Mato Grosso do Sul, 5 de junho de 2025
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Anatel intensifica combate à pirataria em operação contra produtos irregulares da Amazon, Mercado Livre e Shopee

Desdobramentos da ação realizada em seis estados revelam apreensão de milhares de dispositivos eletrônicos não homologados e reforçam a responsabilidade das plataformas digitais na segurança do consumidor
Imagem - ANATEL/Divulgação
Imagem - ANATEL/Divulgação

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) promoveu uma operação de grande envergadura em centros de distribuição de três das maiores plataformas de comércio eletrônico do país: Amazon, Mercado Livre e Shopee. A ação, que alcançou depósitos localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Bahia, resultou no confisco de aproximadamente 3,3 mil produtos eletrônicos piratas, considerados irregulares por não possuírem a homologação exigida pela agência reguladora.

O balanço detalhado da operação aponta que 1,7 mil desses itens estavam armazenados nos centros da Amazon, 1,5 mil nos do Mercado Livre e 72 nos da Shopee. Entre os equipamentos apreendidos, destacam-se TV Box, drones, celulares, baterias e roteadores, todos lacrados com plástico nos sacos de armazenamento para evitar qualquer tipo de adulteração ou perda durante o procedimento de fiscalização.

O combate à comercialização de produtos eletrônicos piratas não se restringe apenas a uma questão regulatória. Para o conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, responsável por patrocinar as ações do Plano de Ação de Combate à Pirataria da agência, a questão envolve diretamente a segurança do consumidor e a integridade das redes de telecomunicações brasileiras. Segundo ele, não cabe ao consumidor identificar se um aparelho é seguro; essa responsabilidade recai sobre os marketplaces e as plataformas digitais, que devem garantir a venda exclusiva de produtos homologados.

Na avaliação de Gesiléa Teles, superintendente de Fiscalização da Anatel, a operação transcorreu sem intercorrências, graças à colaboração plena das equipes das três varejistas. Ela reforçou a gravidade da oferta de equipamentos sem o selo da Anatel, afirmando que “a ausência desse selo não é um detalhe, é um alerta”. Para Gesiléa, a continuidade da venda desses produtos configura um risco não só para a segurança dos usuários, mas também para a confiança do consumidor no ambiente digital, destacando a necessidade de compromisso e ação concreta por parte das plataformas para erradicar essa prática.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, também se manifestou, enfatizando o compromisso da agência no enfrentamento da pirataria. Baigorri destacou que desde 2018 a Anatel retirou do mercado cerca de 8,4 milhões de produtos irregulares, reforçando a importância dessa luta para a proteção dos consumidores brasileiros.

Além da apreensão física dos equipamentos, a Anatel orienta os consumidores que adquirirem produtos irregulares a buscar a troca ou devolução junto ao vendedor. Em caso de recusa ou dificuldade para solucionar o problema, o órgão recomenda registrar denúncia nos canais oficiais da agência.

O impacto da pirataria no mercado digital e no consumidor

A pirataria digital vai muito além do prejuízo financeiro para empresas e governo. Um levantamento da Associação Brasileira de TV por Assinatura revela que cerca de 30% dos internautas utilizam algum tipo de conteúdo pirata, prática que gera um prejuízo estimado em R$ 15 bilhões por ano. Além do dano econômico, essa atividade criminosa afeta diretamente a indústria audiovisual e desestimula investimentos no setor, conforme alertam lideranças como o presidente da Ancine, Alex Braga.

No campo da fiscalização, o combate à pirataria tem avançado para incluir não apenas a venda de produtos físicos, mas também o monitoramento de transmissões ao vivo, especialmente em eventos esportivos. A partir de uma parceria entre Anatel e Ancine, equipes trabalham em tempo real para detectar e bloquear sinais piratas, evitando que conteúdos ilegais se propaguem em múltiplas plataformas.

Riscos para quem compra produtos piratas

A comercialização e o uso de produtos eletrônicos não homologados, como TV Box, aparelhos de streaming e equipamentos conhecidos popularmente como “gatonet”, representam riscos significativos à segurança do consumidor. Esses produtos, muitas vezes vendidos a preços baixos e com apelo de facilidades, podem apresentar falhas técnicas graves que comprometem o funcionamento das redes de telecomunicações e expõem os usuários a problemas como curto-circuitos, incêndios e até ataques cibernéticos.

Além disso, o uso de equipamentos piratas pode acarretar prejuízos legais ao consumidor, incluindo multas e dificuldades para acessar serviços oficiais. Ao adquirir esses dispositivos, o usuário pode estar também contribuindo para um mercado ilegal que impacta negativamente toda a cadeia produtiva, desde fabricantes legítimos até os profissionais do setor.

Compromisso conjunto para um ambiente digital seguro

A operação recente da Anatel junto a Amazon, Mercado Livre e Shopee reforça a necessidade de um esforço integrado para coibir a pirataria em todas as suas formas. A colaboração entre órgãos reguladores, empresas do setor e consumidores é fundamental para garantir a segurança, a qualidade e a confiabilidade dos produtos e serviços no mercado digital brasileiro.

À medida que o comércio eletrônico se expande e se consolida como um dos principais canais de aquisição de bens e serviços, a fiscalização e a conscientização ganham papel central. Somente com a ação coordenada será possível proteger o consumidor, assegurar a integridade das redes de telecomunicações e preservar o desenvolvimento econômico e tecnológico do país.

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