Mato Grosso do Sul, 23 de maio de 2025
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Alerta sanitário após show de Shakira em New Jersey: autoridades temem surto de sarampo e reforçam importância da vacinação

Presença de pessoa infectada em espetáculo no MetLife Stadium acende sinal de alerta nos Estados Unidos, onde o sarampo volta a preocupar diante da resistência vacinal e aumento de casos em 2025
Shakira — Foto: Nicolas Gerardin
Shakira — Foto: Nicolas Gerardin

As autoridades de saúde do estado de New Jersey, nos Estados Unidos, emitiram um severo alerta sanitário nesta terça-feira, 20 de maio, após confirmarem que uma pessoa infectada com sarampo esteve presente no show da cantora colombiana Shakira, realizado no MetLife Stadium, localizado na cidade de East Rutherford. O evento, que reuniu milhares de fãs em um dos maiores estádios do país, pode ter se transformado em um foco potencial de disseminação do vírus, considerado uma das infecções mais contagiosas do mundo.

De acordo com o comunicado oficial do Departamento de Saúde de New Jersey, todas as pessoas que estiveram no espetáculo e que apresentarem sintomas compatíveis com a infecção devem entrar imediatamente em contato com os serviços médicos locais antes de procurar atendimento presencial. O objetivo é evitar a exposição de outras pessoas e, consequentemente, novas cadeias de transmissão. As autoridades destacaram ainda que os sintomas podem demorar até o dia 6 de junho para se manifestar, dada a natureza do período de incubação do vírus.

O sarampo, causado pelo vírus Morbillivirus, pertence à família Paramyxoviridae e é caracterizado por sua altíssima taxa de transmissibilidade. Estima-se que, em ambientes fechados, o vírus possa permanecer ativo no ar ou em superfícies por várias horas após a passagem de uma pessoa contaminada. A infecção ocorre essencialmente por meio da inalação de gotículas respiratórias expelidas ao falar, tossir ou espirrar.

De modo insidioso, o sarampo começa com sintomas inespecíficos, como febre, tosse persistente, coriza e conjuntivite, evoluindo posteriormente para a característica erupção cutânea que se inicia na face e se espalha rapidamente pelo corpo. Especialistas alertam que uma pessoa contaminada pode transmitir o vírus de dois a quatro dias antes do surgimento das manchas na pele, permanecendo contagiosa até quatro dias após o seu desaparecimento.

A vacinação segue sendo, segundo consenso médico e científico, a principal e mais eficaz medida de prevenção contra o sarampo. Nos Estados Unidos, a vacina combinada tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, integra o calendário nacional de imunização e é recomendada para todas as crianças, com duas doses administradas entre 12 e 15 meses de idade e entre 4 e 6 anos.

Entretanto, o avanço do sarampo no país está diretamente associado a movimentos antivacina, que nos últimos anos têm crescido sob motivações religiosas e ideológicas. Segundo dados divulgados pela Associated Press, mais de mil casos de sarampo foram registrados nos Estados Unidos somente em 2025, atingindo ao menos 30 estados, um cenário que alarma especialistas e autoridades de saúde pública.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) alertam para o ressurgimento global do sarampo, cuja eliminação como problema de saúde pública havia sido celebrada em vários países no início do século XXI. Contudo, o declínio nas taxas de vacinação, motivado por desinformação e resistência a programas públicos, permitiu a reintrodução do vírus em diversas regiões, inclusive na América do Norte e Europa.

Em Portugal, por exemplo, a Direção-Geral da Saúde relatou um aumento expressivo no número de casos após anos de estabilidade. Após dois anos sem registros, 35 infecções foram identificadas em 2024, e, apenas entre janeiro e abril de 2025, já foram contabilizados 14 novos casos, alimentando o receio de um surto mais amplo, sobretudo entre grupos não vacinados ou parcialmente imunizados.

O episódio ocorrido no MetLife Stadium evidencia, mais uma vez, os riscos associados à concentração de grandes públicos em ambientes que favorecem a rápida propagação de doenças infecciosas, especialmente aquelas cuja disseminação se dá por via aérea.

As autoridades de New Jersey reforçam a orientação para que todos os indivíduos que não estejam imunizados busquem a vacinação o quanto antes. Paralelamente, profissionais de saúde alertam para a necessidade de monitoramento rigoroso de qualquer sintoma suspeito e recomendam que pessoas com sinais de infecção se mantenham isoladas, evitando, assim, a propagação do vírus para comunidades vulneráveis, como crianças pequenas, gestantes e indivíduos imunossuprimidos.

O caso também reacende o debate sobre a responsabilidade coletiva na proteção da saúde pública e o papel das campanhas de conscientização para reverter a tendência de queda na cobertura vacinal. Para muitos especialistas, a manutenção de altas taxas de vacinação é a única maneira eficaz de evitar o retorno de epidemias que, embora controladas nas últimas décadas, seguem representando uma ameaça concreta diante da complacência social e da disseminação de informações falsas sobre vacinas.

O MetLife Stadium, com capacidade para mais de 80 mil pessoas, é conhecido por sediar grandes eventos esportivos e musicais. O show de Shakira, parte de sua nova turnê mundial, atraiu fãs de diversas partes dos Estados Unidos e de outros países, o que amplia a preocupação com a possível dispersão do vírus para outras regiões.

O Departamento de Saúde de New Jersey anunciou que continuará monitorando a situação de perto, em articulação com o CDC e outros órgãos de saúde, para identificar possíveis novos casos e conter um eventual surto. Para as autoridades, o episódio reforça a necessidade de constante vigilância epidemiológica e de um compromisso renovado com a vacinação em massa como pilar central da saúde pública.

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