Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
Campo Grande/MS
Fuente de datos meteorológicos: clima en Campo Grande a 30 días

Alexandre de Moraes atribui vazamento de mensagens a rede para abalar instituições

Ministro do STF afirma que uma suposta organização criminosa teria tido ajuda de “apoiadores” que selecionam informações contra Estado
Ministro Alexandre de Moraes
Ministro Alexandre de Moraes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes considera que o vazamento de trocas de mensagens entre servidores da Corte suprema e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode ser obra de “uma possível organização criminosa”. Para ele, grupo teria ajuda de uma rede virtual que atua para criar ou compartilhar mensagens contra a “estrutura democrática”.

A informação consta no inquérito 4972 que apura os vazamentos. O inquérito teve o sigilo derrubado pelo próprio Alexandre de Moraes, relator do caso, na noite desta quinta-feira (22/8). O objetivo dos eventuais criminosos, diz o ministro na justificativa para a abertura do procedimento, seria “desestabilizar as instituições republicanas” do Brasil.

As mensagens a que Moraes se refere aparecem em uma série de reportagens do jornal Folha de S. Paulo. Elas foram publicadas neste mês. Nelas é afirmado que teria havido comunicação extra-oficial para o andamento de inquéritos relatados pelo ministro. Isto configuraria uma suposta falha jurídica e levantou discussões sobre a possível anulação de provas.

A possível organização criminosa citada por Moraes teria tido auxílio de terceiros “utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”.

Ainda na justificativa, Moraes afirma que esta “organização criminosa” atua de maneira ostensiva contra a democracia e o Estado de Direito. “Especificamente contra o Poder Judiciário e em especial contra o Supremo Tribunal Federal, pleiteando a cassação de seus membros e o próprio fechamento da Corte Máxima do País, com o retorno da Ditadura e o afastamento da fiel observância da Constituição Federal da República”.

Os crimes os quais o ministro do STF vê indício são os previstos nos artigos 153 e 325 do Código Penal. O primeiro artigo se refere a “sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem”.

Cópia

Moraes pediu uma cópia ao inquérito no qual o ex-assessor dele, Eduardo de Oliveira Tagliaferro, responde por violência doméstica. Tagliaferro foi preso no dia 8 de agosto de 2023, em Franco da Rocha (SP), por, supostamente, ter agredido a própria mulher.

O aparelho celular de Tagliaferro, um IPhone 14, foi entregue à polícia pelo cunhado dele no dia 9 de agosto de 2023. O aparelho, conforme consta no inquérito, foi repassado à Polícia Civil de São Paulo (PC) sem a senha. O dispositivo voltou às mãos de Tagliaferro somente no dia 15 daquele mês.

No inquérito, Moraes anexou trechos de reportagens da Folha de S.Paulo (que revelou o caso) e de outros veículos, entre eles da Revista Fórum. A reportagem deste último veículo faz uma cronologia dos fatos desde a prisão do assessor e levanta suspeitas sobre como a deputada federal Carla Zambelli (PL) teria ficado sabendo, antes da imprensa, da detenção de Tagliaferro.

O texto da revista lembra ainda que Zambelli esteve envolvida no inquérito que investigou a inclusão de um falso mandado de prisão contra Moraes no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Um hacker teria sido contratado por ela para a ação.

Fazem parte do inquérito a respeito do vazamento das mensagens entre os servidores, inclusive, posts de Zambelli nas redes sociais, nos quais ela relata a prisão do assessor do ministro do STF.

Suas preferências de cookies

Usamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso.