O setor avícola brasileiro deu um passo importante rumo à normalização de suas exportações internacionais nesta quinta-feira, 3 de julho. Após semanas de incertezas e impacto direto nos embarques, o Ministério da Agricultura anunciou que sete países decidiram retirar as restrições impostas à carne de frango brasileira. As medidas haviam sido adotadas em função do caso isolado de gripe aviária registrado em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
A decisão de suspender os embargos partiu de Argentina, Cuba, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Índia, Mauritânia e Uruguai. Os países alegaram confiança nas medidas sanitárias brasileiras e no controle eficaz do foco identificado no estado gaúcho. A medida representa uma sinalização positiva para os exportadores e para o agronegócio nacional, que tem na produção de frango um de seus pilares comerciais mais robustos.
Apesar do avanço, o cenário ainda requer cautela. De acordo com o próprio Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), 15 destinos seguem mantendo restrições às importações da carne de aves de todo o território brasileiro. Entre eles estão nações estratégicas como China, União Europeia, Canadá, Chile e Malásia. Além disso, as vendas oriundas do Rio Grande do Sul, onde o caso de gripe aviária foi confirmado, permanecem bloqueadas por 18 países, incluindo Arábia Saudita, Reino Unido, Coreia do Sul e México importantes compradores do setor.
O caso que desencadeou a série de suspensões foi confirmado em 27 de maio de 2025, em uma granja de postura comercial localizada em Montenegro. O vírus da gripe aviária, do tipo H5N1, foi identificado em aves que apresentaram sintomas, o que levou à imediata notificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e à ativação dos protocolos sanitários previstos pelo Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e da Doença de Newcastle.
O Brasil, embora seja o maior exportador mundial de carne de frango e o terceiro maior produtor global, mantém status de país livre de influenza aviária de alta patogenicidade em aves comerciais. Esse status foi preservado porque o foco foi considerado isolado e prontamente contido, sem disseminação para outras granjas. Ainda assim, o simples registro do caso gerou repercussão entre os importadores, especialmente aqueles que seguem as diretrizes sanitárias internacionais com rigor.
Os embargos adotados por muitos desses países refletem uma política de precaução, muitas vezes aplicada de forma automática diante de qualquer notificação sanitária. Algumas nações optam por bloqueios nacionais, enquanto outras limitam as suspensões ao estado ou município de origem do foco, como é o caso de Catar e Jordânia, que mantêm restrições apenas ao município de Montenegro.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo brasileiro segue empenhado em prestar todos os esclarecimentos técnicos às autoridades internacionais, reforçando o compromisso com a biosseguridade e com a rastreabilidade das cadeias produtivas. “Estamos trabalhando com diplomacia sanitária e técnica. Temos um sistema robusto de defesa agropecuária, reconhecido internacionalmente, e vamos recuperar cada um desses mercados com responsabilidade e diálogo”, disse o ministro em nota oficial.
O setor avícola representa uma fatia significativa da balança comercial brasileira. Em 2024, o país exportou mais de 4,8 milhões de toneladas de carne de frango, movimentando cerca de US$ 9,5 bilhões. A Ásia e o Oriente Médio são os principais destinos dos embarques, seguidos por África e União Europeia.
A expectativa agora recai sobre a retomada das relações comerciais com mercados de grande expressão como China, que sozinha responde por cerca de 13% das exportações de frango brasileiro. Autoridades chinesas e europeias estão em contato com técnicos do MAPA para avaliar as providências adotadas e considerar a flexibilização gradual dos embargos.
Enquanto isso, produtores e exportadores aguardam com atenção os próximos passos das negociações, apostando na credibilidade sanitária brasileira para garantir a estabilidade da cadeia produtiva. A normalização total ainda depende de um processo diplomático detalhado, mas o avanço registrado nesta quinta-feira renova o otimismo no setor.
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