A duplicação da BR-163 no trecho entre Campo Grande, Nova Alvorada do Sul e Dourados pode finalmente sair do papel, trazendo mais segurança e conforto aos motoristas que trafegam diariamente por essa rodovia essencial para o transporte e logística do Mato Grosso do Sul. A Assembleia Legislativa do Estado (ALEMS) vai cobrar da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que a repactuação do contrato com a MSVia antecipe o cronograma de investimentos e que a duplicação seja realizada nos próximos quatro anos.
O presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro, destacou durante a Expocanas 2025, em Nova Alvorada do Sul, o empenho dos parlamentares estaduais nessa luta. Segundo ele, a BR-163 é a principal via logística do Estado, conectando Mato Grosso do Sul às divisas com o Paraná e Mato Grosso. Mesmo após 11 anos de concessão, apenas 174 km foram duplicados, o que tem gerado constantes reclamações da população e um alto número de acidentes no trecho que permanece em pista simples.
“Os deputados têm promovido audiências públicas, ido ao Tribunal de Contas da União e à ANTT, além de pressionar judicialmente a concessionária para garantir a execução do cronograma de investimentos. O governador Eduardo Riedel e a bancada federal também estão mobilizados para que essa duplicação ocorra o mais rápido possível. O trecho entre Campo Grande e Dourados possui um tráfego intenso de caminhões e carros de passeio, e a ampliação da rodovia garantirá mais fluidez e segurança para todos”, ressaltou Gerson Claro.
Motoristas sofrem com estrada perigosa e cobram medidas urgentes
A falta de infraestrutura adequada na BR-163 tem resultado em inúmeros acidentes, muitos deles fatais, além de prejuízos para os motoristas que dependem da rodovia para o transporte de cargas e deslocamentos diários. Quem trafega pelo trecho relata constantes riscos devido às ultrapassagens perigosas e à falta de acostamento em alguns pontos críticos.
“A gente paga pedágio e não vê o retorno. Esse trecho já deveria estar duplicado há muito tempo. O perigo é constante, principalmente à noite, quando a visibilidade é menor. São caminhões pesados, ônibus e carros pequenos disputando espaço numa pista estreita. Quem já perdeu um familiar em acidente aqui sabe o quanto essa obra é urgente”, disse um caminhoneiro que percorre a BR-163 frequentemente.
Diante disso, Gerson Claro reforçou que a sociedade sul-mato-grossense não tolera mais pagar pedágios sem ver melhorias significativas na rodovia. “A repactuação da concessão foi a alternativa mais viável para garantir os investimentos no curto prazo. Se fosse aberta uma nova licitação, os investimentos poderiam atrasar ainda mais, trazendo um risco real de colapso logístico para o Estado”, afirmou o parlamentar.
Investimentos e desenvolvimento para Mato Grosso do Sul
Além da duplicação da BR-163, Mato Grosso do Sul tem atraído grandes investimentos privados. Durante a Expocanas 2025, foi anunciado um aporte de R$ 1,350 bilhão da empresa Atvos para a implantação de uma usina de biometano e outra de etanol de milho em Nova Alvorada do Sul, onde já opera a Usina Santa Luzia às margens da BR-267.
Segundo o CEO da Atvos, Bruno Serapião, a unidade entrará em operação até 2026 e terá capacidade instalada de 28 milhões de metros cúbicos de biometano por safra. “Estamos na fase de engenharia, que deve levar de seis a oito meses. Após isso, temos mais 18 meses para a implantação. A previsão é que até o final de 2025 ou início de 2026 a planta já esteja operando”, explicou.
Durante o evento, o governador Eduardo Riedel assinou uma autorização para que a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) defenda junto ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) a redução do ICMS do biometano de 17% para 1,8%. Além disso, há planos para a instalação de uma segunda usina de etanol de milho em Costa Rica, onde a Atvos já possui uma unidade de produção de álcool.
“Mato Grosso do Sul está colhendo os frutos de uma gestão fiscal eficiente e um ambiente de estabilidade institucional. O Governo tem mantido sua capacidade de investimento em infraestrutura e projetos sociais, garantindo segurança jurídica para atrair mais investimentos privados”, concluiu Gerson Claro.
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