Um ponto de ônibus coberto, e que já estava torto, caiu na manhã desta terça-feira (25) em cima de uma idosa de 68 anos, que esperava pelo coletivo na Rua Carlos Drummond de Andrade, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Ela foi socorrida e encaminhada para a Santa Casa.
Informações passadas são de que a idosa estava no ponto de ônibus por volta das 7h30 para voltar para sua casa depois de dormir na residência da filha, quando a cobertura caiu em cima dela, atingindo suas pernas.
Com gritos de socorro, vizinhos saíram para ver o que estava ocorrendo. Populares a ajudaram a levantar o ponto e acionaram ajuda.
De acordo com testemunhas, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) demorou cerca de 2 horas para fazer o socorro da idosa, que foi levada para a Santa Casa, com suspeita de fratura em uma das pernas.
A filha de 26 anos da idosa contou que a mãe já tinha feito uma cirurgia na perna meses antes. A recepcionista de uma escola na região comentou sobre o perigo do ponto cair em cima de crianças que pegam o coletivo na saída da escola.
“E eu fiquei desesperada. Porque pensa, é a entrada das crianças. Elas ficam todas ali de manhã, quando vem para a entrada da escola. E as crianças são muito pequenas, né”, disse recepcionista de uma escola infantil que fica em frente ao ponto de ônibus.
Um problema que vai muito além de um ponto caindo
O transporte coletivo de Campo Grande enfrenta um verdadeiro colapso que se arrasta há anos, prejudicando diariamente milhares de usuários que dependem dos ônibus para se deslocar. A queda do abrigo de ônibus no Aero Rancho, que deixou uma idosa ferida, é apenas a ponta do iceberg de um sistema precário, caro e ineficiente.
Os pontos de ônibus, na maioria das vezes, estão em condições deploráveis, sem nenhuma manutenção ou estrutura adequada para proteger os passageiros do sol e da chuva. Muitos são velhos, enferrujados e visivelmente tortos, como o que desabou nesta terça-feira. Isso expõe o descaso das autoridades e das empresas responsáveis pelo transporte público, que cobram uma passagem cara, mas não oferecem sequer condições mínimas de conforto e segurança.
Além da falta de estrutura nos abrigos, os próprios ônibus estão longe de serem modelos de eficiência. Quando chove, o usuário precisa abrir o guarda-chuva dentro do veículo para não se molhar, porque muitas unidades apresentam infiltrações e vazamentos. Fora isso, o tempo de espera nos pontos é um tormento, com linhas que demoram a passar e veículos superlotados, tornando a experiência de deslocamento um verdadeiro teste de paciência.
A população de Campo Grande já se acostumou com a falta de qualidade no transporte coletivo, mas até quando? Até quando idosos terão que correr risco de se machucar em pontos caindo aos pedaços? Até quando trabalhadores e estudantes enfrentarão ônibus lotados e sucateados? A cidade precisa urgentemente de uma reformulação no serviço, com mais fiscalização, investimentos em infraestrutura e, principalmente, respeito ao usuário.
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