Mato Grosso do Sul, 13 de maio de 2025
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Lula não vai comprar ‘arroz de plástico’ da China; saiba de onde vem o cereal

Conab garante que todos os produtos que o país arrematar em leilão vão passar por testes de qualidade
Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado
Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado

A medida provisória que autoriza a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz e a decisão do governo de zerar as tarifas que incidem sobre as compras do cereal produzido fora do Mercosul geraram uma série de especulações.

Do lado dos produtores, o receio é de que a entrada desses produtos prejudique o segmento. Entre os consumidores, surgiram dúvidas sobre a qualidade do cereal a ser comprado nos leilões.

Nas redes sociais, surgiram comentários de que o Brasil importaria arroz da China, um tipo sintético do cereal. “Ele não é plantado, é fabricado, tipo um plástico sintético, e modificado geneticamente para causar doenças”, afirmou um dos usuários.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa responsável por realizar os leilões de compras, garante que a informação não é verdadeira.

De onde vem o arroz importado?

Não há restrições para a origem do arroz importado, mas a Conab adianta que a China não participará do leilão. O país é o maior consumidor de arroz do mundo, o que faz com que toda a sua produção, de 145 milhões de tonelada por safra, destine-se apenas ao mercado interno, que consome o mesmo volume. Não há espaço para exportações.

Além disso, os chineses produzem um arroz do tipo curto, muito diferente do nacional e por isso, provavelmente, pouco aceito pelo consumidor brasileiro. No vídeo que circula nas redes sociais, a fábrica chinesa Sunprint faz uma mistura de grãos naturais quebrados com farinhas de milho, de soja e de trigo.

As discussões sobre a necessidade de o Brasil aumentar as importações de arroz começaram porque as chuvas no Rio Grande do Sul elevaram o risco de o produto começar a faltar no mercado e de os preços serem objeto de especulação. O Estado responde por 70% da produção nacional do grão.

O Brasil consome anualmente cerca de 10 milhões de toneladas do cereal, o mesmo volume que produz. Entretanto, para alguns Estados é mais barato importar arroz, devido ao frete e ao câmbio, do que transportá-los de algumas cidades gaúchas. Por isso, no balanço de oferta e demanda em cada safra aparecem algumas importações.

Atualmente, a maior parte dessas compras são de países do Mercosul, mas há potencial para importação de outras origens, como a Tailândia e Vietnã ou outros países da América do Sul, como Venezuela e Bolívia.

Teste de qualidade

O edital dos leilões prevê a compra de variedades que sejam “compatíveis com o consumo brasileiro”, afirma a Conab, em nota. O país vai em busca de arroz beneficiado, polido, longo, fino, tipo 1, da safra 2023/24.

No texto, a empresa esclarece ainda quais são os testes que garantem a qualidade do produto. Os exportadores devem comprovar que as embalagens estão em linha com os padrões físico-químicos, sensoriais e de embalagem.

Nesse processo, observa-se o nível de umidade, impurezas ou de grãos quebrados e também se o alimento possui aspecto, cor, odor e sabor característico de arroz beneficiado polido longo fino tipo 1.

“Serão exigidos os documentos legais que comprovem a qualidade estabelecida neste aviso e na legislação vigente […] O não atendimento a essas condições e a demais exigências estabelecidas implicará em recusa e devolução automática do lote do produto”, garante a empresa no edital.

O primeiro leilão de compra ocorreria na terça-feira (21/5), mas a Conab decidiu suspender o certame. O anúncio da nova data deve ocorrer em breve, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em audiência na Câmara dos Deputados na quarta-feira (22/4).

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