O Distrito Federal foi pintado com as cores vibrantes das araras que alçaram voo em direção à liberdade. Após meses de reabilitação no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), três araras, acompanhadas de outros 28 animais, foram devolvidas ao seu habitat natural. O momento, registrado em vídeo e compartilhado pelo Ibama, emocionou internautas e serviu como símbolo da luta pela conservação da fauna brasileira.
Cetas: o porto seguro para a fauna silvestre
O Cetas é o principal centro de reabilitação de animais silvestres do Distrito Federal, desempenhando um papel crucial na preservação ambiental e no combate ao tráfico de animais. É para lá que são levados animais apreendidos, resgatados de situações de maus-tratos ou entregues por pessoas que, ao perceberem a importância da fauna livre, decidem devolvê-los à natureza.
No Cetas, os animais passam por um rigoroso processo de triagem e cuidados especializados. Ao chegarem, eles são avaliados por veterinários, que identificam lesões, doenças e o estado geral de saúde. A partir daí, cada espécie recebe um plano individualizado de reabilitação, que pode incluir desde tratamentos médicos até treinamentos específicos para readaptação ao ambiente natural.
“Nosso trabalho vai muito além de tratar ferimentos físicos. Estamos preparando esses animais para retomarem a vida na natureza, onde enfrentarão desafios como buscar alimento, voar longas distâncias e evitar predadores”, destaca Clara de Sena Costa, técnica ambiental do centro.
O processo de reabilitação
Para as araras, o processo envolve etapas específicas. Após a estabilização física, elas são transferidas para corredores de voo, espaços amplos onde podem gradualmente recuperar a capacidade de voar longas distâncias, essencial para sua sobrevivência. Além disso, as aves passam por estímulos comportamentais para reaprenderem a se alimentar e interagir de forma independente.
Entre os 31 animais soltos nesta primeira ação do ano, também estavam gambás e outras aves, todos resgatados de situações precárias. Muitos desses animais chegaram ao Cetas debilitados, vítimas do tráfico ou de acidentes como choques com redes elétricas. Outros foram entregues voluntariamente por pessoas que os mantinham como pets, um hábito que, embora comum, é prejudicial à fauna.
Resultados positivos e impacto na conservação
Os esforços do Cetas têm gerado resultados expressivos. Em 2024, o centro foi responsável pela reintrodução de mais de 500 animais ao meio ambiente. Segundo dados do Ibama, cerca de 70% dos animais que chegam ao Cetas têm condições de serem reabilitados e soltos, enquanto os demais, por questões de saúde ou dependência, são encaminhados a criadouros autorizados ou instituições de conservação.
A soltura não apenas devolve os animais à natureza, mas também ajuda a restaurar ecossistemas locais. A presença de araras, por exemplo, é fundamental para a dispersão de sementes, ajudando a regenerar áreas de mata. “Cada animal que volta para o seu habitat contribui para o equilíbrio ambiental. É um trabalho de impacto direto na saúde do nosso ecossistema”, explica Clara.
Uma lição de empatia e preservação
O vídeo da soltura das araras, que viralizou nas redes sociais, emocionou milhares de pessoas, acumulando 252 mil visualizações em poucos dias. Internautas elogiaram a iniciativa, chamando-a de “trabalho emocionante” e “inspiração para preservar a natureza”.
A repercussão também trouxe à tona debates sobre a importância de combater o tráfico de animais silvestres, uma prática que ameaça centenas de espécies brasileiras. Estima-se que apenas 10% dos animais traficados sobrevivam até a venda, o que torna o trabalho de reabilitação ainda mais essencial.
O voo da esperança
Enquanto as araras desapareciam no horizonte azul, o momento simbolizava mais do que um retorno ao lar: era um lembrete do poder da empatia e da responsabilidade humana na preservação do planeta. “Esses animais nos ensinam sobre a importância de coexistir com a natureza. Eles pertencem à liberdade, e é nosso dever lutar para que ela nunca lhes seja tirada”, conclui Clara.
Com iniciativas como as do Cetas, a esperança de um futuro onde a fauna brasileira viva livre e protegida parece cada vez mais possível.
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