Em uma das maiores apreensões de cocaína do ano em Campo Grande, um motorista foi preso nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, transportando 385 kg da droga na BR-262. A ação foi realizada por agentes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/MS) e representa mais um duro golpe contra o tráfico de drogas na região.
O flagrante aconteceu durante uma abordagem de rotina no perímetro urbano da rodovia. Durante a vistoria no veículo, os policiais encontraram diversos fardos contendo tabletes prensados da substância, que, após análise, testaram positivo para cocaína.
A identidade do motorista não foi revelada, mas ele foi preso em flagrante e autuado por tráfico interestadual de drogas, crime com pena que pode chegar a 15 anos de reclusão.
A apreensão reforça o papel do Mato Grosso do Sul como um dos principais corredores logísticos do narcotráfico na América do Sul, devido à sua proximidade com Bolívia e Paraguai, países produtores de cocaína e maconha.
BR-262: Rodovia que virou ponto quente do tráfico
Não é a primeira vez que a BR-262 vira palco de uma grande apreensão de drogas. No último fim de semana, uma ação da Receita Federal flagrou três bolivianos tentando entrar no país com drogas escondidas até nas roupas íntimas. Um deles chegou a engolir 100 cápsulas de pasta base de cocaína, uma tática extremamente perigosa usada por traficantes conhecidos como “mulas do tráfico”.
As autoridades têm intensificado a fiscalização na região, justamente porque a rodovia liga o Mato Grosso do Sul a estados estratégicos como São Paulo e Minas Gerais, que são grandes centros de distribuição da droga no Brasil.
Números impressionantes: MS lidera apreensões no Brasil
Segundo um balanço recente da Polícia Federal, Mato Grosso do Sul foi responsável por 33% de toda a droga apreendida no país em 2024. Entre 1º de janeiro e 13 de fevereiro deste ano, os números da repressão ao tráfico impressionam:
- 1,396 tonelada de cocaína apreendida (aumento de 32% em relação ao mesmo período de 2024)
- 24,283 toneladas de maconha confiscadas
- 903.633 maços de cigarros contrabandeados apreendidos
- 41 veículos recuperados
- 352 pessoas presas
Os dados evidenciam que o tráfico de drogas na região não apenas persiste, mas se expande rapidamente, exigindo operações cada vez mais rigorosas das forças de segurança.
FICCO/MS: A força-tarefa contra o crime organizado
A operação que resultou na apreensão dos 385 kg de cocaína foi conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/MS), um grupo de elite formado por diferentes órgãos de segurança pública.
A FICCO/MS é composta por:
- Polícia Federal (PF)
- Polícia Rodoviária Federal (PRF)
- Polícia Civil (PCMS)
- Polícia Militar (PMMS)
- Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP)
- Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (AGEPEN)
- Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN)
Essa cooperação entre forças estaduais e federais tem sido fundamental para as grandes apreensões registradas no estado nos últimos anos.
O impacto do tráfico na sociedade e no crime organizado
As autoridades alertam que o volume recorde de apreensões é um reflexo direto do aumento da atividade do crime organizado no país. A cocaína apreendida nesta quarta-feira, por exemplo, poderia ser vendida por milhões de reais no mercado internacional, alimentando facções criminosas e financiando outros crimes, como assaltos e homicídios.
Além disso, o tráfico de drogas não se resume apenas ao transporte e comercialização da mercadoria. Ele está diretamente ligado a:
- Aumento da violência nas periferias
- Expansão das facções criminosas
- Lavagem de dinheiro e corrupção
- Exploração de crianças e adolescentes no crime
Por isso, operações como essa não são apenas uma vitória policial, mas um avanço na luta para desmantelar estruturas criminosas poderosas que impactam diretamente a segurança pública.
E agora? O que acontece com o motorista preso?
O motorista detido foi encaminhado para a Polícia Federal de Campo Grande, onde prestou depoimento e segue à disposição da Justiça. Se condenado, ele pode pegar até 15 anos de prisão, além do pagamento de multas.
As investigações continuam para identificar possíveis conexões do motorista com organizações criminosas, já que a carga apreendida sugere que ele era parte de uma rede maior de tráfico de drogas.
Enquanto isso, a FICCO/MS segue reforçando a fiscalização e planejando novas operações para impedir que a BR-262 continue sendo usada como corredor do crime.
A batalha contra o tráfico de drogas no Mato Grosso do Sul está longe de acabar, mas a maior apreensão do ano em Campo Grande é um lembrete claro de que o crime não terá vida fácil diante das forças de segurança.
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