Mato Grosso do Sul, 8 de julho de 2025
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Lula rebate com firmeza declaração de Donald Trump sobre Bolsonaro e reafirma soberania do Brasil

Presidente brasileiro reage à fala do ex-mandatário dos EUA que tentou interferir em processo judicial contra Jair Bolsonaro e desencadeia resposta enérgica do Planalto
O presidente Lula (PT) em fala à imprensa durante a cúpula do Brics. Foto: Pablo Porciuncula/AFP
O presidente Lula (PT) em fala à imprensa durante a cúpula do Brics. Foto: Pablo Porciuncula/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com contundência, nesta segunda-feira, 7 de julho, a uma declaração feita por Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, em que o político norte-americano critica os processos judiciais enfrentados por Jair Bolsonaro no Brasil e insinua perseguição política ao ex-mandatário brasileiro. Em sua resposta, Lula defendeu a autonomia das instituições nacionais e reafirmou a soberania do Estado brasileiro diante de qualquer tentativa de ingerência estrangeira.

A fala de Trump, publicada em sua própria rede social, a Truth Social, foi encarada pelo governo brasileiro como uma tentativa explícita de interferência indevida nos assuntos internos do país. No texto, o norte-americano diz estar acompanhando “de perto” o que chamou de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, sua família e apoiadores, ao mesmo tempo em que minimiza os processos criminais a que o ex-presidente brasileiro responde no Supremo Tribunal Federal, incluindo a acusação de tentativa de golpe de Estado após a derrota nas urnas em 2022.

A reação de Lula foi imediata e veemente. Em publicação feita em sua conta oficial na rede X, o presidente brasileiro reiterou que os rumos da democracia no Brasil pertencem unicamente ao povo brasileiro. “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, escreveu o chefe do Executivo.

Trump, que já demonstrou publicamente admiração por Bolsonaro em outras ocasiões, tentou relacionar a situação judicial do ex-presidente brasileiro com sua própria trajetória política nos Estados Unidos, onde enfrenta múltiplos processos na justiça americana. Ao descrever o tratamento a que Bolsonaro está sendo submetido como “terrível”, o político republicano afirmou que o Brasil estaria cometendo uma injustiça, ignorando os fundamentos legais das investigações e o papel do Supremo Tribunal Federal no julgamento de atos antidemocráticos.

A publicação do ex-presidente norte-americano foi vista por analistas políticos como uma estratégia para alimentar narrativas de perseguição política entre sua base conservadora e reforçar a ligação simbólica entre os dois líderes de extrema direita. Ao dizer que “a única corte que deveria julgá-lo é a dos eleitores”, Trump ignora completamente o arcabouço jurídico que respalda o Estado democrático de direito em funcionamento no Brasil.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se pronunciou com firmeza diante da tentativa de intromissão. Minutos após as declarações de Trump ganharem repercussão, Gleisi publicou em suas redes uma resposta direta. “Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil.”

A declaração da ministra ressoou nos bastidores de Brasília como um recado claro à antiga política de submissão externa praticada durante o governo Bolsonaro. A atual gestão busca se distanciar dessa herança e posicionar o Brasil como um ator soberano e altivo no cenário internacional, especialmente no contexto de rearticulação de blocos estratégicos, como o BRICS, onde o país desempenha papel central.

Trump, por sua vez, elevou o tom ao afirmar que Bolsonaro “não é culpado de nada” e que sua única falha teria sido “lutar pelo povo”. Acrescentou ainda que “sua eleição foi muito apertada e agora ele lidera nas pesquisas”, desconsiderando o resultado oficial das urnas em 2022, que apontou vitória legítima de Lula, reconhecida amplamente por organismos internacionais.

O posicionamento do ex-presidente norte-americano levanta preocupações sobre possíveis tentativas de desestabilização institucional através de discursos que deslegitimam o processo democrático e judicial em outros países. Ao fazer esse tipo de declaração, Trump não apenas extrapola os limites diplomáticos, mas também tenta reviver alianças ideológicas que colocam em xeque os princípios básicos da soberania e da autodeterminação dos povos.

O Planalto, por sua vez, tem mantido posição firme no sentido de preservar o respeito às instituições nacionais, inclusive no tratamento de casos que envolvem ex-mandatários. Jair Bolsonaro responde atualmente a diversos inquéritos, incluindo o que investiga a organização e tentativa de um golpe de Estado fracassado, ocorrido após sua derrota eleitoral. Entre as provas reunidas, estão reuniões gravadas, esquemas de milícias digitais e articulações com militares.

Ao reiterar a independência do sistema judiciário brasileiro, o governo Lula transmite uma mensagem clara à comunidade internacional: não aceitará pressões externas que coloquem em risco a estabilidade democrática do país. A resposta a Trump é um marco simbólico dessa postura, indicando que o Brasil não tolerará mais discursos tuteladores ou interferências autoritárias que tentem relativizar o Estado de Direito.

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