Mato Grosso do Sul, 5 de julho de 2025
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Filho do desembargador Divoncir Schreiner Maran movimentou R$ 1 mi em 9 meses ganhando R$ 7.887,50

O filho Rafael Fernando é dono do Rancho Jatobá, que teria feito movimentações financeiras sob investigação

Com renda mensal declarada de R$ 7,8 mil, o advogado Vânio César Bonadiman Maran, filho mais velho do desembargador Divoncir Schreiner Maran, movimentou R$ 1 milhão em apenas nove meses. Os valores constam da quebra de sigilo bancário pela Polícia Federal na investigação aberta contra o magistrado após revogar a prisão do narcotraficante Gerson Palermo, condenado a 126 anos de cadeia.

Os detalhes constam do despacho da ministra Maria Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça, que autorizou os mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente do Tribunal de Justiça, a esposa e seus quatro filhos.

Vânio é apontado como o principal operador financeiro do pai. De acordo com a investigação, ele declarou ter renda de R$ 7.887,50 por mês. Contudo, a quebra do sigilo bancário mostrou que o advogado movimentou R$ 1,074 milhão entre o dia 1º de junho de 2021 e março de 2022.

A análise feita pela Receita Federal mostrou que o primogênito foi o principal beneficiário dos recursos provenientes dos clientes das atividades rurais de Divoncir Maran, a agropecuária. Foram encontradas movimentações com despesas que não possuem vinculação direta com o desembargador.

A PF encontrou duas escrituras de imóveis em nome dos quatro filhos de Divoncir, Vânio, Divoncir Schreiner Maran Júnior, Rafael Fernando Ghelem Maran e Maria Fernanda Gehlen Maran. Uma das propriedades teria custado R$ 2 milhões e os policiais não encontraram rastros do suposto pagamento.

Outra suspeita é sobre a realização de depósitos fracionados por Vânio Maran, de valores sempre inferiores a R$ 50 mil para evitar a malha fina da Receita Federal. Ele teria feito R$ 175.560 em depósitos na sua conta bancária. Outros 243 depósitos fracionados foram realizados por terceiros.

O filho Rafael Fernando é dono do Rancho Jatobá, que teria feito movimentações financeiras sob investigação. A PF apontou, conforme Isabel Gallotti, que não encontrou rastros de movimentações financeiras da propriedade em 2020.

As revelações começaram a ser feitas a partir da quebra dos sigilos bancários do desembargador Divoncir Schreinar Maran, do advogado Rodney do Nascimento e do integrante do PCC, Gerson Palermo.

Após a primeira análise, a PF pediu a ampliação da quebra do sigilo bancário para a esposa do magistrado, Viviane Alves Gomes de Paula, dos quatro filhos, da assessora Gabriela Soares Moraes e de Cristian Araújo.

A Polícia Federal pediu a realização de busca e apreensão com o objetivo de encontrar documentos, contratos de gaveta, entre outros indícios de que o magistrado praticou os crimes de corrupção passiva e ocultação de patrimônio.

Além dos mandados de busca e apreensão, a ministra do STJ determinou o afastamento de Divoncir Shcreiner Maran do cargo até o dia 6 de abril deste ano, quando ele se aposenta compulsoriamente. No entanto, ele continuará proibido de frequentar a corte e manter contato com os demais investigados.

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