Ao assumir a prefeitura de Campo Grande em 2022, Adriane Lopes herdou uma cidade com grandes desafios e expectativas de avanços. Contudo, ao longo de sua gestão até 2024, críticas contundentes emergiram em diferentes áreas, gerando questionamentos sobre a eficiência e a transparência de sua administração.
Saúde Pública: Falta de Medicamentos, Médicos e Exames
Um dos principais focos de insatisfação foi a situação da saúde pública municipal. Moradores denunciaram a constante falta de medicamentos básicos nos postos de saúde, agravada pela ausência de médicos em diversas unidades, o que comprometeu atendimentos de urgência e consultas de rotina.
Outro ponto crítico foi a interminável fila para a realização de exames médicos, com relatos de pessoas aguardando por meses para diagnósticos simples. Essa situação deixou muitos cidadãos inseguros e insatisfeitos com o sistema de saúde da cidade.
Educação: Falta de Vagas nos EMEIs e Baixo Investimento
A educação municipal também foi motivo de grandes críticas. A falta de vagas nos Centros de Educação Infantil (EMEIs) tornou-se uma das principais queixas dos pais, que enfrentaram filas e dificuldades para matricular seus filhos.
Além disso, obras em escolas e creches ficaram abandonadas ou foram paralisadas por falta de recursos, deixando alunos em instalações inadequadas ou improvisadas. A ausência de investimentos significativos no setor educacional comprometeu a qualidade do ensino e gerou protestos de professores, pais e estudantes.
Transporte Público: Passagem Cara, Ônibus Velhos e Falta de Investimentos
A precariedade do transporte público foi outro ponto de insatisfação recorrente durante a gestão de Adriane Lopes. A população enfrentou ônibus velhos, em condições precárias e com manutenção deficiente, comprometendo a segurança e o conforto dos passageiros.
Além disso, a tarifa do transporte público foi considerada alta, pesando no orçamento das famílias campo-grandenses. A falta de investimentos para modernizar o sistema e ampliar a frota resultou em um serviço insuficiente para atender à demanda da população, gerando atrasos e superlotação.
Infraestrutura e Abandono de Bairros
Os bairros mais afastados da área central de Campo Grande enfrentaram abandono, segundo moradores. Ruas esburacadas, iluminação pública precária e ausência de serviços básicos tornaram-se queixas recorrentes. Além disso, as enchentes em diversos pontos da cidade, especialmente durante o período chuvoso, evidenciaram a falta de investimentos em drenagem urbana e obras de contenção.
Extinção de Secretarias Municipais
Outra medida polêmica da gestão foi a extinção de secretarias municipais consideradas essenciais para atender às demandas da população. Com a justificativa de corte de gastos, pastas importantes para áreas como cultura, assistência social e meio ambiente foram desativadas ou incorporadas a outras secretarias, resultando na redução de serviços essenciais e na perda de autonomia para tratar de temas cruciais.
Essa decisão foi amplamente criticada por especialistas e pela população, que apontaram um retrocesso na capacidade do município de atender a necessidades específicas dos campo-grandenses.
Nepotismo e Folha Secreta
Acusações de nepotismo também marcaram a gestão de Adriane Lopes. Familiares de figuras políticas e pessoas próximas à prefeita foram apontados como beneficiários de cargos públicos, levantando suspeitas sobre práticas de favorecimento.
Outro episódio que ganhou destaque foi a chamada “folha secreta”, que teria sido criada para ocultar gastos com servidores e colaboradores específicos. Essa prática, amplamente criticada, foi vista como uma tentativa de driblar os princípios de transparência exigidos na administração pública.
Pronunciamento do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul
O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) acompanhou de perto a administração de Adriane Lopes e se pronunciou oficialmente sobre irregularidades encontradas na gestão. Em uma decisão histórica, o TCE-MS apontou problemas graves na execução orçamentária e na falta de transparência da prefeitura.
Entre as principais denúncias acatadas pelo tribunal estavam a folha secreta, supostas contratações superfaturadas e indícios de desvio de recursos públicos. O órgão determinou a instauração de investigações mais profundas, recomendou a suspensão de contratos suspeitos e aplicou multas a gestores diretamente responsáveis por práticas consideradas ilegais.
A decisão do TCE-MS aumentou a pressão sobre a administração municipal, reforçando os pedidos de maior fiscalização e responsabilidade. O tribunal destacou ainda que a gestão de Campo Grande precisava corrigir falhas estruturais para garantir que os recursos públicos fossem usados de forma eficiente e transparente.
Cultura e Falta de Investimentos
A cultura de Campo Grande também foi relegada a segundo plano, segundo artistas e produtores locais. Durante os três anos de gestão, a cidade enfrentou uma redução significativa de investimentos em projetos culturais e eventos que antes movimentavam a cena artística e proporcionavam lazer à população. A falta de editais de incentivo e apoio aos artistas locais foi motivo de insatisfação no setor.
Obras Paralisadas e Abandono de Projetos
Outro ponto que marcou a gestão foi o abandono de obras essenciais para o município. Construções de escolas, postos de saúde e outras estruturas fundamentais para a população ficaram inacabadas, reforçando o sentimento de descaso com os recursos públicos e com o bem-estar dos moradores.
Falta de Transparência e Corrupção
A administração de Adriane Lopes foi alvo de diversas denúncias de falta de transparência no uso do erário público. Investigações sobre corrupção em contratos municipais reforçaram as críticas ao governo. Movimentos sociais e entidades locais cobraram maior fiscalização e responsabilização dos envolvidos em escândalos de desvio de verbas.
Um Legado Marcado por Controvérsias
Ao final de 2024, a gestão de Adriane Lopes deixa um legado de promessas não cumpridas e desconfiança por parte da população.
A sociedade campo-grandense, diante desse cenário, aguarda o próximo mandato como uma oportunidade de reconstrução e de retomada do protagonismo da cidade, com maior atenção às demandas da população e uma administração mais ética e transparente.
O Que o Povo de Campo Grande Espera do Novo Mandato de Adriane Lopes
Os moradores de Campo Grande, especialmente aqueles que vivem nos bairros e vilas mais afastados do centro, esperam que o novo mandato da prefeita Adriane Lopes traga soluções reais para os problemas que têm tirado o sono da população. Depois de anos de insatisfação com a falta de respostas, o povo quer ver mudanças que cheguem até quem mais precisa.
Comércio Central em Queda
A revitalização da Rua 14 de Julho, projetada para modernizar o centro de Campo Grande, teve um efeito colateral preocupante: a queda do comércio na área central. Lojistas relatam que as obras afastaram clientes, e mesmo após a entrega, o fluxo não voltou ao normal. “Antes a gente vendia muito aqui. Depois dessa obra, ninguém vem mais. A maioria das lojas está fechando”, explica Roberto, dono de uma loja na área.
Saúde Que Funcione
A saúde é uma das maiores preocupações. Nos postos, falta de tudo: remédios, médicos e até exames simples. “A gente fica horas na fila e, quando chega nossa vez, não tem remédio ou não tem médico pra atender”, diz Maria do Carmo, moradora do bairro Nova Lima.
O que o povo quer? Mais médicos, medicamentos disponíveis e exames feitos no prazo. Não dá mais para esperar meses por uma consulta ou diagnóstico.
Educação para Todos
Os pais que vivem nas vilas enfrentam um drama: falta de vagas nos EMEIs. “Tenho que deixar meu filho com a vizinha porque não consegui vaga na creche”, conta Antônio Carlos, do bairro Aero Rancho. Além disso, escolas estão precisando de reformas, e muitas obras estão paradas.
O povo quer escolas e creches funcionando, professores bem preparados e ambientes seguros para as crianças.
Transporte Público Melhor
Quem depende de ônibus para se locomover tem enfrentado muitos problemas. Os veículos estão velhos, quebram no meio do caminho e ainda cobram uma tarifa cara. “A gente paga caro por um serviço que não presta”, reclama Rosângela, do bairro Moreninhas.
Os moradores esperam que a prefeitura renove os ônibus, melhore as linhas e, se possível, diminua o valor da passagem.
Cuidar dos Bairros
Os bairros de Campo Grande estão abandonados, segundo os moradores. Ruas esburacadas, falta de iluminação e enchentes em épocas de chuva são problemas que parecem não ter fim. “Quando chove, a água invade a casa. E quando passa, sobra o barro e os buracos”, diz José Antônio, da Vila Nhanhá.
O povo quer mais atenção aos bairros, com asfalto, drenagem para evitar enchentes e uma cidade limpa e organizada.
Cultura e Lazer Esquecidos
O lazer e a cultura também são motivo de queixa. “A gente não tem onde levar as crianças pra brincar ou onde curtir uma apresentação cultural. Parece que esqueceram da gente”, diz Cláudia, moradora do bairro Dom Antônio Barbosa.
Os moradores pedem mais investimentos em eventos culturais, praças e espaços de lazer, especialmente para as famílias que vivem longe do centro.
Fim da Corrupção e Mais Transparência
Depois de denúncias de corrupção, nepotismo e a famosa “folha secreta”, a população quer um governo limpo e honesto. “A gente só quer saber onde o dinheiro tá indo e que ele seja usado pra melhorar a nossa vida”, cobra João Batista, do Jardim Noroeste.
O povo quer que a prefeitura preste contas de cada centavo e que os casos de corrupção sejam investigados e punidos.
Secretarias Que Funcionem
A extinção de secretarias importantes, como as de cultura e assistência social, deixou muita gente insatisfeita. “A cultura morreu e quem precisa de ajuda tá abandonado”, diz Sueli, do bairro Coophavilla II.
Os moradores querem que essas secretarias sejam reativadas e que as demandas da comunidade sejam tratadas com prioridade.
A Esperança do Povo
Os moradores de Campo Grande estão cansados de promessas e querem ações concretas que melhorem a saúde, educação, transporte e infraestrutura dos bairros. Eles esperam que Adriane Lopes mostre serviço no novo mandato e olhe para as necessidades das vilas e comunidades mais afastadas.
“Queremos uma prefeita que governe para o povo, não só para o centro da cidade. A gente precisa de atenção”, resume dona Vera, moradora do Jardim Anache.
Agora, o que resta é esperar para ver se o governo vai ouvir o clamor do povo e finalmente trazer as mudanças tão necessárias para quem vive nos bairros de Campo Grande.