O agronegócio brasileiro celebra mais uma marca histórica. Dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 10 de julho, apontam que o Brasil deverá colher uma safra recorde de grãos em 2025. A estimativa atualizada indica uma produção de 333,3 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, representando um aumento de 13,9% – ou 40,6 milhões de toneladas – em comparação à safra de 2024, que fechou com 292,7 milhões de toneladas.
O desempenho extraordinário é fruto direto do aumento da área plantada, da modernização das técnicas agrícolas, do uso intensivo de tecnologia no campo e das condições climáticas favoráveis na maior parte das regiões produtoras. A área a ser colhida em 2025 foi estimada em 81,2 milhões de hectares, crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior. Com exceção do Rio Grande do Sul, que enfrentou adversidades climáticas, o clima favoreceu as lavouras em todo o país, permitindo avanços significativos na produtividade das principais culturas.
Os protagonistas dessa expansão são, mais uma vez, os grãos que sustentam a base do agronegócio brasileiro: arroz, milho e soja. Juntos, representam 92,6% da produção total e são responsáveis por 88% da área colhida. A soja, cultura de maior valor comercial no país, deverá apresentar um crescimento expressivo de 13,9% em 2025, com destaque para Mato Grosso, Goiás e Paraná, que vêm liderando a produção nacional. O milho, incluindo as duas safras, deverá alcançar 131,4 milhões de toneladas, aumento de 14,6%. Também houve incremento na produção de feijão, trigo, algodão, cevada e sorgo.
A estimativa de junho é recorde absoluto da série histórica do IBGE, confirmando o posicionamento do Brasil como um dos maiores produtores e exportadores agrícolas do planeta. O crescimento da produção vem acompanhado de um aumento qualitativo, com investimentos em sementes geneticamente modificadas, fertilização de precisão, irrigação, controle biológico de pragas e técnicas sustentáveis que garantem produtividade mesmo em períodos de instabilidade climática.
Entre os destaques positivos de junho, em relação ao mês anterior, estão o crescimento nas estimativas de produção do milho 2ª safra (0,4%), do café canephora (10,8%), da cevada (30,3%), da aveia (1,2%), do algodão herbáceo (0,8%) e do café arábica (0,8%). Por outro lado, algumas culturas apresentaram ligeiras reduções, como o feijão 1ª e 2ª safras, o trigo e a soja, cujas oscilações refletem ajustes locais e pontuais nas projeções.
O avanço da safra em 2025 é registrado em todas as regiões do Brasil. O Centro-Oeste segue como principal polo produtor, com 51% do total nacional, seguido pelo Sul (25,4%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,4%) e Norte (6,3%). Entre os estados, Mato Grosso permanece como líder isolado, com participação de 31,5% na produção nacional de grãos, seguido por Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Juntos, esses estados são responsáveis por quase 80% da produção nacional.
A pujança agrícola brasileira, no entanto, não é fruto do acaso. Desde a década de 1970, o país investe em ciência, pesquisa e estruturação de políticas agrícolas. O próprio LSPA, instrumento de base estatística da atual estimativa, foi implantado em 1972 com o objetivo de oferecer dados mensais sobre a produção agrícola nacional. A metodologia do levantamento permite acompanhar todas as fases da safra – desde a intenção de plantio até o final da colheita –, além de projetar a produção do ano seguinte com alto grau de precisão.
Segundo o gerente do LSPA, Carlos Barradas, os produtores brasileiros apostaram em culturas mais resilientes, como a cevada e a aveia, em regiões onde o trigo vem sendo penalizado por seguidas perdas relacionadas ao clima. A migração de parte da área para culturas menos exigentes quanto à qualidade de colheita garantiu melhor aproveitamento do solo e redução de riscos comerciais.
Além do aspecto econômico, o bom desempenho da safra contribui com a segurança alimentar interna, o superávit da balança comercial, a geração de empregos no campo e a sustentabilidade de milhares de pequenas e médias propriedades rurais espalhadas pelo território nacional.
A próxima atualização do LSPA está prevista para o dia 14 de agosto, quando serão divulgados os dados referentes ao mês de julho. Até lá, o país celebra não apenas uma safra promissora, mas também a reafirmação do seu papel central na geopolítica global da alimentação.
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