Mato Grosso do Sul, 9 de julho de 2025
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Tribunal mantém prisão de Claudinho Serra e escândalo de corrupção em Sidrolândia se aprofunda

Ex-vereador e genro de ex-prefeita é acusado de chefiar esquema milionário de propinas mesmo após tornozeleira e fases anteriores da operação Tromper
Vanda Camilo ao lado de genro, Claudinho Serra, apontado como chefe de esquema de corrupção em Sidrolândia. (Reprodução)
Vanda Camilo ao lado de genro, Claudinho Serra, apontado como chefe de esquema de corrupção em Sidrolândia. (Reprodução)

Por unanimidade, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu manter, nesta terça-feira, 8 de julho, a prisão preventiva do ex-vereador de Campo Grande e ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia, Claudinho Serra. A decisão ocorre em meio à quarta fase da operação Tromper, conduzida pelo Ministério Público Estadual, que investiga um vasto esquema de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro envolvendo contratos públicos firmados durante a gestão da ex-prefeita Vanda Camilo, sua sogra.

A sessão do julgamento, marcada por forte repercussão nos meios jurídicos e políticos do estado, teve voto unânime dos magistrados. O relator, desembargador José Ale Ahmad Netto, foi acompanhado pelo juiz Alexandre Corrêa Leite e pelo desembargador Jairo Roberto de Quadros. Todos optaram por negar o habeas corpus impetrado pela defesa, mantendo o ex-parlamentar detido desde o dia 5 de junho deste ano.

A prisão de Claudinho não representa um episódio isolado, mas a continuidade de uma trajetória recente de denúncias e suspeitas graves. Ele já havia sido preso em abril do ano passado, também no contexto da operação Tromper, mas havia obtido liberdade mediante habeas corpus. Na ocasião, foi monitorado por tornozeleira eletrônica, da qual reclamou de causar feridas nas pernas. Mesmo diante das medidas restritivas, de acordo com os investigadores, teria mantido suas atividades criminosas, atuando com desenvoltura na articulação do esquema mesmo sob vigilância.

Segundo o Ministério Público, Claudinho Serra teria recebido propinas correspondentes a 3% dos valores pagos pela Prefeitura de Sidrolândia a empreiteiras contratadas para obras públicas, entre elas as empresas dos empresários Cleiton Nonanto Corrêa e Edmilson Rosa. Somadas, as contratações ultrapassam a marca de R$ 17 milhões. Apesar de ter encerrado contratos com outras empresas investigadas, a então prefeita Vanda Camilo manteve vigentes justamente os contratos com esses dois empresários, o que levantou fortes indícios de favorecimento e continuidade da fraude.

O dinheiro oriundo da corrupção, conforme apontam as investigações, era repassado de forma fracionada a assessores de confiança, além do pai do ex-vereador, Cláudio Jordão de Almeida Serra. Também foi identificado o pagamento de despesas particulares da esposa de Claudinho, a médica Mariana Camilo de Almeida Serra, com recursos suspeitos.

O juiz Bruce Henrique Bueno dos Santos Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, aceitou a denúncia contra Claudinho Serra no mês passado, tornando-o réu formalmente pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além dele, outras 13 pessoas também se tornaram rés, incluindo o pai, a esposa e operadores ligados diretamente ao núcleo financeiro do esquema.

O escândalo que envolve o nome do ex-vereador tem provocado fortes impactos na política local e estadual. Claudinho, que emergiu como uma liderança jovem e promissora no cenário da capital sul-mato-grossense, agora se vê no epicentro de uma crise judicial de grandes proporções, com potencial de desdobramentos ainda mais amplos, atingindo outros agentes políticos.

A operação Tromper, conduzida em múltiplas fases desde 2023, já havia revelado indícios de fraudes em licitações, superfaturamento e pagamentos indevidos em diversos contratos. Com a manutenção da prisão preventiva de Claudinho Serra, o Tribunal de Justiça sinaliza respaldo às investigações e reforça a tese de que a liberdade do acusado pode representar risco à ordem pública e à continuidade do processo.

A decisão representa mais um marco em um caso que vem mobilizando a opinião pública sul-mato-grossense e coloca sob pressão figuras políticas ligadas direta ou indiretamente ao ex-vereador. O Ministério Público, por sua vez, assegura que as investigações seguirão avançando com a finalidade de desmontar toda a estrutura do esquema e responsabilizar todos os envolvidos.

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