Mato Grosso do Sul, 19 de maio de 2025
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Papa Leão XIV recebe carta de Lula e é convidado a visitar o Brasil durante a COP 30 em Belém

Geraldo Alckmin representa o país na missa inaugural do novo pontificado e reforça laços entre o Brasil e o Vaticano em meio a apelos por paz e preservação ambiental
Vice-presidente entrega carta do presidente Lula ao Papa Leão XIV com convite para visitar o Brasil na COP 30
Vice-presidente entrega carta do presidente Lula ao Papa Leão XIV com convite para visitar o Brasil na COP 30

No último domingo, 18 de maio, os sinos da Basílica de São Pedro soaram para anunciar uma nova era na liderança da Igreja Católica Apostólica Romana. Sob o olhar atento de chefes de Estado, religiosos e fiéis vindos de diversas partes do mundo, Sua Santidade Papa Leão XIV celebrou a missa solene de início de seu pontificado, no coração do Vaticano. Entre os representantes internacionais presentes, destacou-se o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, que esteve no local como enviado oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cerimônia, repleta de símbolos litúrgicos e marcada por mensagens de conciliação e esperança, foi seguida de encontros diplomáticos que reiteraram o papel histórico do Vaticano como ator político e moral no cenário internacional. Após a celebração, Alckmin entregou pessoalmente ao novo pontífice uma carta redigida por Lula, na qual o presidente convida formalmente o Papa a visitar o Brasil e participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), programada para novembro deste ano em Belém, no Pará.

No conteúdo da mensagem, Lula expressa, além do convite, seu respeito e admiração pela missão espiritual do novo pontífice, bem como o desejo de fortalecer os laços diplomáticos entre o Estado brasileiro e a Santa Sé, relações estas que, em 2026, completarão dois séculos de existência. O gesto representa não apenas uma formalidade diplomática, mas um ato de reconhecimento da importância da presença moral da Igreja nos debates que envolvem a paz mundial e a crise ambiental que afeta todas as nações.

“Quero destacar a honra de representar o governo brasileiro no início do pontificado do Papa Leão XIV, trazer os cumprimentos do presidente Lula ao chefe de Estado do Vaticano e ao líder espiritual da Igreja Católica Apostólica Romana. E trouxe o convite do presidente Lula para o Papa Leão XIV visitar o Brasil, especialmente na COP 30 em novembro em Belém”, declarou o vice-presidente, logo após a audiência com o pontífice.

Ainda durante seu pronunciamento, Alckmin fez um aceno à relevância do novo papa como voz de esperança em tempos de tensão global. “Ao promover a paz, o Papa Leão XIV traz uma grande esperança para toda a humanidade”, destacou o vice-presidente. A declaração foi recebida com aprovação entre os presentes e reforça o entendimento de que o novo pontificado pode exercer um papel determinante na defesa de causas universais, como o combate à fome, a mediação de conflitos e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Geraldo Alckmin chegou a Roma no sábado, 17 de maio, acompanhado da segunda-dama, Lu Alckmin. Ainda antes da cerimônia de entronização, participou de uma série de compromissos oficiais ao lado do embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Everton Vargas. Em um encontro realizado na embaixada brasileira, reuniu-se com os cardeais brasileiros residentes em Roma e com o arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as relações com os Estados e Organizações Internacionais do Vaticano. Durante a ocasião, entregou simbolicamente uma camisa do Santos Futebol Clube para ser repassada ao Papa Leão XIV, gesto que mistura diplomacia com o calor típico da cultura brasileira.

A simbologia do presente é relevante. O Santos, clube imortalizado por Pelé, carrega uma carga emocional e representativa do Brasil profundo, que une fé popular, identidade nacional e esporte como linguagem universal. A camisa, mais do que um adorno, representa uma saudação afetiva ao Papa, conhecida figura apreciadora do contato com as culturas dos povos que lidera espiritualmente.

A possível presença do Papa na COP 30, caso venha a se concretizar, será histórica. O evento, que pela primeira vez será realizado na região amazônica, promete reunir líderes de todo o mundo para discutir medidas efetivas diante da emergência climática. O pontífice, que já em seus primeiros pronunciamentos ressaltou o compromisso da Igreja com a preservação da criação divina e a responsabilidade coletiva na proteção dos mais vulneráveis, pode se tornar uma voz central nos debates do encontro.

A visita também representaria a quinta de um papa ao Brasil, que anteriormente recebeu João Paulo II por três vezes, Bento XVI em 2007 e Francisco em 2013. Contudo, seria a primeira com foco específico em questões ambientais, posicionando o país como centro das discussões globais sobre sustentabilidade, biodiversidade e justiça climática.

A expectativa agora gira em torno da resposta do Vaticano. A agenda papal é tradicionalmente apertada e cuidadosamente elaborada, mas o convite brasileiro, entregue nos primeiros dias do novo pontificado, reforça a prioridade que o governo Lula pretende dar à dimensão humanista e ecológica da política internacional brasileira.

Em tempos de transições políticas e desafios climáticos crescentes, a aproximação entre o Brasil e a Santa Sé assume contornos que vão além da diplomacia tradicional. Trata-se de uma convergência de princípios e propósitos que aponta para a construção de uma nova diplomacia verde, baseada na fé, na solidariedade e na responsabilidade com o futuro do planeta.

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