Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, voltou a ser especulado como possível comandante da Seleção Brasileira após a goleada sofrida pelo Brasil diante da Argentina por 4 a 1, em Buenos Aires. No entanto, durante entrevista coletiva antes do confronto contra o Leganés, pela 29ª rodada de La Liga, o italiano descartou qualquer negociação com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e reafirmou seu compromisso com os merengues.
“Meu contrato é claro. Não tenho nada que acrescentar em relação a isso. Tenho muito carinho pela Seleção Brasileira, pelos jogadores, pela sua torcida, mas tenho contrato com o Real Madrid”, declarou Ancelotti, encerrando mais uma vez as especulações sobre sua possível chegada ao comando da equipe canarinho.
O nome do treinador voltou a ser ventilado na CBF após o vexame contra a Argentina. O resultado negativo deixou a Seleção Brasileira em situação delicada nas Eliminatórias, ocupando apenas a quarta colocação e correndo o risco de ficar fora da Copa do Mundo de 2026. A pressão sobre Dorival Júnior aumentou nos bastidores, e uma reunião foi marcada para esta sexta-feira (28) para definir seu futuro.
Por que Ancelotti disse não à CBF?
O treinador italiano já esteve na mira da CBF antes, logo após a saída de Tite. A entidade, comandada por Ednaldo Rodrigues, fez uma forte investida para convencer Ancelotti a assumir o time, traçando um planejamento que incluía Fernando Diniz como técnico interino até que o comandante do Real Madrid estivesse disponível.
Diniz conciliou os dois trabalhos e chegou a levar o Fluminense ao título da Libertadores durante esse período. Porém, os planos da CBF foram por água abaixo quando Ancelotti decidiu renovar com o Real Madrid até junho de 2026, priorizando a estabilidade e o projeto esportivo do clube espanhol.
O italiano viu no Real Madrid um ambiente mais seguro e estruturado para trabalhar. Enquanto isso, a CBF enfrentava turbulências nos bastidores, com mudanças na presidência, incertezas no comando técnico e a desorganização que culminou no fracasso da Seleção Brasileira nas Eliminatórias.
Nos últimos anos, o Brasil perdeu prestígio no futebol internacional. As atuações abaixo da média em amistosos, Copa América e Eliminatórias geraram uma crise interna, além de críticas à gestão da CBF. O fracasso na Copa do Mundo de 2022 e a demora em definir um técnico efetivo também pesaram na decisão de Ancelotti, que preferiu seguir no Real Madrid, onde tem um elenco estrelado, infraestrutura de ponta e estabilidade profissional.
Crise na Seleção Brasileira e polêmicas recentes
O Brasil vive um momento conturbado dentro e fora de campo. Além da goleada contra a Argentina, a Seleção Brasileira acumula atuações fracas, tropeços inesperados e dificuldades para manter um padrão de jogo competitivo. A campanha nas Eliminatórias preocupa, e a torcida já demonstra impaciência com Dorival Júnior, que assumiu o time há poucos meses.
Nos bastidores, a CBF segue envolvida em polêmicas. A queda de Ednaldo Rodrigues da presidência, após decisão da Justiça, causou uma crise interna na entidade, gerando incertezas sobre a administração do futebol brasileiro. Além disso, a falta de um planejamento sólido para a Seleção, somada a problemas como a indefinição do comando técnico e a dificuldade em atrair treinadores de peso, contribui para o cenário de instabilidade.
Outro ponto que afasta técnicos renomados como Ancelotti é a pressão exagerada e a falta de paciência com o trabalho dos treinadores. A cultura de demissões rápidas e a cobrança imediata por resultados fazem com que a Seleção Brasileira seja vista como um ambiente de alto risco para comandantes estrangeiros.
Enquanto a CBF busca soluções para reorganizar a equipe, Ancelotti mantém o foco no Real Madrid, onde tem a confiança da diretoria e do elenco. O treinador segue em busca de mais títulos e, neste sábado (29), comandará os merengues contra o Leganés, no Santiago Bernabéu, em mais um passo na briga pelo título de La Liga.
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