Brasília – O agronegócio brasileiro se prepara para registrar um marco histórico na produção de milho. Com base em dados atualizados da expedição Rally da Safra, divulgados nesta terça-feira, 24 de junho, a projeção para a colheita de milho segunda safra conhecida popularmente como safrinha no ciclo 2024/2025 atingiu a impressionante marca de 123,3 milhões de toneladas. O volume, caso confirmado, supera em mais de 20 milhões de toneladas o desempenho obtido na temporada anterior (2023/2024), consolidando-se como a maior safra da história do país.
Este avanço exponencial é resultado direto de uma conjunção favorável entre clima, planejamento técnico e manejo agrícola nas principais regiões produtoras. A expedição do Rally, promovida pela Agroconsult e tradicionalmente reconhecida por oferecer projeções confiáveis com base em observações de campo, percorreu as lavouras de norte a sul do Brasil e constatou uma condição climática amplamente benéfica desde abril, o que reverteu um início de ciclo que havia começado sob apreensões generalizadas.
Chuvas regulares e manejo eficiente reverteram o atraso da soja
Segundo o coordenador do Rally da Safra, André Debastiani, o otimismo atual contrasta com o cenário de incerteza que dominava os primeiros meses do ano. “Em janeiro havia uma apreensão muito grande, com o plantio de soja bastante atrasado. Esse atraso afetou o calendário da safrinha, pois a colheita da soja e o plantio do milho segunda safra ficaram pressionados”, explicou Debastiani.
Contudo, o quadro mudou radicalmente a partir de abril, quando chuvas regulares e bem distribuídas favoreceram não apenas as lavouras mais precoces, mas também as áreas plantadas de forma tardia, inclusive em regiões que geralmente enfrentam desafios climáticos nesta fase do ciclo. O resultado se traduziu em ganhos expressivos de produtividade em estados-chave.
Mato Grosso lidera com produtividade acima de 130 sacas por hectare
Entre os destaques da safra está o Estado de Mato Grosso, maior produtor de milho do Brasil, que atingiu produtividade média de 131,9 sacas por hectare, aumento de 11,4% em comparação com a média obtida no ciclo 2023/2024. A combinação entre clima favorável, solo fértil e tecnologias de precisão elevou os níveis de rendimento a patamares inéditos.
No total, considerando a primeira e a segunda safra, a produção nacional de milho poderá alcançar 150,3 milhões de toneladas — número que reforça a posição do Brasil como um dos principais exportadores globais do grão.
Exportações devem crescer, mas competição internacional impõe cautela
Com um excedente robusto, o setor exportador já projeta avanço significativo nas vendas externas. A estimativa do Rally da Safra é de que o Brasil exporte cerca de 44,5 milhões de toneladas neste ciclo, o que representaria uma alta de 19% em relação ao ano anterior. No entanto, o coordenador da expedição faz uma ponderação importante.
“As nossas exportações se concentram no segundo semestre, e é exatamente nesse período que enfrentamos a concorrência direta do milho americano e argentino. Além disso, a China, que no ano passado teve participação relevante nas compras, vem reduzindo sua demanda neste momento”, observou Debastiani.
Demanda interna impulsionada por proteína animal e etanol de milho
Em contrapartida, o mercado interno tem se mostrado cada vez mais sólido. A demanda por milho como insumo para a indústria de proteína animal permanece aquecida, especialmente em regiões com grande concentração de granjas e confinamentos. O setor de etanol de milho também vem ganhando protagonismo, com crescimento médio de 10% ao ano, ampliando o uso do cereal para a produção de biocombustíveis.
“O momento é promissor para o consumo interno. A indústria de etanol de milho opera próxima de sua capacidade máxima, o que contribui para a valorização do grão e reduz a dependência das exportações como principal destino da produção”, completou Debastiani.
Desafios logísticos e armazenamento no radar do setor
Apesar das boas perspectivas, o setor agrícola já se debruça sobre os desafios logísticos e de infraestrutura que acompanham uma safra de tamanho inédito. Com os silos e armazéns operando próximos de sua capacidade em muitos estados, a necessidade de investimentos em escoamento, transporte e armazenamento se torna cada vez mais urgente.
Além disso, a estabilidade no câmbio e a política de crédito agrícola para a próxima temporada serão fatores decisivos para manter o ritmo de crescimento e garantir que o Brasil consolide sua liderança global no setor de grãos.
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Com um cenário climático cooperativo, avanços tecnológicos no campo e demanda firme tanto no mercado interno quanto externo, o milho safrinha de 2024/2025 promete ser um marco histórico para o Brasil, consolidando não apenas uma safra recorde, mas também a resiliência e capacidade de resposta do agronegócio nacional.
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