Horas depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter evitado responder sobre a possível mudança na meta fiscal do governo, ele voltou a se reunir no Palácio do Planalto. Desta vez, com ministros do governo e um parlamentar. A agenda estava marcada previamente, mas não consta no sistema oficial devido a instabilidades nos servidores.
Além de Haddad, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, debateram com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), sobre o Orçamento para 2024.
A reunião aconteceu na segunda-feira à noite (31), horas depois de Haddad ter sido questionado, em coletiva de imprensa, sobre a possível mudança da meta de zerar o déficit fiscal em 2024. O ministro foi questionado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer que o governo federal não precisa perseguir o déficit zero, apesar da meta fiscal ser uma das principais bandeiras do Ministério da Fazenda.
Na entrevista coletiva, o ministro da Fazenda não respondeu aos questionamentos, mas disse estar comprometido com o equilíbrio fiscal. Ele ainda distribuiu responsabilidades pela deterioração das contas públicas dos últimos seis anos e se colocou numa posição de quem quer resolver os problemas do país e o mercado, o Banco Central, o Congresso Nacional e até o Judiciário não deixam – ou não querem.
Haddad já havia ido ao Planalto na manhã de segunda e conversado com o presidente Lula. Segundo o ministro, foi tratado do Marco de Garantias, sancionado nesta terça-feira (31), com vetos.
De acordo com auxiliares do governo, as reuniões não teriam tido a meta como tema central, mas foi abordada de forma lateralmente. Fontes ouvidas pela reportagem dizem que a mudança na meta ainda não foi definida, porque os ministros que fazem parte da Junta de Execução Orçamentária (JEO) bateram martelo sobre a questão.
A JEO é um órgão colegiado responsável pelo assessoramento direto ao presidente da República na condução da política fiscal do governo. É também responsável por definir os cortes orçamentários e avaliar pedidos dos ministérios.
Além de Haddad, Tebet e Rui Costa, a ministra de Gestão e Inovação de Serviços Públicos, Esther Dweck, também é responsável pela deliberação na JEO.