Mato Grosso do Sul, 22 de maio de 2025
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Governo eleva projeção de crescimento do Produto Interno Bruto para 2025 e revisa expectativas macroeconômicas do país

Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda anuncia crescimento mais robusto, revisão da inflação e cenário externo desafiador, com perspectivas positivas para a atividade produtiva brasileira
Estimativa foi apresentada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda
Estimativa foi apresentada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda

O Governo Federal anunciou, nesta segunda-feira, uma revisão para cima da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2025. A estimativa oficial passou de 2,3% para 2,4%, conforme os dados apresentados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, em Brasília, durante a divulgação do Boletim Macrofiscal e das projeções de indicadores macroeconômicos.

Este ajuste, embora modesto, reflete mudanças importantes na dinâmica econômica recente e nas perspectivas setoriais. A subsecretária de Política Macroeconômica da SPE, Raquel Nadal, explicou que “essa revisão repercute, principalmente, a maior projeção de crescimento para o primeiro trimestre, além de um aumento na projeção de safra”. A atualização reforça o otimismo moderado com a trajetória da economia brasileira, que mantém estimativas em torno de 2,6% para os anos subsequentes, considerando o impacto positivo de políticas estruturantes como a transformação ecológica e a reforma tributária.

De acordo com a SPE, o setor agropecuário deve liderar a expansão econômica, com previsão de crescimento de 6,3% para o próximo ano, seguido pela indústria, com 2,2%, e pelos serviços, com 2%. A subsecretária acrescentou que essas projeções já incorporam, ainda que parcialmente, os efeitos de políticas microssetoriais que buscam dinamizar a economia nacional.

Inflação revisada: IPCA deve atingir 5% em 2025, com expectativa de recuo no fim do ano

Além da atualização do PIB, o Governo também revisou as expectativas para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A projeção para 2025 passou de 4,9% para 5%, em função de surpresas inflacionárias observadas em março, bem como de alterações no cenário econômico.

“De fevereiro a abril, observamos uma elevação da inflação, de 5,1% para 5,5%, impulsionada principalmente pela alta nos preços livres, sobretudo de serviços e bens industriais”, apontou Raquel Nadal. O impacto da valorização cambial defasada e os efeitos inerciais do mercado de trabalho aquecido contribuíram para esse movimento. Além disso, a inflação de alimentos também registrou alta, especialmente devido à menor deflação de produtos in natura e ao aumento nos preços do café, leite e derivados.

Apesar disso, a subsecretária destacou que desde o início do ano houve uma redução nos preços de alimentos importantes da cesta básica brasileira, como arroz, feijão, carnes bovinas e óleo de soja. “O preço do azeite também caiu, e esse movimento pode ser relacionado à retirada temporária do Imposto de Importação”, ressaltou Nadal.

A SPE espera que o IPCA se acelere até cerca de 6,1% ao longo do ano, mas projeta uma desaceleração para aproximadamente 5% acumulados em 12 meses até o final de 2025. “Até o fim do ano, a inflação de alimentos deve cair, assim como a inflação de serviços, refletindo menores impulsos vindos do mercado de crédito e trabalho, por conta da política monetária mais restritiva”, acrescentou a subsecretária.

Para o ano de 2026, a projeção do IPCA foi levemente ajustada de 3,5% para 3,6%, permanecendo dentro da meta de inflação. A partir de 2027, espera-se que a inflação convirja para o centro da meta, demonstrando estabilidade e previsibilidade no médio prazo.

Previsões para outros índices de preços e o câmbio

A SPE também atualizou as previsões para outros indicadores de preços. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2025 subiu de 4,8% para 4,9%, enquanto a projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou de 5,8% para 5,6%. Este último ajuste foi motivado pela redução da inflação no atacado industrial, impulsionada pela desaceleração nos preços de derivados de petróleo e biocombustíveis.

As projeções de inflação foram calculadas com base em uma taxa de câmbio de R$ 5,86, conforme a mediana do Boletim Focus de 7 de maio. No entanto, segundo Raquel Nadal, se o câmbio permanecer mais próximo de R$ 5,70, como no cenário de referência do Comitê de Política Monetária (Copom), as estimativas para inflação poderão ser reduzidas. “Nossa projeção, por exemplo, para o IPCA seria mais próxima de 4,8%”, afirmou.

Mercado de trabalho mantém estabilidade, mas dá sinais de desaceleração

Do ponto de vista do mercado de trabalho, a taxa de desemprego permanece estável desde dezembro, em um patamar historicamente baixo. Entretanto, a SPE identificou sinais de leve desaceleração no ritmo de expansão da população ocupada e da massa de rendimento real, na comparação interanual.

“Essa desaceleração deve continuar nos próximos meses, respondendo de maneira defasada à política monetária mais contracionista, o que auxiliará no retorno da inflação ao intervalo da meta”, destacou Raquel Nadal.

Cenário externo: tensões comerciais e oportunidades para o Brasil

O Boletim Macrofiscal também analisou o contexto internacional, destacando que o acirramento das tensões comerciais e o aumento da incerteza global podem impactar o ritmo de crescimento da economia brasileira. A imposição de tarifas tende a afetar os fluxos de comércio internacional, reduzindo a demanda por commodities e adiando decisões de investimento e consumo.

Todavia, a Secretaria de Política Econômica enxerga potenciais benefícios para o Brasil. “Para os países da América Latina, incluindo o Brasil, entendemos que a imposição dessas tarifas pode até ter algum efeito positivo, como a redução da inflação, em particular, e também pela valorização do real frente ao dólar”, observou o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.

Ele destacou que o real vem em trajetória de apreciação desde janeiro e atualmente se encontra em um patamar próximo ao do terceiro trimestre de 2024. Com isso, o Brasil pode se beneficiar da substituição de importações americanas em países mais afetados pelas tarifas, bem como tornar seus produtos mais competitivos no mercado norte-americano. “Essa nova política comercial pode trazer bens e serviços mais baratos para outras regiões do globo, como a América Latina”, acrescentou.

Além disso, o secretário ressaltou que o Brasil está bem posicionado para atrair investimentos produtivos, especialmente diante da valorização do real e da queda dos preços das commodities, fatores que também podem contribuir para a melhoria do cenário inflacionário.

Resultado primário melhora e reduz projeção de déficit

A subsecretária de Política Fiscal da SPE, Débora Freire, apresentou as expectativas atualizadas do Prisma Fiscal, divulgado na última sexta-feira. Segundo os dados, houve uma melhora na projeção do Resultado Primário e da Dívida Bruta do Governo Geral para 2025.

“O déficit previsto para 2025 caiu de R$ 80 bilhões para R$ 72,7 bilhões. É importante ressaltar que o mercado já prevê cumprimento da meta para o resultado primário, visto que essa projeção não desconta os precatórios, que somam R$ 44,12 bilhões e devem ser considerados para fins de aferição da meta”, comentou Débora Freire.

Ela sublinhou que essa revisão positiva ocorreu pelo sexto mês consecutivo. “Tivemos um processo de deterioração dessa expectativa até o final de 2024, mas desde então observamos uma melhora consistente, que culminou nessa projeção de déficit, já compatível com o cumprimento da meta fiscal”, afirmou.

Perspectivas: crescimento sustentável, inflação controlada e abertura de novos mercados

As projeções oficiais delineiam um cenário de crescimento econômico moderado, mas sustentável, para o Brasil em 2025 e nos anos seguintes, aliado a um controle gradual da inflação e a uma potencial ampliação da presença do país no comércio internacional.

O Governo Federal, por meio da Secretaria de Política Econômica, reforça seu compromisso com a estabilidade macroeconômica, a responsabilidade fiscal e a promoção de políticas estruturantes que impulsionem a produtividade, a competitividade e a sustentabilidade da economia brasileira.

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