Mais de 400 mísseis e drones foram lançados contra a Ucrânia em um ataque devastador que atingiu principalmente a capital Kiev, deixando um rastro de destruição, mortes e intensificando ainda mais o conflito que já dura três anos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou a ofensiva como uma “clara escalada de terror”, enquanto a comunidade internacional se prepara para discutir a reconstrução do país, que sofre com ataques quase diários.
A madrugada da última quinta-feira (10) foi marcada por uma sequência incessante de bombardeios. Ao longo de cerca de dez horas, a Rússia lançou mais de 400 drones e 18 mísseis balísticos contra Kiev e diversas outras regiões ucranianas, incluindo Chernigov, Sumy, Poltava, Kirovohrad e Kharkiv. O saldo foi trágico: duas pessoas morreram na capital e ao menos 16 ficaram feridas, em meio ao cenário de destruição que atingiu prédios residenciais, veículos e instalações comerciais.
Para os moradores de Kiev, a noite foi longa e tensa. Em meio ao toque de recolher e às sirenes de alerta, muitos correram às estações de metrô com suas famílias, buscando abrigo contra os bombardeios que iluminavam o céu noturno. As explosões, acompanhadas das luzes dos sistemas de defesa aérea, ecoaram por horas, reforçando o medo e a insegurança que acompanham a população desde o início do conflito.
A escalada dos ataques russos vem ocorrendo de forma constante nas últimas semanas. Na véspera deste ataque, a Ucrânia enfrentou o maior bombardeio com drones desde o início da guerra, quando mais de 700 drones e mísseis foram lançados contra onze regiões. O número de projéteis tem crescido de forma alarmante, passando de dezenas para centenas diariamente, o que preocupa analistas sobre uma possível intensificação ainda maior do conflito.
Do lado russo, o Exército afirmou ter atacado com “armas de alta precisão de longo alcance” instalações militares em Kiev e uma base aérea, reiterando sua intenção de pressionar as forças ucranianas. No entanto, o impacto direto na população civil tem sido devastador. A administração militar da capital denunciou os ataques como assassinatos, ressaltando que o bombardeio atingiu áreas residenciais e civis, aumentando o sofrimento da população.
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou dados alarmantes que revelam o custo humano da guerra. Somente no mês de junho, foram registrados 232 civis mortos e 1.343 feridos em consequência dos ataques russos, o número mais alto desde o início do conflito em fevereiro de 2022, segundo a Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU no país.
Esse ataque massivo ocorreu poucas horas antes de uma reunião crucial entre líderes da União Europeia, que anunciaram um pacote de 2,3 bilhões de euros para a reconstrução da Ucrânia. O Reino Unido também firmou um acordo para fornecer mais de cinco mil mísseis de defesa aérea, além de apoio financeiro significativo, demonstrando um esforço coordenado para fortalecer a capacidade de defesa ucraniana frente à agressão russa.
Volodymyr Zelensky reforçou o pedido por sanções mais severas contra a Rússia, destacando a necessidade de que o país sinta as consequências de seu “terror”. O presidente ucraniano salientou ainda a importância do financiamento para a produção de drones interceptadores e sistemas de defesa aérea, equipamentos essenciais para proteger a população e resistir às ofensivas russas.
Por trás desse conflito devastador, está em jogo não apenas a soberania da Ucrânia, mas também o equilíbrio geopolítico na Europa e no mundo. A Rússia busca assegurar sua influência na região, contestando a expansão da Otan e reivindicando o controle sobre territórios que considera estratégicos para sua segurança nacional e interesses econômicos, como as regiões ricas em recursos naturais e corredores logísticos essenciais.
A Ucrânia, por sua vez, luta para preservar sua independência, integridade territorial e aspirações democráticas, contando com o apoio internacional para resistir à agressão e reconstruir seu país após anos de guerra. O conflito expõe uma profunda divisão entre os valores de soberania e expansão de poder, colocando a região no centro de uma tensão que pode definir o futuro da ordem global.
A continuidade dos ataques e o envolvimento crescente das potências internacionais indicam que a guerra está longe de encontrar uma resolução rápida. O destino de milhões de civis e o futuro político do leste europeu permanecem incertos, enquanto as forças se preparam para os próximos capítulos desse conflito que já mudou para sempre o panorama mundial.
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