Depois de dias de discussões e tentativas de encaixar o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em um novo cargo, a volta do militar para os quadros do Exército foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial.
A portaria assinada pelo comandante do Exército, general Edson Pujol, determina a volta de Pazuello ao quadro da força a contar do dia 23 de março, quando foi publicada sua exoneração do Ministério da Saúde.
A volta de Pazuello aos quadros do Exército é um final que não agrada nem o general e nem a Força. Generais da força preferiam que Pazuello fosse, então, diretamente para a reserva por se incomodarem com o envolvimento político do general. Mas Pazuello, que ainda tem cerca de três anos de tempo na ativa, mas tem pretensões políticas, preferia continuar no governo.
Por mais de uma semana, o presidente Jair Bolsonaro, desde que ficou acertada a saída do general do ministério, tentou encontrar um outro cargo para encaixá-lo no governo.
Bolsonaro chegou a analisar a criação de um ministério para desenvolvimento da Amazônia, o que mais interessava a Pazuello, mas a ideia foi abatida. Fontes próximas ao presidente disseram à Reuters que “não era o momento” de criar mais um ministério.
Também surgiram a possibilidade de Pazuello ocupar a Secretaria de Assuntos Estratégicos, hoje com o almirante Flávio Rocha, que também chefia a Secretaria de Comunicação da Presidência, mas não houve acordo para o almirante entregar o posto.
A tentativa mais recente foi retirar, novamente, a Secretaria Especial do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do Ministério da Economia, levá-la para a Secretaria-Geral e colocar Pazuello para tocá-la, mas a ideia teve muita resistência de Paulo Guedes, incomodou investidores e não foi para a frente.
De acordo com uma fonte, Bolsonaro ainda não desistiu de encontrar um novo local no governo para Pazuello mas, por enquanto, o general volta para o Exército.
Nesta sexta também foi publicada no Diário Oficial a exoneração de Élcio Franco, coronel que ocupava a secretaria-executiva do Ministério da Saúde. Na quinta, saíram outros três assessores ligados diretamente a Pazuello.