Mato Grosso do Sul, 5 de junho de 2025
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Sargento da Polícia Militar é flagrado agredindo homem algemado em Ribas do Rio Pardo

Imagens gravadas mostram o policial desferindo golpes mesmo após vítima estar imobilizada; Polícia Militar anuncia abertura de procedimento para apurar conduta

Um episódio marcado pela violência policial chocou a população de Ribas do Rio Pardo, município localizado a 98 quilômetros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, neste domingo, 1º de junho. Um vídeo que circulou amplamente nas redes sociais e aplicativos de mensagens flagrou um sargento da Polícia Militar agredindo fisicamente um homem já algemado e imobilizado, ação que gerou indignação pública e motivou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta do agente envolvido.

Nas imagens registradas por testemunhas, é possível observar com clareza o momento em que o policial militar desfere diversos golpes contra o homem, que se encontrava totalmente contido, sem oferecer qualquer resistência. A agressão ocorreu em plena via pública, sob os olhares atônitos de moradores e, conforme apurado, na presença da filha da vítima, que, em estado de choque, acompanhou toda a cena.

Segundo relatos de pessoas próximas ao homem agredido, ele expressou temor quanto a possíveis represálias após o episódio, uma vez que a violência policial foi cometida de forma ostensiva, evidenciando um descontrole por parte do militar. A identidade da vítima e do sargento não foi oficialmente divulgada pelas autoridades, que, até o momento, também não esclareceram as circunstâncias que motivaram a abordagem.

A reportagem buscou posicionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul sobre os fatos, mas a corporação não forneceu detalhes acerca do motivo que levou à intervenção policial nem comentou sobre a conduta do sargento flagrado no vídeo. Entretanto, o tenente-coronel Antônio José Pereira Neto, comandante da PM em Ribas do Rio Pardo, afirmou que será instaurado um Inquérito Policial Militar, instrumento jurídico previsto para investigar a responsabilidade administrativa e disciplinar de integrantes das forças de segurança em casos como este.

O episódio levanta novamente o debate sobre a atuação das forças policiais e os limites do uso da força no exercício da autoridade pública. Desde 2019, com a promulgação da Lei nº 13.869, conhecida como Lei de Abuso de Autoridade, condutas como a registrada no vídeo passaram a ser tratadas com maior rigor no ordenamento jurídico brasileiro. A legislação estabelece que agentes públicos não podem utilizar o poder conferido pelo Estado de forma arbitrária, desproporcional ou injusta, protegendo os cidadãos de agressões, constrangimentos ilegais e outras violações de seus direitos fundamentais.

De acordo com a referida lei, quando comprovado o abuso, o agente público pode ser responsabilizado criminalmente, civilmente e administrativamente, enfrentando desde punições disciplinares, como advertência e suspensão, até sanções mais severas, incluindo a perda do cargo e a proibição de assumir funções públicas.

A cena registrada em Ribas do Rio Pardo evidencia o desafio constante das instituições de segurança pública na formação e supervisão de seus quadros, visando garantir que a atuação policial seja pautada pelo respeito aos direitos humanos, à dignidade da pessoa e às normas legais. Casos como este, amplamente divulgados, geram não apenas repercussão social, mas também provocam reflexões sobre a necessidade de reforçar a cultura de accountability nas corporações, assegurando que agentes públicos respondam adequadamente por seus atos.

O Inquérito Policial Militar, agora instaurado, deverá reunir provas, ouvir testemunhas e analisar a conduta do sargento envolvido, a fim de determinar se houve violação dos preceitos legais e institucionais que regem a atividade policial. Até que o procedimento seja concluído, o caso segue sob investigação e a população aguarda os desdobramentos oficiais que possam assegurar a responsabilização e a prevenção de novos episódios semelhantes.

Enquanto isso, o homem agredido, ainda abalada emocionalmente, permanece temeroso quanto às consequências de sua exposição pública e espera que a Justiça e os mecanismos internos de controle da Polícia Militar garantam sua proteção e a reparação adequada diante da violência sofrida.

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