Mato Grosso do Sul, 6 de junho de 2025
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Brasileiro foragido há quatro anos é capturado na fronteira com o Paraguai acusado de liderar facção criminosa

Orlando Cordeiro, condenado por tráfico de drogas e homicídio no Brasil, é preso em Capitán Bado e será deportado; autoridades destacam a importância da cooperação internacional no combate ao crime organizado
Orlando Cordeiro será expulso do Paraguai e entregue às autoridades brasileiras (Fotos: Imprensa paraguaia)
Orlando Cordeiro será expulso do Paraguai e entregue às autoridades brasileiras (Fotos: Imprensa paraguaia)

O brasileiro Orlando Cordeiro, que figurava entre os criminosos mais procurados da região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, foi capturado nesta semana pela Polícia Nacional paraguaia na cidade de Capitán Bado, localizada na região conhecida como faixa de fronteira, uma das mais sensíveis e vigiadas do continente sul-americano. Foragido desde o ano de 2020, quando protagonizou uma fuga espetacular de um presídio brasileiro, Cordeiro é apontado pelas autoridades como um dos principais líderes de uma facção criminosa com atuação transnacional, especializada no tráfico de drogas, armas e outros ilícitos.

A prisão foi confirmada pelo comissário Luis Lopez, chefe do Departamento Contra o Crime Organizado do Paraguai. Segundo o relato oficial, a operação que culminou na captura de Orlando Cordeiro ocorreu em uma residência discreta na periferia de Capitán Bado, cidade que faz fronteira direta com Coronel Sapucaia, no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul. No momento da prisão, Cordeiro não resistiu, mas, segundo os policiais, estava fortemente armado e cercado de objetos e veículos que indicam uma vida dedicada ao crime.

Na residência, foram apreendidas uma pistola Glock com onze munições intactas, vários carregadores de armas de fogo, um seletor de tiro dispositivo que permite transformar uma pistola semiautomática em uma arma de disparo automático além de considerável quantidade de dinheiro, joias, relógios de luxo, um notebook, diversos celulares, uma balança de precisão e três caminhonetes de alto valor, duas delas com placas brasileiras.

A prisão de Orlando Cordeiro lança luz sobre a complexa rede criminosa que atua na linha de fronteira entre o Paraguai e o Brasil, especialmente no trecho que separa os estados brasileiros de Mato Grosso do Sul e Paraná do território paraguaio. A região, caracterizada por vasta extensão territorial, áreas de mata fechada e fronteiras secas de difícil fiscalização, é considerada uma das principais rotas do narcotráfico no continente. Facções brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, disputam o controle dessas rotas com grupos paraguaios e bolivianos, promovendo uma escalada de violência e insegurança.

Embora não possuísse processos abertos em território paraguaio, Orlando Cordeiro é alvo de múltiplas condenações no Brasil, onde responde por crimes de tráfico de drogas e homicídio. As investigações apontam que, após fugir da prisão em 2020, ele teria se refugiado no Paraguai e, de lá, passado a coordenar operações logísticas de uma facção criminosa, promovendo a exportação de entorpecentes em larga escala para o Brasil e países do Cone Sul, como Argentina, Uruguai e Chile.

As autoridades paraguaias já iniciaram os trâmites para a deportação imediata de Orlando Cordeiro, considerado “extremamente perigoso” pelo Departamento Contra o Crime Organizado. A expectativa é de que ele seja entregue às autoridades brasileiras nas próximas semanas, para que volte a cumprir as penas às quais foi condenado e para responder por novos processos que eventualmente sejam abertos a partir das apreensões feitas na ocasião de sua prisão.

O comissário Luis Lopez ressaltou que a captura de Cordeiro representa um golpe significativo contra o crime organizado transnacional, ao enfraquecer uma das lideranças responsáveis pela articulação de redes criminosas que atuam na fronteira. Lopez destacou ainda a importância da colaboração entre as forças de segurança do Paraguai e do Brasil, que vêm intensificando operações conjuntas e o intercâmbio de informações de inteligência, fundamentais para combater organizações de alta periculosidade que operam além das fronteiras nacionais.

O caso de Orlando Cordeiro evidencia, mais uma vez, o desafio enfrentado pelos países sul-americanos no enfrentamento ao crime organizado, que se aproveita das falhas de fiscalização, da fragilidade das fronteiras e da corrupção institucional para expandir suas atividades. A prisão de um dos principais articuladores dessas redes representa um alento para as autoridades, mas também um alerta sobre a necessidade de permanente vigilância, investimento em tecnologia de monitoramento e fortalecimento da cooperação internacional.

Enquanto a deportação não é concluída, Orlando Cordeiro permanece sob custódia das autoridades paraguaias, em uma unidade de segurança máxima, para evitar qualquer tentativa de fuga ou represália por parte de outros integrantes da facção à qual pertence. O episódio reforça a imagem da fronteira entre Brasil e Paraguai como um dos mais complexos e desafiadores teatros de operação para as forças de segurança da América do Sul.

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