A trajetória criminosa de Adjane, uma mulher de 47 anos, condenada por um dos crimes mais brutais registrados no interior paulista, teve um novo desfecho no último sábado, 31 de maio, com sua prisão em Cassilândia, município localizado a 419 quilômetros de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Ela estava foragida desde 2020, ano em que assassinou e enterrou o corpo do próprio companheiro, um homem de 42 anos, no quintal da residência onde o casal morava há menos de um mês, na região de Barra Funda, no interior de São Paulo.
A operação que culminou na sua prisão foi conduzida pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, com apoio da Polícia Militar, dando cumprimento ao mandado de prisão preventiva expedido pela 5ª Vara do Júri da capital paulista. Adjane foi localizada na Rua Acyr Barbosa Sandoval, próxima a um galpão, e no momento da abordagem estava prestes a entrar em um veículo Fiat Uno, a cerca de 600 metros da residência onde vinha se escondendo desde que fugira da Justiça.
De acordo com as investigações que embasaram a denúncia e levaram à sua condenação, o crime aconteceu em um contexto de relacionamento recente e conturbado. Adjane e a vítima haviam se conhecido há poucos meses e, após um breve namoro, decidiram morar juntos em uma chácara isolada, situada na zona rural de Barra Funda. Entretanto, o convívio revelou-se repleto de desavenças, ciúmes e desconfianças mútuas, fatores que, segundo os laudos policiais, motivaram a ação violenta da mulher.
A sequência do crime foi marcada pela frieza e pela premeditação. Adjane teria aproveitado um momento de distração do companheiro para desferir-lhe golpes fatais, utilizando-se de um objeto contundente ainda não especificado com precisão pelas autoridades. Após consumar o homicídio, a mulher arquitetou minuciosamente a ocultação do cadáver, cavando uma cova rasa no quintal da chácara, onde enterrou o corpo da vítima, sem comunicar o ocorrido a ninguém.
Durante as investigações, surgiram indícios de que a motivação principal do crime teria sido a suspeita, por parte da autora, de uma possível traição, além de conflitos financeiros envolvendo a administração dos bens do casal e desentendimentos sobre a venda de alguns animais que mantinham na propriedade. Testemunhas ouvidas no processo relataram episódios de agressões verbais entre o casal e mencionaram o temperamento impulsivo e possessivo de Adjane.
Após o desaparecimento do homem, familiares procuraram as autoridades locais, motivando o início das investigações. A polícia, ao visitar a propriedade, constatou sinais de terra revolvida no quintal, o que levou à escavação e, posteriormente, à descoberta do corpo em avançado estado de decomposição. O laudo necroscópico confirmou as lesões compatíveis com homicídio doloso, com indícios de violência extrema.
Com a materialidade do crime comprovada e diante das evidências de autoria, a Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva de Adjane, que, desde então, passou a viver foragida, mudando-se para diversos municípios até se fixar em Cassilândia, onde tentava manter-se oculta da fiscalização policial. A operação que resultou em sua captura foi meticulosamente planejada após levantamento de informações sobre sua rotina e locais frequentados.
No momento da prisão, Adjane não apresentou resistência e foi imediatamente conduzida à Delegacia de Polícia de Cassilândia, onde foi cumprido o mandado de prisão preventiva. A condenada permanece agora à disposição da Justiça paulista para o cumprimento da pena que lhe foi imposta, sendo aguardada a sua transferência para São Paulo.
Este caso emblemático expõe a complexidade das relações interpessoais marcadas pela violência doméstica e evidencia a importância do trabalho integrado entre as forças policiais de diferentes estados, possibilitando a localização e captura de foragidos que buscam escapar das consequências legais de seus atos.
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