A segunda-feira, 19 de maio, foi marcada por um movimento de queda no valor do dólar frente ao real, refletindo tanto fatores externos quanto posicionamentos internos que influenciaram o comportamento dos agentes financeiros. A moeda norte-americana encerrou o pregão em baixa, após operar com leve oscilação nas primeiras horas do dia, atingindo a cotação de R$ 5,6549.
A retração de 0,25% no dólar à vista veio na esteira de um ambiente externo mais favorável às divisas de países emergentes. O recuo foi impulsionado principalmente pela decisão da agência de classificação de risco Moody’s, que, na última sexta-feira, 16 de maio, rebaixou a nota de crédito soberana dos Estados Unidos de “Aaa” para “Aa1”. A justificativa do rebaixamento foi a crescente preocupação com o volume da dívida pública norte-americana e o aumento persistente dos juros pelo Federal Reserve.
A repercussão da medida provocou um reposicionamento no mercado financeiro internacional. Investidores passaram a reavaliar sua exposição ao dólar, diante da elevação dos prêmios de risco atribuídos à economia dos Estados Unidos. O resultado foi uma desvalorização generalizada da moeda norte-americana frente a outras divisas globais, inclusive emergentes como o peso chileno, o peso mexicano e o real brasileiro.
O movimento foi acompanhado pela queda do índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes. O indicador recuava 0,42%, sendo cotado a 100,340 pontos no início da tarde.
No Brasil, além do cenário externo, a moeda também reagiu às declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante evento promovido pelo banco Goldman Sachs em São Paulo. Em sua fala, Galípolo defendeu a manutenção da taxa de juros em patamar elevado por um período prolongado, sugerindo que a política monetária seguirá restritiva enquanto a inflação não for firmemente controlada.
O presidente do BC sinalizou ainda que a autarquia permanecerá vigilante e dependerá exclusivamente dos dados econômicos para balizar suas próximas decisões, descartando o uso de orientação futura (“forward guidance”) no atual momento. O discurso reforçou a percepção de comprometimento do Banco Central com a meta de inflação, o que contribuiu para sustentar a confiança no real e fortalecer a entrada de capital estrangeiro.
Analistas de mercado interpretaram os comentários como uma indicação de que o diferencial de juros entre o Brasil e as principais economias do mundo continuará atrativo, fator que tende a favorecer o real em detrimento do dólar, especialmente em momentos de aversão ao risco global.
Durante a sessão, o dólar chegou a alcançar a máxima de R$ 5,6903, por volta das 9h42, mas recuou gradualmente ao longo do dia, acompanhando o movimento de queda da moeda norte-americana em escala internacional. A mínima foi registrada às 12h23, quando atingiu R$ 5,63215, com queda de 0,65%.
Na B3, o contrato de dólar futuro com vencimento mais próximo recuava 0,29% às 17h02, sendo negociado a R$ 5,672. Já o dólar turismo apresentou uma cotação de venda a R$ 5,71 e de compra a R$ 5,89.
O Banco Central atuou pela manhã com a venda integral de 30 mil contratos de swap cambial tradicional, como parte do processo de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025. A medida visou manter o equilíbrio no mercado de câmbio diante da volatilidade provocada pelos eventos da semana.
Paralelamente, o bom desempenho do mercado acionário brasileiro contribuiu para um ambiente mais otimista. O Ibovespa renovou sua máxima histórica de fechamento, ampliando o apetite de investidores estrangeiros por ativos locais e reforçando o fluxo de entrada de divisas.
O cenário, apesar de complexo, mostra que o Brasil segue atrativo em termos de investimento, especialmente pela manutenção de uma política monetária conservadora e pelo comprometimento com o equilíbrio fiscal e o controle inflacionário. Os próximos dias devem continuar pautados por forte atenção aos dados econômicos internacionais e às sinalizações do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro.
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