A tensão internacional voltou a ocupar o centro das atenções nos mercados financeiros nesta segunda-feira, após os Estados Unidos lançarem uma ofensiva militar contra o Irã no último fim de semana, com ataques diretos a três instalações nucleares. O episódio elevou o clima de instabilidade geopolítica no Oriente Médio, acentuou a aversão global ao risco e provocou uma corrida por ativos considerados mais seguros, fortalecendo o dólar em relação às principais moedas internacionais.
Às 7h30 no horário de Brasília, o índice do dólar, que mensura o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas fortes, registrava alta de 0,70%, atingindo 98,95 pontos. O movimento refletiu a busca por proteção por parte de investidores globais diante do agravamento das tensões entre Washington e Teerã. Ainda que tradicionalmente o ouro e o iene japonês também sejam beneficiados em momentos de instabilidade, ambos apresentaram depreciação no mesmo intervalo, revelando a predominância do dólar como refúgio imediato em situações de conflito iminente.
As moedas asiáticas, por sua vez, ampliaram perdas recentes, pressionadas por uma combinação de fatores externos. Além do cenário de incerteza provocado pela ofensiva norte-americana, investidores seguem atentos a uma postura mais rigorosa do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. A expectativa é de que discursos de dirigentes da instituição ao longo da semana tragam novos sinais sobre os rumos da política monetária americana. O depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso, agendado para terça e quarta-feira, está sendo observado com particular atenção por investidores e analistas.
A instabilidade nos mercados foi agravada pela ausência de uma resposta clara do Irã aos ataques norte-americanos. Em pronunciamentos oficiais, autoridades iranianas afirmaram que “todas as opções estão sobre a mesa” e advertiram para possíveis “consequências eternas”. No plano militar, o Irã intensificou ataques aéreos contra Israel, alegando retaliação à ofensiva israelense que, dias antes, havia atingido centros nucleares em solo iraniano.
Em declarações públicas, o governo iraniano também passou a sinalizar que avalia bloquear o Estreito de Hormuz, uma das principais rotas de escoamento de petróleo e gás natural do Oriente Médio. Caso concretizada, a medida poderia gerar severas disrupções no fornecimento energético global, elevando os preços do petróleo e pressionando a inflação em escala internacional.
O presidente Donald Trump, em tom desafiador, voltou a afirmar que considera uma mudança de regime no Irã como uma possibilidade concreta. Em mensagens publicadas nas redes sociais, o mandatário norte-americano classificou a recente ofensiva como um “ato de defesa preventiva” e sugeriu que novas ações poderão ser tomadas, caso o Irã mantenha o que chamou de “comportamento hostil e provocador”.
Nos bastidores diplomáticos e econômicos, analistas avaliam que os ataques liderados pelos Estados Unidos, além de intensificarem o risco de escalada militar, evidenciam a disposição do governo norte-americano em agir de forma rápida e direta, contrariando a postura mais comedida que se desenhava nas últimas semanas. Para os mercados, essa mudança de sinal representa um fator de incerteza adicional, com impactos diretos sobre os fluxos de capitais, os preços das commodities e a condução da política monetária global.
Os contratos futuros de petróleo iniciaram a segunda-feira em alta, com oscilações ao longo do pregão. Operadores alertam que, caso o Irã bloqueie o Estreito de Hormuz ou ataque bases americanas na região, os preços podem disparar, alimentando expectativas inflacionárias e tornando mais distante qualquer movimento de corte de juros por parte do Federal Reserve.
Em nota distribuída a clientes, analistas do banco ING destacaram que “o petróleo continua sendo o principal motor para o câmbio”, reforçando que a pressão sobre a inflação pode se intensificar em caso de agravamento do conflito.
Neste cenário de tensão geopolítica elevada, os investidores globais seguem buscando alternativas de proteção, enquanto monitoram com cautela os desdobramentos diplomáticos e militares entre Estados Unidos, Irã e Israel. O mercado cambial, como de costume, atua como termômetro imediato da incerteza, e o fortalecimento do dólar reflete o grau de apreensão que se instalou entre os agentes econômicos.
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