Mato Grosso do Sul, 5 de julho de 2025
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Governo e Petrobras anunciam megainvestimento de R$ 33 bilhões no Rio de Janeiro com foco em refino, empregos e transição energética

Presidente Lula participa de cerimônia que celebra retomada da industrialização com geração de 38 mil vagas e produção de combustíveis mais limpos; Complexo Boaventura é peça-chave do Novo PAC e da política energética nacional
Imagem -  Ricardo Stuckert / PR
Imagem - Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira, 4 de julho, de um marco simbólico para a retomada industrial do Brasil e a reconfiguração da matriz energética nacional. Em cerimônia realizada na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no estado do Rio de Janeiro, o governo federal e a Petrobras anunciaram investimentos que superam R$ 33 bilhões, voltados para o setor de refino, petroquímica, capacitação profissional e geração de energia.

O anúncio representa mais do que um plano de expansão industrial. Ele simboliza uma aposta estratégica do Estado brasileiro na reindustrialização sustentável, na criação de empregos e no reposicionamento do país como referência na produção de combustíveis limpos e produtos petroquímicos. Ao lado da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente Lula reforçou o papel da empresa como vetor de desenvolvimento, inovação e inclusão econômica.

Entre os projetos de maior impacto está o Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, que receberá cerca de R$ 26 bilhões em investimentos e será interligado à infraestrutura da Reduc. O complexo prevê a criação de 30 mil empregos diretos e indiretos, com foco na produção de combustíveis fósseis de menor impacto ambiental, derivados renováveis e insumos para a indústria química nacional. Do total de empregos projetados, estima-se que cerca de 19 mil estejam relacionados às obras civis e montagem industrial, 5 mil à operação técnica permanente, e os demais a atividades indiretas como transporte, logística, comércio e alimentação.

Além da geração de empregos, os investimentos também trarão impactos fiscais expressivos. Segundo estimativas internas do Ministério da Fazenda e da própria Petrobras, a arrecadação de tributos decorrente da implementação e operação plena do Complexo Boaventura e dos demais projetos no estado poderá ultrapassar R$ 4,2 bilhões até 2030, considerando tributos federais, estaduais e municipais. A maior parte desses recursos será destinada ao ICMS e ISS, fortalecendo diretamente os cofres de municípios como Itaboraí, Duque de Caxias e outras cidades do entorno da Baixada Fluminense, que enfrentaram perdas econômicas acentuadas na última década.

Segundo projeções técnicas da Petrobras, o Complexo Boaventura ampliará significativamente a produção nacional de diesel S-10, com capacidade adicional de 76 mil barris por dia, além de produzir 20 mil barris diários de querosene de aviação e 12 mil barris de lubrificantes do grupo II. Esses insumos são essenciais tanto para o transporte terrestre quanto para o setor aéreo e a indústria pesada.

Uma das apostas mais inovadoras do complexo será a fabricação de combustíveis renováveis. Estão previstos 19 mil barris diários de produção combinada de HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) e SAF (Sustainable Aviation Fuel), produtos fundamentais para atender às metas ambientais internacionais, como o padrão CORSIA da aviação global, e as diretrizes da Lei do Combustível do Futuro. O SAF, por exemplo, reduz em até 80% as emissões de CO₂ quando comparado ao querosene de aviação convencional, enquanto o HVO pode substituir o diesel fóssil com vantagens em desempenho e emissões, sem exigir modificações nos motores atuais.

 A Refinaria Duque de Caxias já está autorizada pela ANP a produzir SAF com adição de até 1,2% de óleo de milho ao querosene de aviação, sendo este um passo preparatório para alcançar a meta de produção de até 10 mil barris diários. Em paralelo, o desenvolvimento do Diesel R7, com 7% de conteúdo renovável, reforça o avanço do portfólio da Petrobras no segmento de combustíveis com baixa emissão de carbono. A Reduc já opera com o Diesel R5 e deve iniciar os testes com o novo teor ainda neste mês.

No campo da economia circular, a empresa também apresentou projetos que visam transformar resíduos em produtos de valor elevado. Isso inclui o rerrefino de óleos usados e o coprocessamento de insumos, com testes agendados para setembro. Com isso, a Petrobras busca alinhar sua cadeia produtiva a práticas ambientalmente responsáveis, diminuindo o descarte inadequado de resíduos e fomentando uma nova geração de derivados sustentáveis.

Na área petroquímica, outro pilar da nova fase de investimentos, está prevista a expansão da planta de polietileno da Braskem, aumentando em até 220 mil toneladas a capacidade de produção por ano. O projeto, orçado em R$ 4,1 bilhões, poderá gerar aproximadamente 7.500 empregos e está sujeito às deliberações da governança da companhia. Também estão em análise novas plantas para fabricação de ácido acético e monoetileno glicol, insumos atualmente importados e essenciais para diversos segmentos industriais. Caso aprovados, esses projetos poderão colocar o Brasil em posição de liderança regional no setor químico.

Além da industrialização, a Petrobras destacou seu compromisso social por meio do programa Autonomia e Renda, voltado à capacitação profissional. Em 2024, mais de 3 mil vagas foram disponibilizadas em 22 cursos no estado do Rio de Janeiro, com 980 delas em Duque de Caxias. A iniciativa recebeu R$ 2 milhões em investimentos e visa promover a inclusão produtiva de jovens e adultos em situação de vulnerabilidade. Segundo a empresa, os cursos têm foco nas áreas de operação industrial, soldagem, elétrica, instrumentação e manutenção, ampliando as chances de empregabilidade local.

Outro ponto relevante do pacote é a expansão da geração térmica. No Complexo Boaventura, duas novas usinas de 400 MW cada deverão participar do próximo leilão de energia, além da construção de uma nova central térmica na Reduc, com investimento estimado em R$ 860 milhões. A substituição de sistemas obsoletos permitirá ganhos de eficiência e confiabilidade, além de gerar 640 empregos.

Até 2029, a Petrobras prevê R$ 2,4 bilhões em paradas programadas para manutenção das estruturas da Reduc, com a mais significativa prevista para 2026, quando deverão ser criadas cerca de 18 mil vagas temporárias para apoiar os trabalhos. Estas intervenções garantirão a longevidade das unidades industriais, evitando paralisações inesperadas e aumentando a produtividade ao longo dos próximos anos.

Esses investimentos também estão inseridos dentro da Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Clima, estabelecida pelo Brasil no Acordo de Paris e reforçada pela Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). O plano energético da Petrobras integra-se às metas de reduzir emissões líquidas de carbono, ampliar a participação de renováveis e alcançar a neutralidade climática até 2050. A produção de SAF, HVO, Diesel R7 e o coprocessamento com resíduos orgânicos são iniciativas que reduzem a pegada de carbono em setores críticos como aviação, transporte rodoviário e indústria, e antecipam obrigações ambientais futuras com inovação e competitividade.

Todos esses projetos estão alinhados ao Plano Estratégico da Petrobras para o período de 2025 a 2029, que prevê US$ 111 bilhões em investimentos nacionais, com capacidade de gerar 315 mil empregos diretos e indiretos. Desses recursos, cerca de R$ 100 bilhões serão voltados especificamente ao setor de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes.

Com a cerimônia desta sexta-feira, o governo federal e a Petrobras buscam consolidar uma nova fase para o Rio de Janeiro um estado profundamente atingido por crises fiscais, desindustrialização e desemprego na última década. Os aportes apresentados não apenas representam números, mas a reconstrução de uma visão estratégica para o Brasil: menos dependência de importações, mais sustentabilidade, valorização do trabalho nacional, equilíbrio fiscal local e protagonismo energético em nível internacional.

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