Substâncias proibidas em produtos cosméticos ainda são encontradas em salões de beleza, oferecendo sérios riscos à saúde dos consumidores
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, nesta segunda-feira, 7 de julho, o Informe de Segurança GGMON 03/2025, em que alerta, de maneira incisiva, a população brasileira sobre os riscos à saúde provocados pelo uso de produtos alisantes capilares que não seguem os padrões regulatórios estabelecidos. O documento, de caráter preventivo e educativo, expõe uma série de advertências voltadas tanto ao público consumidor quanto aos profissionais da área da beleza, especialmente em relação ao uso de substâncias proibidas como o formol e o ácido glioxílico.
O comunicado da Anvisa chega num momento em que cresce, em todo o país, a preocupação com os impactos de produtos cosméticos sobre a saúde humana. Entre os principais focos da agência está o uso do formol — substância que, embora ainda permitida em cosméticos no Brasil como conservante (com concentração máxima de 0,2%) e como endurecedor de unhas (até 5%), é expressamente proibida quando utilizada como agente alisante. O mesmo se aplica ao ácido glioxílico, que, apesar de frequentemente mascarado em fórmulas de produtos capilares sob outros nomes químicos, apresenta sérios riscos quando submetido a altas temperaturas, como ocorre em procedimentos de escovação térmica e alisamento com prancha.
A preocupação da Anvisa se sustenta em casos crescentes de reações adversas relatadas por consumidores em várias regiões do país. De acordo com a agência, o uso de produtos alisantes irregulares pode causar irritações severas na pele e no couro cabeludo, coceiras, ardência nos olhos, dificuldades respiratórias, além de danos irreversíveis à fibra capilar e até intoxicações sistêmicas, especialmente em ambientes fechados e com má ventilação. Em muitos casos, os produtos utilizados sequer possuem rótulo com composição visível, ou ainda apresentam promessas milagrosas, que fogem completamente dos limites legais e científicos.
No Informe GGMON 03/2025, a Anvisa recomenda aos consumidores que estejam atentos aos seguintes pontos: nunca utilizar alisantes sem rótulo ou com promessas exageradas, como “efeito liso permanente”; verificar se o produto possui registro válido na Anvisa; respeitar rigorosamente as instruções de uso; e, principalmente, suspender imediatamente o uso ao sinal de qualquer reação adversa, como coceira, vermelhidão, ardência ou falta de ar.
Já para os profissionais que atuam em salões de beleza, o informe reforça a responsabilidade técnica e ética diante dos clientes. A recomendação é que nunca sejam utilizados produtos que contenham formol ou ácido glioxílico como agentes alisantes, ainda que haja pressão de clientes por resultados mais duradouros. Além disso, os profissionais devem utilizar equipamentos de proteção individual, trabalhar em ambientes devidamente ventilados e manter-se atualizados quanto às normas da Anvisa e aos riscos químicos associados a cada formulação.
O uso do formol como alisante, segundo a agência, configura infração sanitária grave e pode ser enquadrado como crime hediondo, conforme o artigo 273 do Código Penal Brasileiro. A pena para quem fabrica, vende ou utiliza produto falsificado, adulterado ou sem registro pode chegar a 15 anos de reclusão. Com isso, a Anvisa busca não apenas responsabilizar os infratores, mas proteger de maneira mais eficaz a saúde da população.
Outro aspecto fundamental destacado no informe é a importância da cosmetovigilância — sistema que acompanha e avalia os efeitos adversos de produtos cosméticos após a sua liberação no mercado. A Anvisa convida consumidores e profissionais a colaborarem com esse sistema por meio do e-Notivisa, plataforma online de notificação que permite relatar reações inesperadas ou suspeitas de irregularidades em produtos de beleza.
A agência também reforça que o papel do consumidor vai além da escolha no ponto de venda. É preciso desenvolver um olhar mais crítico e cauteloso diante de promessas que envolvam transformação radical dos cabelos, principalmente quando essas promessas vêm acompanhadas de cheiros fortes, ardência ou ausência de rotulagem clara.
Por fim, a Anvisa disponibiliza, em seu portal oficial, o conteúdo completo do Informe de Segurança GGMON 03/2025, além de uma página educativa com orientações detalhadas sobre produtos alisantes e ondulantes para cabelo. O objetivo é informar, conscientizar e, acima de tudo, evitar que mais brasileiras e brasileiros sofram com os danos de substâncias que, embora eficazes em alterar a estrutura dos fios, comprometem a saúde de forma silenciosa, progressiva e, por vezes, irreversível.
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