Morreu nesta quinta-feira, 19 de junho de 2025, aos 91 anos, o ator Francisco Cuoco, um dos mais emblemáticos nomes da dramaturgia brasileira. Internado havia cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o artista não resistiu. A causa da morte não foi oficialmente divulgada. Cuoco vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos anos, como crises de ansiedade e complicações relacionadas ao excesso de peso.
Francisco Cuoco nasceu em 29 de novembro de 1933, no bairro do Brás, em São Paulo. Filho de Leopoldo Cuoco, um feirante de origem italiana, desde cedo demonstrava sensibilidade artística. Foi na década de 1950 que ele iniciou sua trajetória nos palcos, quando o teatro brasileiro vivia uma efervescência cultural em meio às transformações sociais do pós-guerra.
Seu primeiro grande papel no teatro foi em 1961, interpretando Werneck na peça “O beijo no asfalto”, de Nelson Rodrigues, sob direção de Fernando Torres. A intensidade da atuação e a profundidade do personagem marcaram sua entrada definitiva nas artes cênicas.
Ainda na década de 1960, com a chegada da televisão às casas brasileiras, Cuoco ingressou no novo meio com naturalidade e talento, tornando-se um dos pioneiros da teledramaturgia nacional. Estreou na TV Tupi e depois passou pela TV Excelsior, mas foi na Rede Globo que consolidou sua fama. Sua atuação em novelas como “Selva de pedra” (1972), “O astro” (1977), “Sassaricando” (1987) e “O rei do gado” (1996) o transformou em um dos galãs mais populares e respeitados do país.
Já no século XXI, Cuoco seguiu ativo, participando de tramas como “Da cor do pecado” (2004), “América” (2005), “Cobras & lagartos” (2006) e “Ti ti ti” (2010), sempre emprestando aos seus personagens uma mistura de elegância, autoridade e emoção. Sua última aparição na televisão ocorreu em 2020, na novela “Salve-se quem puder”, marcando a despedida de um nome que habitou os lares brasileiros por décadas.
Apesar da extensa carreira na televisão, Cuoco jamais renegou suas origens no teatro. Após um longo hiato, retornou aos palcos em 2004 com a peça “Três homens baixos”, relembrando suas raízes e sua paixão primeira pela atuação ao vivo. No cinema, também brilhou com participações memoráveis em filmes como “Gêmeas” (1999), “Traição” (1998) e “Cafundó” (2005).
Na vida pessoal, Francisco Cuoco foi casado com a atriz Carminha Brandão nos anos 1960. Posteriormente, teve um relacionamento com Gina Rodrigues, com quem teve três filhos, e se separou em 1984. Em 2013, surpreendeu o público ao assumir um relacionamento com Thaís Almeida, 54 anos mais jovem que ele, união que terminou em 2017.
Ao longo de sua vida, Cuoco foi mais do que um ator: foi símbolo de uma era de ouro da televisão brasileira, referência para gerações de artistas e inspiração para quem via na arte uma forma de transformar a realidade. Seu carisma, voz marcante e presença cênica inconfundível tornaram-no um dos maiores nomes das artes no Brasil.
A morte de Francisco Cuoco representa não apenas a perda de um ícone, mas o encerramento de um capítulo glorioso da história cultural do país. Sua imagem e sua obra permanecerão vivas na memória coletiva dos brasileiros, como exemplo de dedicação, talento e amor à arte.
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