Em um gesto que une justiça social, sustentabilidade e fortalecimento da agricultura familiar, os parlamentares Zeca do PT e Camila Jara anunciaram a destinação de R$ 1 milhão para a instalação de placas solares em poços artesianos coletivos nos assentamentos de Corumbá. O investimento, articulado junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, é um passo decisivo para garantir água e energia aos produtores da região, em resposta à escassez hídrica que afeta diretamente o cotidiano das comunidades rurais.
A iniciativa alcançará inicialmente nove dos dezoito poços artesianos existentes em assentamentos de Corumbá, com previsão de ampliação para 100% das unidades em uma etapa seguinte. O projeto integra um plano em três fases: a primeira trata da implantação imediata de sistemas de energia solar; a segunda, da ampliação do benefício aos demais poços; e a terceira, da instalação de equipamentos de dessalinização, que irão transformar a água salobra dos poços em água potável.
A assinatura do termo de início das obras está prevista para ocorrer em breve, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Mato Grosso do Sul. A ação reforça o comprometimento do Governo Federal com a agricultura familiar e com a busca de soluções duradouras para a segurança hídrica e alimentar.
Zeca do PT, deputado estadual com histórico de luta pelas populações do campo, afirmou que a medida representa um marco na história dos assentamentos. Segundo ele, ao retirar o custo da energia da operação dos poços, o governo dá um passo firme em direção à autonomia das famílias agricultoras. Ele ressaltou que a energia limpa não é apenas uma questão ambiental, mas também um direito social e uma ferramenta de combate à desigualdade.
Camila Jara, deputada federal e uma das vozes jovens mais atuantes do estado, destacou o impacto transformador que a iniciativa terá tanto no campo quanto na cidade. Segundo ela, garantir água para produção é garantir dignidade e soberania alimentar, além de consolidar práticas sustentáveis no agronegócio familiar. A parlamentar também reforçou que o projeto contribuirá para a segurança alimentar da população urbana de Corumbá, ao assegurar o funcionamento contínuo das lavouras que abastecem feiras e mercados locais.
Os assentamentos beneficiados desempenham um papel vital na economia regional. Responsáveis pela produção da maior parte dos alimentos frescos que chegam às mesas corumbaenses, os agricultores familiares enfrentam diariamente os desafios impostos pela escassez de água e pelos altos custos de produção. Com a implementação de placas solares, os custos com bombeamento de água serão drasticamente reduzidos, liberando recursos para investimentos em tecnologia, diversificação de culturas e melhoria de vida no campo.
A proposta vai além do assistencialismo. Trata-se de uma política pública de enraizamento social, que valoriza o trabalhador rural, protege o meio ambiente e resgata a função cidadã do Estado. Ao fomentar o uso de energias renováveis, o projeto reforça o compromisso com uma transição ecológica justa e inclusiva, que reconhece os impactos da mudança climática e atua de forma preventiva e estratégica.
Essa ação marca o início de um novo tempo para os assentamentos de Corumbá. Um tempo em que energia não é mais um privilégio, mas uma ferramenta de inclusão. Em que o acesso à água não é uma espera angustiante, mas uma conquista planejada. E em que o campo, tantas vezes esquecido, passa a ocupar o centro das decisões políticas, com o respeito e a prioridade que sempre mereceu.
A agricultura familiar não é apenas responsável por 70% dos alimentos que chegam à mesa do povo brasileiro. Ela é, sobretudo, guardiã da cultura alimentar nacional, da biodiversidade e da dignidade de milhões de trabalhadoras e trabalhadores que vivem da terra. Com projetos como este, o Brasil caminha com mais firmeza em direção à justiça social e à soberania energética, plantando esperança onde antes havia apenas carência e abandono.
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