Na manhã silenciosa do dia 6 de novembro de 2021, menos de vinte e quatro horas após o trágico acidente aéreo que tirou a vida de Marília Mendonça e outras quatro pessoas, um gesto inesperado começava a desenhar os bastidores de uma das maiores perdas da música brasileira. A cantora, então com apenas 26 anos, foi vítima de um desastre que comoveu o país e paralisou os corações de milhões de fãs. Contudo, conforme revelações recentes, enquanto o Brasil chorava, um outro drama mais discreto e doloroso começava a se instaurar entre os familiares das vítimas.
Segundo informações divulgadas pelo jornalista Ricardo Feltrin em seu canal, a mãe da artista, Dona Ruth Moreira, teria procurado imediatamente a empresa responsável pelo aluguel da aeronave que transportava Marília e seus acompanhantes, interessada nos valores de seguro de vida contratados para os passageiros. A abordagem, conforme o jornalista, teria ocorrido antes mesmo do sepultamento da filha.
O acidente, que ocorreu em 5 de novembro de 2021, nas proximidades da BR-474 em Caratinga, Minas Gerais, ceifou a vida da cantora, de seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, do produtor Henrique Ribeiro, do piloto Geraldo Martins de Medeiros e do copiloto Tarciso Pessoa Viana. As apurações revelam que cada ocupante estava assegurado no valor de 200 mil dólares, totalizando cerca de 1 milhão de dólares a serem pagos às famílias.
A parte mais controversa do relato afirma que Dona Ruth teria convocado os familiares das demais vítimas para uma reunião e exigido metade da indenização de cada um deles. O argumento utilizado, ainda segundo Feltrin, era de que “a vida de Marília valia mais”. Temendo um possível processo judicial, os familiares teriam aceitado a exigência, ainda que contrariados.
“Nenhuma vida é mais importante que outra”, declarou Feltrin, afirmando ter confirmado os fatos com familiares das vítimas durante quatro dias de apuração. A repercussão da denúncia provocou forte comoção nas redes sociais e gerou indignação pública. O pai de Henrique Ribeiro, um dos mortos no acidente, compartilhou o vídeo com a afirmação: “A matéria que esperávamos há anos”.
A acusação reacende um debate delicado: até que ponto o luto pode se misturar à disputa patrimonial? Em que momento o sofrimento legítimo pode ceder lugar ao interesse material? A dor da perda, irreparável para qualquer mãe, parece, neste caso, ter se tornado pano de fundo para disputas em torno de valores e bens.
Segundo a reportagem, outros episódios reforçam o comportamento controverso de Dona Ruth no pós-acidente. Apenas dez dias após a tragédia, ela teria se submetido a procedimentos estéticos de alto custo e publicado o resultado em suas redes sociais com a legenda “divando”. Em outro momento, três meses após a morte da filha, ela teria tentado negociar os direitos autorais das músicas de Marília com a gravadora Som Livre.
Mais recentemente, o leilão do violão mais emblemático da carreira da cantora instrumento usado em apresentações que marcaram gerações provocou nova onda de críticas à matriarca. Durante entrevistas, Dona Ruth chegou a afirmar: “Tudo o que ela deixou é meu”. A declaração, dura e direta, contrasta com o discurso público de dedicação ao neto Léo, filho de Marília com o cantor Murilo Huff.
O menino, ainda menor de idade, é o único herdeiro direto da artista, cujo patrimônio é estimado em mais de R$ 500 milhões. Por decisão judicial, Murilo Huff assumiu temporariamente a tutela patrimonial do filho após disputas judiciais com Dona Ruth, que até então era a administradora dos bens da cantora.
O episódio reabre uma ferida ainda sensível. Ao mesmo tempo em que o Brasil continua homenageando o talento e a voz singular de Marília Mendonça, o cenário que se desenha nos bastidores de sua herança revela uma narrativa complexa, marcada por amor, memória, disputas e cicatrizes emocionais profundas.
A ausência da cantora, que durante anos falou diretamente ao coração do povo com letras sobre amor, sofrimento e superação, agora é substituída por um silêncio incômodo e por denúncias que desconstroem a imagem de união familiar construída após sua morte.
A verdade judicial pode ainda estar distante, mas os relatos revelam uma realidade que vai além da comoção pública: famílias inteiras ainda buscam por respeito, justiça e, acima de tudo, paz. Enquanto isso, a memória de Marília Mendonça segue viva mas cercada por sombras que pedem luz.
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