Quatro estudantes do segundo semestre do curso de Medicina da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), com idades entre 19 e 25 anos, registraram boletim de ocorrência na Polícia Civil relatando terem sido vítimas de importunação sexual durante a realização de uma prova em uma residência particular no Bairro Portal, em Dourados, Mato Grosso do Sul. O episódio ocorreu na noite do dia 9 de junho de 2025 e tem causado indignação na comunidade acadêmica e na sociedade local.
De acordo com o relato das vítimas, elas foram informadas pela professora responsável pela disciplina de neuroanatomia que a avaliação seria aplicada em sua casa. No horário agendado, as acadêmicas chegaram ao endereço e foram recebidas inicialmente por um homem idoso que se encontrava vestindo apenas cueca. Pouco depois, a professora as conduziu até o local da prova, onde esperavam a chegada de um colega de turma, um jovem entre 25 e 30 anos.
Foi durante essa espera que o jovem, de forma inesperada, passou a abraçar e beijar as alunas sem consentimento, chegando a beijar a boca de uma delas. O ato de importunação sexual aconteceu na presença da professora, que não interveio no momento. Segundo consta no registro policial, uma das estudantes tentou se desvencilhar alegando ter namorado, mas o agressor continuou a fazer comentários inapropriados, inclusive sugerindo tirar fotos com as jovens.
A professora, que é mãe do agressor e também atua como médica psiquiatra em Dourados, pediu desculpas pelo comportamento do filho e solicitou que uma outra pessoa da casa retirasse o jovem do local, alegando que ele possui Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar do ocorrido, as acadêmicas realizaram a prova, que foi concluída sob forte abalo emocional. Ao final, a professora fez comentários ásperos, afirmando que quem não gostasse da nota deveria estudar mais e tentar novamente.
As estudantes ainda informaram à polícia que já tinham conhecimento de que a professora havia sido proibida de aplicar avaliações em sua residência anteriormente, mas não questionaram a decisão, pois temiam represálias por parte da docente, conhecida por seu comportamento autoritário, e também porque necessitavam da nota para seguir no curso.
O episódio deixou as acadêmicas profundamente constrangidas e emocionalmente abaladas, que relataram ter se sentido vulneráveis diante da situação e da presença da professora, o que as impediu de manifestar resistência no momento dos abusos.
Em nota oficial, a Reitoria da UFGD manifestou repúdio veemente a todas as formas de violência contra as mulheres e garantiu que está adotando as medidas administrativas necessárias para apurar o caso por meio da Corregedoria da instituição. O comunicado ressalta que a universidade acompanha o processo junto à Polícia Civil e está empenhada em prestar apoio integral às vítimas, assegurando o acolhimento adequado e a aplicação de eventuais medidas disciplinares, conforme regulamentos internos e legislação vigente.
A instituição reiterou seu compromisso com a promoção de um ambiente acadêmico seguro, respeitoso e livre de qualquer tipo de assédio ou violência, destacando que seguirá fortalecendo políticas de combate à violência de gênero e incentivando a conscientização de toda a comunidade universitária.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil de Dourados, que busca apurar as circunstâncias do crime e responsabilizar os envolvidos. A sociedade local acompanha com atenção o desdobramento da situação, que expõe um problema grave e urgente a ser enfrentado nas instituições de ensino e na sociedade como um todo.
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