Mato Grosso do Sul, 15 de maio de 2025
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Brasil se consolida como porto seguro para o investimento internacional em meio à incerteza global

Potencial na produção de alimentos e energia sustentável reforça confiança de investidores estrangeiros durante o 3º Congresso Abramilho em Brasília
Produção de alimentos do País e energia sustentável são os principais fatores apontados
Produção de alimentos do País e energia sustentável são os principais fatores apontados

A capital federal foi palco, nesta quarta-feira (14), de um debate estratégico que reposiciona o Brasil no tabuleiro econômico mundial. Durante o 3º Congresso Abramilho, realizado em Brasília, especialistas em economia, diplomacia e agronegócio convergiram em uma leitura otimista: o Brasil surge como um dos destinos mais seguros e atrativos para os investidores internacionais diante do atual cenário global de instabilidade.

O debate girou em torno das recentes medidas protecionistas adotadas por grandes potências e de como essas movimentações impactam o agronegócio brasileiro. Para os participantes do evento, a solidez da produção nacional de alimentos, aliada ao protagonismo na geração de energia limpa e renovável, são os pilares que asseguram ao país um papel de destaque em meio à retração e à desconfiança que hoje marcam os mercados globais.

O economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, foi taxativo ao apontar os efeitos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. “As medidas tomadas pelo presidente Donald Trump representam um retrocesso de mais de um século nas relações comerciais norte-americanas com o mundo. Como consequência, observamos um enfraquecimento da confiança dos empresários, aumento da vulnerabilidade econômica e risco concreto de recessão na maior economia do planeta”, afirmou.

Esse movimento, segundo ele, tem reflexos imediatos no câmbio, com a desvalorização do dólar frente a outras moedas e consequente valorização do real, o que afeta diretamente as relações comerciais brasileiras. No entanto, diferentemente da crise tarifária de 2018, que impulsionou um super ciclo nas commodities, o momento atual inspira mais equilíbrio. “A tendência é de leve queda nos preços, mas o Brasil está melhor posicionado hoje, sobretudo pela relação estreita e consolidada com a China, nosso principal parceiro comercial”, analisou Leonardo Alencar, especialista em agronegócio da XP.

A geopolítica atual, marcada por disputas, tensões comerciais e difusão de desinformação, também foi alvo de reflexão durante o congresso. O embaixador Fernando Pimentel, diretor do Departamento de Política Comercial do Itamaraty, antecipou um futuro de maior rigor nas relações internacionais. “O mundo caminha para uma nova configuração, mais dura e competitiva. É necessário que o Brasil se arme com políticas de reciprocidade e com estratégias comerciais mais agressivas e técnicas”, ponderou.

A construção da imagem do agronegócio brasileiro no exterior foi um dos pontos mais sensíveis abordados no painel “Sustentabilidade e os desafios da geopolítica atual”. Para Glauco Bertoldo, adido agrícola em Bruxelas, o combate à desinformação exige trabalho constante e silencioso. “Participar de fóruns técnicos, levar dados precisos, construir pontes de diálogo são ações fundamentais para preservar a credibilidade do setor. Não somos perfeitos, mas não podemos aceitar julgamentos desproporcionais”, declarou.

Luiz Cláudio Caruso, que atua como adido agrícola em Singapura, destacou o crescimento da presença institucional brasileira em importantes polos econômicos. “O aumento de escritórios de empresas e entidades em Singapura nos permite entender melhor o comportamento do consumidor local, suas demandas e a forma como a informação circula. Isso é vital para melhorar a percepção sobre o Brasil”, explicou.

A comunicação interna também foi apontada como ferramenta essencial na proteção da reputação do setor agropecuário. O CEO da Bayer, Márcio Santos, reforçou a necessidade de explicar melhor o agronegócio à própria população brasileira. “Há um desconhecimento geral sobre como o setor funciona, o que abre espaço para conflitos e para que narrativas distorcidas se formem e cheguem ao exterior. É preciso educar e informar o cidadão comum sobre o papel do agro na segurança alimentar global”, defendeu.

Lucas Beber, presidente da Aprosoja-MT, foi enfático ao afirmar que o país precisa de uma política institucional voltada à atração de investimentos. “Temos uma agricultura reconhecidamente sustentável, capaz de alimentar grande parte do planeta. O que falta é traduzir essa realidade em ações comunicacionais e políticas efetivas, que mostrem ao mundo quem realmente somos”, disse.

O 3º Congresso Abramilho, que reuniu líderes e técnicos de diversas áreas, foi apoiado por entidades como a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Basf e Croplife, e teve o patrocínio de gigantes do setor como Bayer, Senar, Corteva, Syngenta, Pivot Bio, Aprosoja-MT, Aprosmat e Fase-MT. A edição consolidou o evento como um espaço de formulação de estratégias e de defesa do Brasil como protagonista no mercado agroambiental global.

A percepção que emerge do congresso é a de um Brasil mais preparado, resiliente e comprometido com práticas sustentáveis, o que o torna, nas palavras dos próprios especialistas, “um porto seguro para o capital estrangeiro em um oceano de incertezas”.

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