Mato Grosso do Sul, 9 de fevereiro de 2025
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Ansiedade: especialista alerta para sintomas, diagnóstico e tratamento

Após o diagnóstico, uma terapia de regulação comportamental é importante para trabalhar com o paciente como ele deve lidar com o transtorno
O que é ansiedade e principais sintomas
Imagem: Unsplash/uday mittal
O que é ansiedade e principais sintomas Imagem: Unsplash/uday mittal

O Brasil está entre os países que mais sofrem com ansiedade, no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país chegou a liderar o ranking de nações com mais ansiosos, em 2023. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Cactus e Atlas Intel, 56% dos brasileiros afirmaram nunca ter procurado um profissional da saúde para tratar a ansiedade.

A neurocientista, psicóloga e psicanalista Ângela Matilde, destaca que o processo de ansiedade tem que ser diagnosticado de forma clínica e apresentar sintomas por seis meses ou mais. Se este quadro se confirmar, podemos afirmar que é mesmo ansiedade.

“Mediante a prevalência dos sintomas, deve-se procurar um profissional habilitado para saber do tratamento. Um psicólogo ou um psicanalista que trabalhe com essa questão ou um psiquiatra mediante ao agravamento da situação”, afirma a profissional.

“Vamos falar de alguns sintomas, ah, ‘Não estou conseguindo dormir. A minha rotina, eu não estou conseguindo concluir. Estou com irritabilidade e com dores’. Aí vai ao médico e não consegue achar nenhum diagnóstico. E aí a pessoa fica frustrada”, detalha os sintomas.

Tratamento

Após o diagnóstico, uma terapia de regulação comportamental é importante para trabalhar com o paciente como ele deve lidar com a ansiedade. Pode ser indicada medicação diante dos sintomas apresentados. É preciso alertar que a medicação não vai ser usada para sempre. Existe um período estipulado para o tratamento com remédios.

“Tem pessoas que têm uma receita e depois só replica as receitas. Temos que tomar cuidado com isso, gente. Porque a química tem um tempo de duração também. O cérebro se acostuma, o corpo se acostuma”, explica a especialista.

“Então, sugere-se que a medicação vá de seis a um ano e dois meses. No máximo, um ano e seis meses. Se você precisar fazer uma retomada, você tem que ter um profissional que mude. Você precisa de um profissional caminhando com você durante todo o tratamento”, conclui Ângela Matilde, neurocientista, psicóloga e psicanalista.

O que é ansiedade?

A ansiedade é uma reação natural do corpo relacionada à preocupação e ao medo. Ela pode se tornar uma condição psicológica quando torna-se um excesso e passa a atrapalhar atividades rotineiras.

Com isso, pode-se desencadear um transtorno que leva às crises com sintomas mentais e físicos. Nesses casos, a reação passa a ter um impacto negativo na vida e no bem-estar da pessoa.

Nos últimos anos, foi possível observar um crescimento no número de pessoas que sofrem com o transtorno.

Durante a pandemia, por exemplo, os casos de depressão e ansiedade aumentaram 25%, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Medo e ansiedade são as mesmas coisas?

Medo e ansiedade são as mesmas coisas?
Medo e ansiedade são as mesmas coisas?

O medo é uma reação natural do organismo diante de situações ou objetos específicos, que possam representar algum tipo de ameaça para a pessoa. A ansiedade, por outro lado, surge como um sentimento de antecipação ao futuro, gerando tensão.

As duas sensações são naturais e funcionam como uma alerta ao corpo e a mente diante do desconhecido. No entanto, elas podem prejudicar a rotina de um indivíduo quando se tornam reações excessivas.

Quando isso acontece, pode ser um indicativo de que existe um transtorno e é necessário buscar um profissional para o diagnóstico e tratamento adequado.

O que provoca a ansiedade?

Entender o que causa o transtorno é um dos primeiros passos para tratá-lo. No entanto, não existe um único fator que gera essa questão psicológica: ela pode se manifestar por diferentes motivos em cada pessoa.

De maneira geral, está associada a causas multifatoriais. As principais fontes do problema são:

  • fatores genéticos;
  • gatilhos e traumas específicos;
  • doenças físicas e distúrbios hormonais;
  • fatores ambientais, como estresse no trabalho.

Além disso, ela pode ser uma consequência de outros transtornos mentais, como a depressão, por exemplo. O oposto também pode acontecer: a ansiedade desencadear uma depressão.

É possível também que os transtornos sejam provocados por uma combinação entre dois ou mais dos fatores listados acima.

É possível controlar a ansiedade?

Com acompanhamento médico, é possível tratar e controlar as crises, garantindo um dia a dia mais saudável. Para isso, é importante saber a causa do problema.

Além disso, é necessário estar atento aos sintomas que indicam o transtorno, diferente de reações naturais do corpo.

Ficar ansioso para uma viagem ou um evento especial, por exemplo, é comum. No entanto, quando esse sentimento se torna uma questão e não é possível controlá-lo ou ele persiste por muito tempo, é necessário se atentar.

Nesses casos, o corpo e a mente enviam sinais para indicar que algo está errado. Ao apresentar um dos sintomas, é importante procurar um médico especializado em saúde mental.

Quais são os principais sintomas da ansiedade?

Reconhecer os sintomas de transtorno de ansiedade é o primeiro passo para identificar o problema, buscar ajuda profissional e receber o tratamento adequado.

No quadro Correspondente Médico, o neurocirurgião Fernando Gomes esclareceu alguns sinais psicológicos e físicos que podem indicar o transtorno, como medos extremos, preocupações constantes e crises de choro.

“É um transtorno que traz manifestações psicológicas e físicas bastante severas, muitas vezes bloqueando a pessoa de ter uma vida plena”, explicou.

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