Mato Grosso do Sul, 6 de junho de 2025
Campo Grande/MS
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Bandeira vermelha encarece a conta de luz em junho e exige mudanças no consumo doméstico

Medida foi adotada diante da redução do volume de chuvas, aumento no custo de geração de energia e risco hidrológico; especialistas orientam consumidores sobre formas de economizar
A bandeira vermelha de energia é a faixa mais cara do sistema de bandeiras tarifárias da ANEEL
A bandeira vermelha de energia é a faixa mais cara do sistema de bandeiras tarifárias da ANEEL

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a adoção da bandeira tarifária vermelha para todo o território nacional a partir do mês de junho deste ano. A decisão, que surpreendeu parte da população, representa a imposição de uma cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos e reflete um cenário preocupante para o sistema elétrico brasileiro, cuja matriz ainda é fortemente dependente da geração hidrelétrica.

De acordo com a Aneel, a bandeira vermelha foi acionada em função da expressiva queda no volume de chuvas registrada nos últimos meses. Esse fenômeno climático comprometeu o nível dos reservatórios das principais hidrelétricas do país, responsáveis por mais de 60% da geração de energia elétrica. A escassez hídrica impôs a necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que, além de mais poluentes, possuem custo operacional significativamente mais elevado.

O agravamento da chamada crise hídrica aumentou o risco hidrológico, ou seja, a possibilidade de não haver água suficiente para a plena operação das usinas hidrelétricas. Esse risco, aliado ao incremento da demanda por energia típico do período de estiagem, levou o governo e os órgãos reguladores a optarem pela mudança da bandeira tarifária, que não era acionada desde outubro do ano passado.

A bandeira tarifária vermelha, no patamar 1, representa o nível mais caro do sistema criado em 2015 para tornar mais transparente a relação entre as condições de geração de energia e os custos repassados aos consumidores. Sempre que as condições de oferta se deterioram e é preciso recorrer a fontes alternativas mais caras, a bandeira muda, sinalizando o aumento na tarifa.

A adoção da bandeira vermelha neste mês é consequência direta da necessidade de preservar os estoques de água dos reservatórios para garantir o abastecimento ao longo do ano. A falta de chuvas e o prolongamento do período seco afetaram especialmente as regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis pelo maior volume de geração hidrelétrica do país. Além disso, o fenômeno climático El Niño, que alterou o regime de precipitações em várias partes do Brasil, agravou ainda mais o quadro, levando as autoridades a um estado de alerta.

Diante do aumento nas contas de energia, especialistas e órgãos de orientação ao consumidor têm recomendado uma série de medidas para mitigar os impactos financeiros decorrentes da adoção da bandeira vermelha. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) orienta a população a valorizar o uso da iluminação natural durante o dia e a evitar a utilização prolongada de aparelhos elétricos, especialmente os de maior consumo.

Entre as principais recomendações está a redução do tempo de banho, assim como a utilização do chuveiro na posição “verão”, que consome menos energia. O ar-condicionado, por sua vez, deve ser acionado apenas quando estritamente necessário e sempre por curtos períodos, evitando o desperdício.

Outra medida eficiente é a substituição de lâmpadas incandescentes por modelos LED ou fluorescentes, mais econômicos e duráveis. Recomenda-se também que aparelhos eletrônicos que não estejam em uso sejam desligados da tomada, evitando o consumo de energia em modo stand-by, responsável por uma parcela significativa do gasto total.

Além disso, os consumidores devem priorizar o uso de máquinas de lavar e secar apenas com carga completa, a fim de otimizar o consumo. A temperatura da geladeira também merece atenção, devendo ser ajustada de acordo com a necessidade, enquanto o hábito de abrir a porta sem necessidade deve ser evitado.

Por fim, o Inmetro reforça a importância de optar por eletrodomésticos que possuam o selo de eficiência energética, priorizando os classificados com a letra “A”, que indicam os modelos mais econômicos disponíveis no mercado.

A Aneel enfatizou que a medida é necessária para assegurar a sustentabilidade do sistema elétrico nacional e evitar problemas mais graves no fornecimento de energia. Entretanto, o órgão reconheceu que a adoção da bandeira vermelha representa um impacto considerável no orçamento das famílias brasileiras, especialmente num momento em que muitos ainda se recuperam das dificuldades econômicas impostas pelos últimos anos.

A expectativa é de que, com a chegada do próximo período chuvoso, os níveis dos reservatórios se recuperem e seja possível a redução dos custos de geração, permitindo o retorno à bandeira verde, que não impõe custos adicionais aos consumidores. Até lá, porém, a orientação é clara: economizar energia e adotar hábitos de consumo mais conscientes são atitudes indispensáveis para enfrentar os desafios impostos pela atual crise hídrica e energética.

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