Ao consolidar-se como uma das mais pujantes engrenagens de desenvolvimento sustentável e inclusão produtiva em Mato Grosso do Sul, o cooperativismo avança em protagonismo e resultados. Com 137 cooperativas ativas e mais de 15 mil empregos diretos gerados, o modelo organizacional impacta positivamente a vida de cerca de 660 mil sul-mato-grossenses, número que representa aproximadamente um quarto da população do Estado.
A importância do setor foi amplamente destacada nesta terça-feira, dia 2 de julho, durante o evento alusivo à Semana do Cooperativismo, realizado na Assembleia Legislativa em Campo Grande. A solenidade contou com a presença de autoridades, representantes institucionais e parlamentares. À frente da celebração, esteve o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, que reforçou a posição estratégica que o cooperativismo ocupa no projeto de crescimento econômico do Estado.
O evento foi promovido pela Frente Parlamentar de Defesa do Cooperativismo, coordenada pelo deputado estadual Professor Rinaldo Modesto (Podemos), em parceria com o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras em Mato Grosso do Sul (Sistema OCB/MS). Também participou o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico da Semadesc, Rogério Beretta.
Em sua fala, Jaime Verruck reafirmou que o cooperativismo está plenamente integrado ao plano de desenvolvimento estadual. “Nós acreditamos que todo o processo do cooperativismo tem contribuído, sobremaneira, aos indicadores favoráveis do Mato Grosso do Sul”, afirmou.
Cooperativas agroindustriais ampliam fronteiras de investimento
Um dos exemplos mais expressivos do avanço do setor está no ramo agroindustrial. Recentemente, Mato Grosso do Sul foi palco de um grande anúncio: a Copasul, cooperativa paranaense, confirmou investimento de R$ 200 milhões na instalação de uma nova indústria de processamento de soja no Estado, com estrutura semelhante à da Coamo, referência nacional. Essa expansão, apresentada durante o evento MS Day Coop em Cascavel, simboliza o que o Governo do Estado classifica como “transbordamento” do cooperativismo paranaense para terras sul-mato-grossenses, alavancando empregos, tecnologia e agregação de valor à produção agrícola local.
Crédito cooperativo fortalece economia regional
As cooperativas de crédito também vêm ganhando força e reconhecimento institucional. Atualmente, o setor já opera com 10% do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) destinado especificamente ao cooperativismo, índice que deve subir para 20% nos próximos anos, conforme pleito apresentado pela OCB e respaldado pelo Governo Estadual. Com atuação eficiente e capilarizada, essas cooperativas têm democratizado o acesso ao crédito rural e empresarial, principalmente em municípios pequenos e médios, onde bancos tradicionais não chegam com a mesma força.
“Essas entidades aplicam os recursos do FCO de forma rápida, segura e diretamente nos projetos locais. O objetivo agora é ampliar a participação delas no fundo e, assim, garantir maior alcance às políticas públicas de fomento”, destacou Jaime Verruck.
PROCOOP transforma a realidade do interior
Outro pilar da expansão cooperativista em Mato Grosso do Sul é o PROCOOP (Programa de Desenvolvimento das Cooperativas), iniciativa conjunta entre o Governo do Estado e a OCB. A proposta do programa é clara: fomentar a criação de novas cooperativas, estimular a formalização de associações já existentes e ampliar a atuação do cooperativismo na agricultura familiar.
“O PROCOOP é uma ferramenta que promove o cooperativismo porque ele está inserido na estratégia de desenvolvimento do Estado”, frisou o secretário da Semadesc. Desde sua criação, o programa tem promovido capacitações, assistência técnica e parcerias para que famílias agricultoras, produtores de leite, artesãos e empreendedores locais possam se organizar e ter acesso ao mercado de forma mais estruturada, com geração de renda e valorização da produção.
Cooperativismo nas microrregiões: da fronteira à região pantaneira
Atualmente, o cooperativismo está presente em praticamente todas as microrregiões de Mato Grosso do Sul. No sul do Estado, a força das cooperativas do agro domina cidades como Dourados, Maracaju, Itaporã e Rio Brilhante. No Pantanal, cooperativas pesqueiras e de produção de mel expandem renda e sustentabilidade. Já na região norte, especialmente em Coxim, Sonora e Pedro Gomes, a organização em cooperativas de crédito e leite vem resgatando a economia de pequenos produtores.
Famílias relatam transformação em suas comunidades
Na zona rural de Amambai, a agricultora Adriana de Oliveira, integrante da Cooperativa da Agricultura Familiar Terra Sul, relata a mudança na qualidade de vida da família desde que passou a integrar o sistema cooperativista. “Antes a gente plantava e não conseguia vender. Agora, com a cooperativa, temos compradores certos, assistência técnica e já conseguimos até construir uma casa nova com o lucro”, compartilha.
No assentamento Santa Mônica, em Terenos, o produtor Edson Vieira destaca a importância do crédito solidário. “Com o apoio da cooperativa de crédito local, consegui comprar minha ordenhadeira, reformar meu curral e aumentar a produção. Em dois anos, dobrei minha renda. Sem cooperativa, não teria sido possível”, afirma.
Renda reinvestida na própria comunidade
Jaime Verruck destacou ainda a principal virtude do cooperativismo: a capacidade de reinvestir na própria comunidade. “Muitas vezes, grandes empreendimentos desviam recursos para fora do município. O cooperativismo, ao contrário, reaplica o capital na economia local. Isso faz toda a diferença para a continuidade do desenvolvimento em Mato Grosso do Sul”, concluiu.
Bancada estadual e sociedade civil juntas pelo cooperativismo
O evento também reforçou o papel da bancada estadual em apoio ao movimento cooperativista. “Ter 100% dos deputados atentos a esse processo é extremamente importante. É o reconhecimento do poder legislativo ao papel das cooperativas no desenvolvimento do nosso Estado”, afirmou Verruck.
A intenção do Governo é ampliar o setor em quantidade e qualidade, atraindo cooperativas de outros estados e fortalecendo as já existentes. “Hoje, temos mais de 15 mil empregos diretos em praticamente todos os municípios. A ideia é seguir atraindo cooperativas e também potencializar as que já estão instaladas, permitindo que elas cresçam. O ambiente entre o poder executivo e a OCB permite esse desenvolvimento equilibrado e estratégico”, finalizou.
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