Mato Grosso do Sul, 18 de junho de 2025
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Dólar sobe e se aproxima de R$ 5,50 em meio à escalada do conflito entre Israel e Irã e expectativa sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos

Cenário internacional tenso e decisões dos bancos centrais ampliam volatilidade no mercado cambial e pressionam a moeda norte-americana
Foto: Adobe Stock
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O mercado financeiro brasileiro encerrou a terça-feira sob forte tensão e cautela. O dólar comercial subiu e fechou cotado a R$ 5,497, refletindo não apenas os desdobramentos do conflito no Oriente Médio, entre Israel e Irã, como também a expectativa dos investidores para as decisões de juros que serão anunciadas na quarta-feira, tanto pelo Federal Reserve, nos Estados Unidos, quanto pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil.

O avanço da moeda norte-americana, embora moderado, foi suficiente para acender o sinal de alerta no mercado. A alta de 0,18% levou a cotação da divisa a R$ 5,4972 no mercado à vista, enquanto o contrato futuro de dólar para julho, o mais líquido no país, encerrou o dia em R$ 5,5115, com valorização de 0,22%.

O cenário internacional tem sido determinante para essa movimentação. A escalada da tensão no Oriente Médio, após o ataque surpresa realizado por Israel na sexta-feira, resultou na morte de praticamente todo o alto escalão das forças armadas iranianas e de seus principais cientistas ligados ao programa nuclear. O governo israelense afirma que controla o espaço aéreo iraniano e já sinaliza que deve intensificar a ofensiva nos próximos dias.

A crise se agravou quando a Casa Branca informou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou antecipadamente a cúpula do G7, no Canadá, para acompanhar de perto os desdobramentos da guerra no Oriente Médio. Trump também declarou que a operação militar israelense poderia ser encerrada rapidamente, desde que o Irã aceitasse as condições impostas pelos Estados Unidos em relação ao seu programa nuclear.

Diante desse cenário geopolítico instável, investidores globais adotaram uma postura mais defensiva, reduzindo a exposição a ativos considerados de risco, como moedas de países emergentes, e migrando para ativos mais seguros, o que naturalmente fortalece o dólar em nível global.

Apesar da tensão crescente, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuava 0,09%, indicando que parte dos investidores ainda aguardava, com cautela, os desdobramentos não apenas da guerra, mas também das decisões econômicas programadas para a chamada “superquarta”.

A BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, publicou um relatório alertando que a combinação entre o aumento das tarifas comerciais e uma possível disparada dos preços do petróleo, em função do conflito no Oriente Médio, pode levar os bancos centrais a enfrentar um ambiente de crescimento global mais fraco e inflação mais alta. “Se o conflito comprometer a segurança de rotas comerciais estratégicas, os impactos sobre a oferta podem gerar pressões inflacionárias ainda mais severas”, avaliou a gestora.

No campo econômico, as atenções do mercado estão voltadas para as decisões de política monetária. O Federal Reserve deve anunciar se mantém os juros nos atuais patamares ou se realizará algum ajuste. A expectativa majoritária é de manutenção, mas não se descarta um possível sinal de aperto monetário caso o cenário inflacionário global piore.

No Brasil, o mercado está dividido. Parte dos analistas aposta na manutenção da taxa Selic em 14,75%, enquanto outra corrente já precifica uma possível elevação de 0,25 ponto percentual, diante do ambiente internacional conturbado e das incertezas fiscais no cenário doméstico.

Internamente, além da expectativa em relação à decisão do Copom, os investidores acompanham com apreensão o impasse envolvendo o aumento do IOF. Na segunda-feira, a Câmara dos Deputados aprovou um requerimento de urgência para votar um projeto que pode derrubar o decreto do governo que tenta elevar as alíquotas do imposto. A medida é considerada sensível e pode gerar impactos significativos tanto na arrecadação quanto no ambiente de negócios.

Diante desse ambiente carregado de incertezas, o real segue pressionado, refletindo tanto os fatores externos, como a escalada militar no Oriente Médio, quanto os riscos fiscais e econômicos internos. A combinação desses elementos explica a valorização do dólar, que se aproxima perigosamente da marca de R$ 5,50, patamar que não era registrado há meses.

Seja no front internacional ou no cenário doméstico, os próximos dias prometem ser decisivos para definir os rumos da economia brasileira, a trajetória dos juros e, sobretudo, o comportamento do câmbio.

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