Mato Grosso do Sul, 17 de março de 2025
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Aumento no número de brasileiros com ensino superior completo chega a 18,4%

Dados do IBGE Mostram Avanços na Educação, Mas Ainda Há Desigualdades Entre Raças e Gêneros

De acordo com o Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de brasileiros com mais de 25 anos e ensino superior completo chegou a 18,4%. Este dado revela um avanço significativo em relação aos censos anteriores, quando, em 2000, apenas 6,8% da população adulta tinha um diploma universitário. Esse número saltou para 11,3% em 2010, e hoje, mais de 18% da população adulta brasileira já possui ensino superior completo.

Apesar desse progresso, a realidade é que, ainda assim, quatro em cada cinco brasileiros não têm diploma universitário. Isso reflete uma enorme disparidade educacional, que, apesar de melhorar, ainda precisa de mais políticas públicas e iniciativas para garantir a inclusão de todos os brasileiros no acesso ao ensino superior.

Desafios da População Mais Velha e o Avanço da Educação no País

Um dos aspectos destacados pelo pesquisador do IBGE, Bruno Perez, é o impacto da população mais velha no quadro educacional atual. Segundo ele, parte da população sem ensino superior é composta por pessoas mais velhas, para as quais o acesso à educação era mais difícil em sua juventude. Isso resulta em uma maior quantidade de pessoas com menos de 25 anos completando o ensino superior, enquanto a população mais envelhecida, que não teve as mesmas oportunidades de acesso, ainda pesa no total de brasileiros com graduação. Essa realidade mostra que, embora a inclusão tenha avançado ao longo das últimas décadas, o país ainda tem desafios pela frente no que se refere ao alcance de todos os grupos etários.

Além disso, os dados do Censo 2022 mostram que, entre os brasileiros com 25 anos ou mais, 32,3% possuem ensino médio completo ou ensino superior incompleto, um aumento significativo em relação aos 16,3% observados em 2000. Já os que completaram apenas o ensino fundamental ou têm o ensino médio incompleto somam 14%, um aumento também em comparação com os 12,8% de 2000. O número de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto caiu de 63,2% em 2000 para 35,2% em 2022, mostrando que o Brasil tem dado passos importantes na ampliação do acesso à educação básica.

Desigualdade Racial: Brancos Ainda Têm Mais Acesso ao Ensino Superior

O Censo 2022 revelou uma grande disparidade no acesso ao ensino superior entre as diferentes raças no Brasil. Embora o acesso de pretos e pardos ao ensino superior tenha crescido significativamente nas últimas duas décadas, os brancos ainda são a maioria entre os graduados.

De acordo com os dados do IBGE, 25,8% dos brancos com 25 anos ou mais completaram o ensino superior, enquanto apenas 11,7% dos pretos e 12,3% dos pardos conseguiram o mesmo feito. Vale destacar que o avanço do acesso à educação superior foi mais intenso entre a população negra. O percentual de pretos com ensino superior cresceu cinco vezes desde 2000, saltando de 2,1% para 11,7%, e os pardos apresentaram um aumento similar, indo de 2,4% para 12,3%. Já entre os brancos, o aumento foi de 2,6 vezes, passando de 9,9% para 25,8%.

A disparidade racial também se reflete na área de formação acadêmica. Por exemplo, entre os graduados em medicina, 75,5% são brancos, enquanto os negros representam apenas 21,9%. Situação semelhante ocorre em cursos como economia (75,2% brancos e 22,3% negros) e odontologia (74,4% brancos e 22,7% negros). No entanto, em áreas como serviço social e formação de professores, a participação de negros e brancos é mais equilibrada, com negros representando uma parcela maior em alguns cursos.

A Evolução na Educação de Jovens Brasileiros e a Participação Feminina

Em 2022, 56,4% dos jovens de 18 a 24 anos estavam matriculados em algum curso de ensino superior, indicando um aumento considerável na participação dos jovens na educação superior. Esse dado é um reflexo das políticas públicas de incentivo ao acesso à universidade e da expansão das universidades e faculdades no Brasil.

A análise por gênero também apresenta mudanças interessantes. As mulheres têm se tornado cada vez mais presença constante em áreas como medicina, direito e gestão. Em medicina, por exemplo, a participação feminina passou a ser maior do que a masculina, com 60,2% das médicas com até 29 anos. No curso de direito, 51,1% dos graduados são mulheres, e entre os mais jovens, a participação feminina chega a 62,1%. Da mesma forma, em gestão e administração, as mulheres representam 52,3% do total de graduados e 59,2% entre os mais jovens.

Ainda assim, em algumas áreas, como engenharia, a presença masculina continua sendo predominante, especialmente em cursos como engenharia mecânica e metalurgia, onde 92,6% dos formados são homens. A tendência de aumento da participação feminina, entretanto, é um reflexo das mudanças sociais e culturais, que têm incentivado a inclusão e a igualdade de gênero nas profissões.

O Futuro da Educação Superior no Brasil: Desafios e Perspectivas

Apesar dos avanços significativos, o Brasil ainda enfrenta desafios na educação superior, especialmente em relação à inclusão de jovens de diferentes classes sociais e grupos raciais. O Censo 2022 evidencia que a educação no Brasil está caminhando para uma maior inclusão e equidade, mas o trabalho não termina por aí. Garantir que todos os brasileiros tenham acesso igualitário ao ensino superior, independentemente de sua raça, classe social ou região, deve ser um objetivo contínuo para os próximos anos.

A participação feminina também é um aspecto que merece atenção, pois ainda há uma grande diferença em algumas áreas, como as engenharias e as ciências exatas, onde a presença feminina é bem menor. O papel das políticas públicas, das universidades e da sociedade em geral será fundamental para garantir que as próximas gerações possam continuar a construir um Brasil mais educado e igualitário.

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