A presença do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, ao lado da vice-prefeita Cris Samorini durante um show da banda Calcinha Preta em Teresina, no Piauí, transformou o que parecia ser uma simples aparição pública em um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nesta semana. O flagrante de proximidade entre os dois políticos capixabas gerou questionamentos sobre a natureza da relação, especialmente porque o prefeito é casado com a promotora de Justiça Paula Almeida, com quem mantém união há anos e filhos em comum.
O episódio ocorreu poucos dias após Pazolini cumprir agenda oficial em São Luís, no Maranhão, mas não havia, segundo fontes próximas ao Executivo municipal, previsão pública de deslocamento para Teresina. A presença de Samorini, por sua vez, também não constava em nenhum comunicado oficial. Ambos foram vistos no espaço reservado do evento, em um ambiente informal, trocando sorrisos e conversas ao pé do ouvido, segundo testemunhas. Vídeos amadores registrados pelo público mostram os dois lado a lado, em clima descontraído e aparentemente alheios à presença de celulares.
O conteúdo foi rapidamente disseminado nas plataformas digitais, onde internautas passaram a debater não apenas a suposta intimidade, mas a ausência simultânea das duas figuras mais importantes do comando político de Vitória. A falta de transparência sobre o deslocamento dos gestores públicos para outro estado sem agenda institucional divulgada amplificou o desconforto entre opositores, setores da imprensa local e parte da população.
O impacto da polêmica também alcançou os bastidores da Câmara Municipal e de partidos da base aliada. Parlamentares da oposição já articulam um pedido formal de esclarecimentos sobre os custos da viagem e o objetivo da ida à capital piauiense. Há suspeitas de que recursos públicos possam ter sido usados indevidamente, o que poderá abrir caminho para uma investigação política e administrativa, caso se comprove que houve deslocamento em missão oficial sem justificativa ou benefício direto à cidade de Vitória.
A situação é especialmente delicada porque Lorenzo Pazolini tem construído sua trajetória com base em uma imagem de firmeza moral e defesa dos valores da família. Nascido em Vitória, o prefeito tem 42 anos, é formado em Direito e foi delegado da Polícia Civil antes de ingressar na política. Em 2018, foi eleito deputado estadual e, em 2020, venceu as eleições para a prefeitura de Vitória. Foi reeleito em 2024 no primeiro turno, com ampla vantagem sobre seus concorrentes.
Já Cris Samorini, de 46 anos, também nascida em Vitória, possui uma carreira consolidada no setor industrial. Foi presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), tendo ingressado recentemente na política ao se filiar ao Partido Progressistas. Sua escolha como vice de Pazolini foi vista como uma aliança estratégica que unia a política com o setor produtivo. Ela tomou posse em janeiro de 2025, após a vitória da chapa nas eleições municipais.
Desde a divulgação das imagens, Samorini não se pronunciou publicamente. Pazolini, por sua vez, limitou-se a afirmar que estava em viagem particular e que não comentaria assuntos de cunho pessoal. O silêncio, no entanto, alimentou ainda mais a especulação, levando a uma verdadeira avalanche de postagens e vídeos em plataformas como X, Instagram e TikTok.
A promotora Paula Almeida, esposa de Pazolini, também não emitiu declaração oficial até o momento. Fontes próximas ao casal afirmam que ela estaria surpresa e incomodada com a repercussão, mas evita manifestações públicas por conta do cargo que ocupa no Ministério Público do Espírito Santo.
Enquanto o cenário político de Vitória se vê agitado por essa nova controvérsia, especialistas em ética pública e direito administrativo alertam para a importância de transparência por parte de gestores eleitos. A exposição da vida privada ganha novos contornos quando a agenda institucional se mistura com eventos recreativos fora do estado e sem qualquer justificativa formal.
A polêmica promete render novos capítulos nos próximos dias, principalmente se surgirem desdobramentos envolvendo uso de verba pública ou se houver quebra de confiança no núcleo administrativo da prefeitura. A repercussão pública do caso, somada ao desgaste político, pode comprometer alianças futuras e afetar diretamente a governabilidade da gestão.
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