Mato Grosso do Sul, 14 de maio de 2025
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A rota da cocaína: Traficante paulista é preso com mais de 50 quilos da droga em fundo falso de veículo de luxo

Operação da Polícia Rodoviária Federal intercepta transporte de entorpecentes na BR-163, em Dourados; suspeito tentava levar a carga de Corumbá até o Paraná
Imagens - PRF/Divulgação
Imagens - PRF/Divulgação

Na manhã desta terça-feira, 13 de maio, uma abordagem de rotina da Polícia Rodoviária Federal resultou em mais um capítulo do combate ao narcotráfico na principal via de escoamento entre o Centro-Oeste e o Sul do país. O flagrante ocorreu nas imediações do trevo de acesso à Embrapa, na BR-163, em Dourados, e teve como desfecho a prisão de Donizete Gabriel dos Reis, de 62 anos, natural de Ribeirão Preto (SP), flagrado transportando 55,9 quilos de cocaína em um fundo falso no assoalho de um veículo Mercedes-Benz modelo B200.

O caso chama atenção não apenas pela quantidade expressiva da droga, mas também pelas circunstâncias e o perfil incomum do suspeito. Donizete, que trabalha como chaveiro em sua cidade natal, conduzia um carro com placas de Foz do Iguaçu (PR) quando foi parado por policiais rodoviários federais após realizar uma ultrapassagem em faixa contínua. A infração de trânsito, aparentemente banal, levou à descoberta de um esquema sofisticado de tráfico internacional.

Contradições e desconfiança levam à descoberta

Durante a abordagem, os agentes perceberam inconsistências nas informações prestadas por Donizete. Questionado sobre o itinerário, afirmou inicialmente que retornava de Miranda. Em seguida, ao ser confrontado, alterou sua versão dizendo ter vindo de Corumbá, município fronteiriço com a Bolívia, frequentemente utilizado como ponto de entrada de entorpecentes em território brasileiro.

Diante da suspeita, os policiais conduziram o veículo até a sede da delegacia da PRF em Dourados, onde uma inspeção minuciosa revelou um fundo falso sob o assoalho do automóvel. Ali estavam ocultos os tabletes de cocaína, cuidadosamente embalados e prontos para o transporte.

Ao ser confrontado com a descoberta, Donizete confessou que havia sido contratado para realizar o transporte da droga. Segundo seu relato, receberia a quantia de R$ 30 mil pelo serviço. A missão era simples e perigosa: sair de Corumbá com destino a Cascavel, no Paraná, uma das rotas conhecidas para o envio de drogas a centros maiores de distribuição.

Flagrante e consequências

Após a confissão, Donizete foi conduzido à Seção de Investigações Gerais da Polícia Civil de Dourados, onde foi autuado em flagrante por tráfico de drogas. A carga, avaliada em milhões de reais no mercado ilícito, foi apreendida e será encaminhada para perícia e incineração.

O caso reforça a preocupação das autoridades com o uso da BR-163 como rota de escoamento do narcotráfico, especialmente em veículos de alto padrão adaptados para o transporte clandestino de entorpecentes. Também chama atenção o recrutamento de pessoas fora do perfil tradicional dos traficantes, como idosos e trabalhadores de baixa renda, cooptados pela promessa de grandes quantias em dinheiro.

Tráfico transnacional e fronteira vulnerável

Corumbá, cidade de onde a droga supostamente partiu, é há muito tempo conhecida como uma das principais portas de entrada de drogas no país, devido à sua localização estratégica na fronteira com a Bolívia. A cocaína produzida nos laboratórios clandestinos bolivianos frequentemente atravessa os limites fronteiriços de forma dissimulada, sendo transportada por rodovias federais até grandes centros consumidores ou diretamente para portos com destino ao exterior.

A prisão de Donizete é mais um reflexo da complexidade do tráfico transnacional, que se adapta, evolui e se infiltra nas lacunas de fiscalização e vulnerabilidades logísticas do Brasil. Mesmo com investimentos em tecnologia, inteligência policial e parcerias internacionais, o fluxo de drogas continua intenso, colocando em risco não apenas a segurança pública, mas a estrutura social de comunidades inteiras afetadas direta ou indiretamente pelo narcotráfico.

O caso segue sob investigação, e as autoridades agora buscam identificar outros envolvidos na operação criminosa, além de possíveis conexões com organizações maiores. Enquanto isso, Donizete Gabriel dos Reis permanece à disposição da Justiça, devendo responder pelo crime de tráfico interestadual de drogas, cuja pena pode ultrapassar os 15 anos de reclusão.

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