Mato Grosso do Sul, 13 de maio de 2025
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Dólar sobe após trégua entre Estados Unidos e China e pressiona o mercado brasileiro

Alívio nas tensões comerciais entre as duas maiores potências do planeta gera efeitos imediatos no câmbio, mas levanta dúvidas sobre impactos futuros na economia do Brasil
Anúncio aliviou os temores de uma escalada do conflito comercial entre as duas maiores economias
Anúncio aliviou os temores de uma escalada do conflito comercial entre as duas maiores economias

O dólar comercial encerrou a segunda-feira com alta de 0,50%, cotado a R$ 5,6833, impulsionado por um novo acordo tarifário firmado entre Estados Unidos e China durante um encontro diplomático realizado em Genebra. A trégua momentânea no conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo trouxe certo alívio aos investidores internacionais, mas causou reação imediata no mercado de câmbio brasileiro, com valorização da moeda norte-americana frente ao real.

O entendimento entre Washington e Pequim resultou na redução temporária das tarifas aplicadas desde abril. Os Estados Unidos diminuirão as alíquotas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China fará um corte de 125% para 10% sobre importações norte-americanas. Essas novas taxas terão validade inicial de 90 dias, prazo que servirá como teste para a estabilidade das negociações futuras.

A repercussão foi imediata. Com o temor de recessão global momentaneamente afastado, investidores retomaram posições compradas no dólar, movimento que elevou a cotação da moeda também no Brasil. Às 17h04, o dólar futuro para junho era negociado a R$ 5,7085, com alta de 0,60%, refletindo a nova percepção de risco.

Apesar da sinalização positiva no cenário externo, os efeitos colaterais da valorização do dólar preocupam o mercado interno. O encarecimento das importações, o possível impacto na inflação e a pressão sobre a política monetária são fatores que entram no radar de economistas e autoridades brasileiras.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, classificou o acordo como um avanço diplomático relevante. “Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais. Nós dois temos interesse em um comércio equilibrado, e os Estados Unidos continuarão avançando nesse sentido”, afirmou após as negociações com autoridades chinesas.

A valorização do dólar também foi intensificada pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries norte-americanos, que refletiram uma expectativa menor de novos cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve. O título de dois anos, termômetro das apostas de curto prazo, apresentou alta de 12 pontos-base, chegando a 4%, o que favorece a entrada de capital na economia dos EUA em detrimento de países emergentes como o Brasil.

No plano interno, a moeda norte-americana seguiu pressionada, mesmo diante de um mercado de ações mais otimista. A Bolsa brasileira reagiu positivamente ao ambiente externo, mas não o suficiente para conter a fuga de capitais que fortaleceu o dólar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista no mesmo dia e buscou tranquilizar os investidores, sem grandes novidades sobre a condução da política econômica.

Paralelamente, o cenário internacional permanece volátil. As atenções se voltam para a possível reunião entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia, prevista para os próximos dias, o que pode influenciar de forma relevante os rumos dos mercados globais.

No Brasil, o Banco Central divulgou nova edição da pesquisa Focus, com leve ajuste para cima nas projeções da inflação em 2025. O levantamento indica maior incerteza sobre os impactos futuros da valorização do dólar, da pressão inflacionária importada e da trajetória dos juros.

A conjugação desses fatores reforça a fragilidade cambial do Brasil diante de eventos externos. Ainda que a trégua comercial entre Estados Unidos e China seja bem-vinda, sua duração incerta e os reflexos sobre a economia norte-americana ainda deixam espaço para oscilações bruscas no câmbio. O momento exige cautela dos agentes econômicos e atenção redobrada às próximas movimentações nas esferas diplomática e monetária globais.

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