Os contratos de soja para novembro operam em alta de 2,12% na abertura da bolsa de Chicago desta segunda-feira (23/9), a US$ 10,3350 por bushel, impulsionados pelas chuvas no cinturão de soja e milho americano, com a possibilidade de desaceleração no ritmo da colheita nos Estados Unidos. Além disso, o atraso do plantio da safra 2024/25 no Brasil devido à seca também contribui para a tendência de alta.
O milho também é afetado pelas chuvas nos EUA, com possibilidade de desaceleração da colheita, que vem impulsionando compras dos fundos. A menor oferta na União Europeia e na Ucrânia, além da queda na intenção de plantio na Argentina, também contribuem para a tendência de alta. Assim, os contratos com entrega para dezembro avançam 1,99%, a US$ 4,0975 por bushel.
O trigo, por sua vez, tem forte alta em Chicago, de 2,51%, após as quedas na última semana, cotado a US$ 5,8274 por bushel para os contratos de entrega em dezembro. As melhorias estão relacionadas a compras oportunas dos investidores e à queda significativa prevista na oferta exportável da União Europeia, após as más colheitas na França e na Alemanha, seus principais produtores.
Analistas apontam que os armazéns da China estão abarrotados de grãos enquanto uma crise econômica se instala, deixando os agricultores do mundo lidando com a perspectiva de uma desaceleração prolongada para um de seus maiores clientes.
Pequim pediu aos comerciantes que limitem as compras externas de milho, cevada e sorgo um esforço para amenizar o excesso de oferta exacerbado por uma onda de compras quando os comerciantes adquiriram carregamentos baratos do exterior no início deste ano.
Além disso, uma greve iminente em mais de trinta portos nos Estados Unidos preocupa empresas e analistas, aponta a agência Dow Jones.
A Associação Internacional de Longshoremen diz que seus 25 mil funcionários irão interromper os trabalhos caso não chegue a um acordo com a Aliança Marítima dos EUA, que representa transportadoras e operadores de terminais marítimos, até a próxima segunda-feira (30/9).
O contrato abrange todos os portos entre Maine e Texas, incluindo Nova York, Savannah, Houston, Miami e Nova Orleans e, somados, recebem 41% do volume portuário do país.
Grupos empresariais temem que uma interrupção tão grande nas cadeias de suprimentos aumente drasticamente o custo de importação de materiais, exportação de produtos e remessas de armazenagem.
Embora alguns portos da Califórnia tenham sofrido interrupções trabalhistas no ano passado, a última grande paralisação de trabalho foi um bloqueio de 11 dias nos portos da costa oeste em 2002. Esse fechamento custou US$ 1 bilhão por dia e causou seis meses de atrasos, relata a agência.