Mato Grosso do Sul, 21 de junho de 2025
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Jair Bolsonaro interrompe agenda política em Goiás após mal-estar e retorna a Brasília

Ex-presidente se sente mal durante visita a frigorífico e cancela compromissos com aliados em Anápolis; médicos acompanham quadro de saúde em domicílio
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve de interromper sua agenda em Goiás na manhã desta sexta-feira, 20 de junho, após sentir um forte mal-estar estomacal durante visita ao Frigorífico Goiás, em Goiânia. Segundo relatos de assessores e apoiadores presentes, Bolsonaro aparentava fraqueza e sinais de enjoo. Permaneceu cerca de vinte minutos no local e chegou a participar brevemente de um churrasco com simpatizantes antes de deixar o evento às pressas.

De acordo com a equipe que o acompanhava, Bolsonaro sofreu um pico de pressão arterial, atingindo 14 por 9, e relatou náuseas intensas. Em decorrência disso, cancelou dois compromissos que teria mais tarde em Anápolis: uma cerimônia de entrega de honraria e um almoço reservado com lideranças políticas locais. O ex-presidente retornou imediatamente a Brasília, onde foi acolhido em sua residência. Seu médico pessoal foi acionado para prestar atendimento domiciliar e avaliará a necessidade de exames clínicos complementares.

Este não é o primeiro episódio recente de problemas gástricos envolvendo o ex-presidente. Na quinta-feira, 19, durante evento em Aparecida de Goiânia onde recebeu o título de cidadão goianiense, Bolsonaro já havia sinalizado estar debilitado. Em discurso aos presentes, revelou com dificuldade que vem sofrendo episódios de vômito frequentes. “Desculpa, estou muito mal. Vomito dez vezes por dia”, afirmou, soluçando visivelmente emocionado diante da plateia.

O mal-estar reacende a preocupação com o histórico médico do ex-presidente, que desde o atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018 já passou por ao menos sete cirurgias abdominais. A mais recente ocorreu há cerca de dois meses, em São Paulo. Desde então, Bolsonaro tem se queixado de dificuldades digestivas e dores crônicas.

A visita a Goiás, iniciada na quinta-feira, marcou o retorno de Bolsonaro ao estado após as eleições municipais de 2024. Na ocasião, ele se reuniu com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), no Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual. Apesar do histórico recente de rivalidade política entre ambos — com trocas públicas de críticas em 2022 e 2023 —, o encontro teve tom protocolar e cordial, segundo fontes próximas.

Nos bastidores, aliados apontam que a aproximação entre Bolsonaro e Caiado serve para sinalizar uma possível reorganização da direita no estado, que ainda se recupera da fragmentação ocorrida nas eleições municipais. Embora inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro continua sendo uma figura central no tabuleiro político conservador. Sua movimentação política continua a gerar repercussões nacionais e locais, especialmente entre parlamentares e pré-candidatos que apostam em seu apoio informal.

Apesar das preocupações médicas, interlocutores afirmam que Bolsonaro deve manter, ao menos por ora, uma agenda pública mais moderada, privilegiando eventos de menor duração e deslocamentos curtos. A avaliação médica desta sexta-feira poderá indicar novos rumos para sua rotina nos próximos dias.

A visita ao Frigorífico Goiás, local que ganhou notoriedade durante a campanha de 2022 por associar suas promoções ao número eleitoral de Bolsonaro, fazia parte de um esforço do ex-presidente de manter conexão com sua base fiel. Mesmo debilitado, ele insistiu em comparecer ao local. A rápida saída e os cancelamentos seguintes, contudo, evidenciaram a limitação física enfrentada atualmente.

A assessoria de Bolsonaro divulgou nota informando que o ex-presidente está em repouso, sob cuidados médicos, e agradeceu o apoio recebido de simpatizantes e autoridades de Goiás. Não há previsão de retorno imediato à agenda pública, e novas informações serão prestadas após a avaliação médica completa.

O impacto político do episódio vai além do cancelamento de compromissos. Analistas avaliam que o estado de saúde de Bolsonaro pode influenciar o cenário da direita nos próximos anos, especialmente se houver agravamento ou necessidade de tratamento prolongado. Lideranças conservadoras ligadas ao ex-presidente passaram a discutir a possibilidade de reorganização interna no PL e a necessidade de formar novas lideranças regionais que possam garantir a coesão do eleitorado bolsonarista.

A recorrência de problemas de saúde desde o atentado de 2018 reforça a fragilidade clínica de Bolsonaro. Entre cirurgias, internações e períodos de repouso, ele tem enfrentado limitações para exercer uma militância política ativa. Médicos apontam que as sequelas da facada, agravadas por episódios de obstrução intestinal e inflamações recorrentes, exigem cuidados constantes e podem limitar seu ritmo de atuação.

Do ponto de vista da oposição, o episódio foi tratado com cautela. Parlamentares de esquerda evitaram declarações públicas incisivas, enquanto segmentos críticos apontaram que o estado de saúde de Bolsonaro não deve impedir investigações sobre temas sensíveis envolvendo sua gestão, como o uso de recursos públicos e eventuais irregularidades administrativas.

Ainda é cedo para prever as consequências de médio prazo, mas a expectativa é de que o episódio leve aliados a repensarem a exposição do ex-presidente em agendas públicas mais intensas. Com as eleições de 2026 no horizonte, cresce a necessidade de reposicionamento estratégico dentro do espectro conservador.

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