causado ainda mais danos à vítima. O homem foi detido por desobediência e será investigado por sua conduta.
O episódio doloroso deixou em luto uma família inteira e acendeu um alerta na comunidade sobre a necessidade de responsabilidade no trânsito. O Bairro Tiradentes, que há tempos convive com cruzamentos perigosos e tráfego intenso, cobra agora providências das autoridades para evitar que mais vidas se percam.
Vizinhos, abalados, relataram que o cruzamento onde ocorreu o acidente é conhecido por frequentes colisões e que a ausência de sinalização adequada e de redutores de velocidade pode ter contribuído para a tragédia. “Não é a primeira vez que isso acontece aqui. A gente já pediu lombada, placa, sinalização melhor, mas nada foi feito. Agora perdemos uma mãe, uma criança e tem uma moça entre a vida e a morte”, disse um morador que preferiu não se identificar.
Enquanto a filha segue internada, o luto toma conta da cidade e da família. A morte da mãe, a perda do neto que ainda estava por nascer e o sofrimento físico e emocional da jovem grávida formam um retrato doloroso das consequências que a falta de cuidado e preparo no trânsito pode provocar.
É mais um caso que reforça a urgência de se respeitar as regras, de promover educação para o trânsito, de fiscalizar e punir com rigor quem dirige sem estar devidamente habilitado. Acidentes como esse não podem ser tratados como fatalidades, mas como alertas vivos de que há vidas em jogo todos os dias nas ruas e avenidas do país.
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