A taxa de desemprego no Brasil atingiu 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, marcando o melhor desempenho do mercado de trabalho em dez anos, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além da queda no desemprego, o número de trabalhadores com carteira assinada alcançou o recorde histórico de 39,762 milhões, evidenciando a consolidação da recuperação do emprego formal no país.
De acordo com o levantamento, o índice de desocupação caiu de 6,8% no trimestre anterior (dezembro a fevereiro) para 6,2%, superando as previsões do mercado, que esperavam um recuo até 6,4%. Em comparação com o mesmo período de 2024, quando a taxa foi de 7,1%, a queda foi ainda mais expressiva. O número absoluto de desempregados chegou a 6,828 milhões de pessoas, uma redução de 8,6% em relação ao trimestre anterior e de 12,3% frente ao mesmo período do ano passado.
O desempenho positivo é resultado, segundo o analista da pesquisa do IBGE, William Kratochwill, da retomada de contratações formais, fim das demissões sazonais e fortalecimento de setores-chave da economia. “O mercado segue aquecido e resiliente, isso a gente vê por vários ângulos. Já passou a fase de demissões sazonais e começou o período de contratações para atender a economia”, explicou.
No mesmo período, o total de ocupados aumentou 1,2% em relação ao trimestre anterior e 2,5% na comparação anual, alcançando 103,869 milhões de brasileiros empregados. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de comércio, serviços e construção civil, que lideraram a abertura de vagas formais no trimestre.
Outro dado positivo foi o aumento da renda média real habitual, que chegou a R$ 3.457, registrando crescimento de 0,4% frente ao trimestre anterior. A elevação da renda, combinada à criação de empregos, sustenta o consumo das famílias, que, por sua vez, contribuiu com um crescimento de 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho, que inclui desocupados, subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial, também recuou: de 15,7% no trimestre anterior para 14,9%. O número de pessoas sem carteira assinada chegou a 13,7 milhões, com alta de 1,2% em relação ao trimestre anterior, o que indica dinamismo inclusive nos empregos informais.
A distribuição regional dos dados mostra que o Centro-Oeste e o Sul do país apresentaram os maiores avanços na criação de postos formais. Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná puxaram a alta, principalmente nas áreas de agroindústria e logística. Já o Sudeste, mesmo com leve recuo na desocupação, mostrou estabilidade no mercado de trabalho formal, especialmente no setor de serviços.
Especialistas ouvidos pelo mercado, como Igor Cadilhac, economista do PicPay, alertam para uma possível desaceleração no segundo semestre, mas reconhecem que o nível atual do mercado de trabalho é historicamente alto. “Diante das surpresas observadas nos últimos meses e da natureza cíclica do mercado de trabalho, ainda esperamos uma desaceleração gradual do setor, embora ele deva permanecer nesses níveis historicamente mínimos por mais algum tempo”, apontou.
Apesar da melhora, o cenário não é isento de desafios. A manutenção de um mercado de trabalho aquecido em um contexto de juros elevados (a taxa básica está em 15%) pode exercer pressão inflacionária, sobretudo no setor de serviços. O Banco Central, por sua vez, indicou que os juros deverão se manter estáveis por um período prolongado, justamente para evitar novos impulsos à inflação.
A expectativa do mercado para os próximos meses gira em torno da continuidade da geração de empregos formais, sustentada por uma política econômica focada na estabilidade fiscal, investimentos públicos e estímulo à produtividade. Para o IBGE, a tendência de baixa na taxa de desemprego poderá se manter, desde que as condições macroeconômicas sigam favoráveis.
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