Mato Grosso do Sul, 8 de julho de 2025
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Banco Central amplia bloqueios e suspende Pix de três novas instituições após megainvasão hacker

Brasil Cash, S3 Bank e Voluti são os mais recentes alvos de sanções preventivas após ataque cibernético que desviou R$ 541 milhões de contas ligadas à C&M Software

O sistema financeiro nacional foi abalado por uma das mais sofisticadas e impactantes operações criminosas cibernéticas da história do Brasil. Em resposta direta ao mega-ataque digital que atingiu a estrutura da empresa C&M Software, prestadora de serviços tecnológicos para fintechs e instituições de menor porte, o Banco Central adotou medidas cautelares e determinou, nesta segunda-feira, 7 de julho, a suspensão das operações via Pix das instituições Brasil Cash, S3 Bank e Voluti Gestão Financeira.

A nova decisão se soma à suspensão anterior imposta em 4 de julho contra outras três empresas do setor — Transfeera, Soffy Soluções de Pagamento e Nuoro Pay — todas supostamente envolvidas no recebimento ou intermediação de recursos desviados ilegalmente. O prejuízo estimado chega a expressivos R$ 541 milhões, tornando este o maior incidente de segurança envolvendo o sistema financeiro digital já registrado no país.

O ataque foi direcionado à C&M Software, empresa com papel relevante no ecossistema bancário por prestar serviços críticos de tecnologia para operações de pagamento instantâneo. De acordo com as autoridades, os hackers invadiram o ambiente da empresa e conseguiram obter acesso privilegiado a contas de reserva mantidas por instituições financeiras junto ao próprio Banco Central, comprometendo a integridade e segurança de múltiplas transações.

A suspeita é de que os criminosos agiram em conluio com um ex-funcionário da C&M. João Nazareno Roque, que atuava nos sistemas internos da empresa, foi preso pela Polícia Civil de São Paulo, na última sexta-feira. Em seu depoimento, Roque admitiu ter vendido suas credenciais de acesso aos sistemas da empresa por R$ 15 mil. Ele é investigado pelos crimes de furto qualificado, associação criminosa e quebra de confiança. A 2ª Divisão de Crimes Cibernéticos, ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), conduz as apurações com o apoio de especialistas em tecnologia da informação e peritos forenses.

Entre as instituições diretamente impactadas pelo desvio, a Brasil Cash é apontada como a maior prejudicada. Contudo, o Banco Paulista, a Credsystem e o Banco Carrefour também aparecem entre as entidades afetadas, embora ainda não se tenha confirmação oficial de que os prejuízos tenham ocorrido exclusivamente por meio do sistema Pix. A fintech Soffy teve R$ 270 milhões de sua conta judicialmente bloqueados. Em nota oficial, a empresa declarou que a movimentação indevida foi fruto de uma ação criminosa externa e que não pode ser responsabilizada por atos de terceiros que utilizam de má-fé recursos tecnológicos alheios.

O Banco Central, embora tenha garantido que o sistema Pix continua operando de forma segura e que as contas de pessoas físicas e jurídicas fora do escopo das instituições atingidas não foram comprometidas, mantém a vigilância e investiga se o episódio demanda revisão dos protocolos de intermediação de serviços tecnológicos. A autarquia reforça que os bloqueios são preventivos e que todas as instituições envolvidas serão chamadas a prestar esclarecimentos formais.

O episódio reacende o debate sobre os desafios de segurança enfrentados pelo setor financeiro no Brasil, especialmente diante do avanço das soluções digitais e da crescente atuação de fintechs com estruturas terceirizadas. O modelo de integração entre instituições financeiras e empresas de tecnologia, embora promissor, exige uma fiscalização constante, padrões de auditoria elevados e mecanismos de resposta rápida a violações.

Especialistas em segurança da informação avaliam que o caso da C&M Software pode gerar um novo marco regulatório para o setor de tecnologia bancária, envolvendo tanto os requisitos de autenticação de usuários quanto os níveis de controle sobre operações críticas. O uso de credenciais internas por terceiros, como no caso confessado por João Roque, evidencia uma fragilidade estrutural que, se não corrigida, pode abrir novas brechas para golpes semelhantes.

O Banco Central também reiterou que eventuais prejuízos de clientes diretos das instituições afetadas serão apurados caso a caso, e que as entidades financeiras têm responsabilidade sobre a segurança das transações realizadas sob sua jurisdição. As investigações seguem em ritmo acelerado e não está descartada a inclusão de novas empresas no rol de suspensões.

O maior ataque hacker já registrado contra a estrutura do sistema bancário brasileiro lança um alerta definitivo: a sofisticação dos crimes digitais exige, por parte do setor público e privado, uma atuação conjunta, preventiva e transparente. A vulnerabilidade de um elo tecnológico pode comprometer toda a cadeia de confiança construída em torno do dinheiro digital e, com ele, a credibilidade do sistema financeiro nacional.

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